O Sesc recepcionou, entre os dias 15 e 19 de janeiro, uma comitiva de pesquisadores e estudantes da Harvard Law School Food Law and Policy Clinic (FLPC) para auxiliar na elaboração do Atlas Global de Políticas de Doação de Alimentos (The Global Food Donation Policy Atlas) no país. Os visitantes de Harvard puderam conhecer de perto o programa Mesa Brasil Sesc, maior rede de bancos de alimentos da América Latina.
A iniciativa tem como objetivo apoiar o mapeamento e a análise das legislações nacionais e políticas setoriais relacionadas à doação de alimentos no Brasil. O Mesa Brasil Sesc foi indicado como referência no país pelo nosso parceiro Global FoodBanking Network (GFN) para mobilização de sua rede e demais pessoas de interesse, a fim de identificar as barreiras legais mais frequentemente impostas a grandes doadores e compartilhar boas práticas que possam reduzir ou mitigar os efeitos dessas barreiras.
Os integrantes da Food Law and Policy Clinic, da Harvard Law School, visitaram unidades do Sesc em São Paulo e no Rio de Janeiro para entender como é realizada a distribuição de alimentos do Mesa Brasil e entrevistaram diversos atores ligados ao processo de doação e distribuição de alimentos no país para a coleta de dados, como doadores, acadêmicos, especialistas e representantes do público atendido com as doações.
No Rio e em São Paulo, os pesquisadores conheceram os centros de operação do Mesa Brasil Sesc para entender alguns dos modelos de funcionamento do Programa, tais como a operação de banco de alimentos, colheita urbana e o projeto Mesa no Campo.
Mesa Brasil em 2022 Em 2022, o Mesa Brasil Sesc distribuiu mais de 44 milhões de quilos de alimentos, beneficiando aproximadamente 2,5 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar. Além disso também promoveu ações educativas por todo o Brasil para desenvolver as instituições assistenciais que distribuem as doações coletadas. Foram mais de 5.300 atividades como cursos, oficinas e palestras para profissionais, voluntários e beneficiários das entidades sociais cadastradas no programa.
Saiba mais sobre esta ação e sobre o Mesa Brasil Sesc.
O Sesc RJ inaugurou no final de 2022 o primeiro Espaço Sesc+Saúde na unidade de Ramos, na Zona Norte do Rio de Janeiro. A previsão é que este ano mais nove espaços sejam criados, com oferta de diversos serviços e exames (com preços simbólicos), entre eles mamografia e Papanicolau, que previnem e detectam os cânceres de mama e de colo de útero. A iniciativa busca contribuir para a redução da fila por estes exames e laudos. O ambiente multidisciplinar voltado à prevenção em saúde oferece ainda odontologia, psicologia e nutrição.
O serviço é ofertado por preços simbólicos (entre R$ 10 e R$ 50). Os exames, dirigidos a pacientes com pedido médico das redes pública ou privada de saúde, devem ser agendados por telefone: (21) 2290-2646.
Na capital os exames serão também disponibilizados no Sesc Madureira e no Centro de Distribuição do Supermercado Guanabara, em Paciência. Na Região Metropolitana e no interior, o serviço poderá ser encontrado nas unidades Sesc em Nova Iguaçu, São João de Meriti, Duque de Caxias, Niterói, Barra Mansa e Campos. Com isso, a instituição aumenta a capilaridade do atendimento.
A estimativa é que sejam realizados até 120 mil exames por ano quando todas as unidades estiverem em funcionamento.
Artigo de Janaina Cunha Melo, diretora de programas sociais do Sesc
Relações sociais complexas, embora cotidianas, e uma mistura de autobiografia com relatos da sociologia contemporânea são abordagens literárias que retornam ao centro das discussões após a escritora francesa Annie Ernaux haver sido agraciada com o Nobel de Literatura em 2022. A autora, que participa da programação da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), no Rio, reacende aspectos muitas vezes observados com negligência ou, até mesmo, uma certa arrogância, pelos ortodoxos.
Entre eles, a capacidade de transpor para o texto literário uma narrativa francamente reveladora de sentimentos profundos, que marcam as trajetórias pessoais dos seus autores, numa espécie de contaminação benéfica da ficção pela realidade.
Não se trata necessariamente de autobiografias, menos ainda de relatos com finalidade de autoajuda (embora não haja qualquer demérito em um ou outro). O cerne da discussão está na valorização de conteúdos que despertam a atenção de quem pensa não se interessar por literatura e se descobre um possível autor. É tão crítica e grave a distância que se pretende entre o erudito (e, portanto, “válido”) e o corriqueiro, que de tempos em tempos torna-se imprescindível lembrar que toda escrita tem seu mérito.
Deve ser apreciada, atendida e respeitada, no contexto de sua condição. Incentivar as pessoas a traduzir suas vivências em possibilidades de escrita é também uma forma de retratar nosso tempo e registrar memórias.
Como comprova o Prêmio Sesc de Literatura. Em 19 anos de projeto, chegaram ao mercado editorial histórias assinadas por autores estreantes, que encontraram na arte de escrever forma de exteriorizar suas experiências por meio da ficção. Já são mais de 20 mil obras recebidas e 33 escritores revelados. Nesta Flip, teremos mais duas obras apresentadas, uma que versa sobre a devastação ambiental e outra sobre a história de refugiadas da guerra de Moçambique, que se mistura à formação da identidade brasileira.
É fundamental esse entendimento expandido de que identificar na escrita algum senso de realidade pode alimentar o interesse pelo livro, leitura e literatura, num movimento que pode inclusive transformar interesse em apreço. Esse movimento já se faz presente nas festas literárias como a Flip. As programações paralelas do evento, entre elas a do Sesc, proporcionam a mistura do erudito com o repente, a contação de histórias e outras manifestações literárias que fogem do formal.
Afinal, não veio da academia o verso que, a meu ver, define o século XX: “Em São Paulo Deus é uma nota de 100” (Pedro Paulo Soares Pereira, vulgo Mano Brown – Racionais MC’s). Nem foram as escolas formais as promotoras do profundo relacionamento dos jovens de periferia com a escrita. Foi o rap, o hip hop, a possibilidade de falar da vida que empoderaram essas crianças e adolescentes diante da folha em branco.
E que os erros de ortografia não sejam tratados como demérito. Vem do erro a oportunidade de progredir. E da capacidade de se revistar a potência para olhar para o outro, e ver nele um pouco de si mesmo. Um pouco de todos nós.
Artigo publicado originalmente no jornal O Dia em 24/11/2022.
O projeto que leva música e cidadania para todas as regiões do Brasil agora ganhou uma obra que conta como é trabalhada a transformação por meio da educação musical. O livro Sesc Orquestras Jovens e Bandas de Música reúne a memória de 11 dos nossos projetos sociais de música e traz registros a partir da visão de instrutores, maestros e integrantes do projeto. As entrevistas relatam experiências dos alunos e demonstram o impacto dessas vivências durante suas jornadas nas Orquestras Jovens do Sesc.
O Sesc é pioneiro nesse tipo de projeto. As primeiras bandas de música e orquestras foram criadas nos Departamentos Regionais em 2004 e, com elas, o Sesc mantém seu compromisso com a transformação social, atendendo tanto à sua clientela – o trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo e seus familiares – , como ao público em geral, representado por todos os segmentos sociais.
Conheça o livro Sesc Orquestras Jovens e Bandas de Música.
Integração entre as orquestras
Com o objetivo de promover a qualificação e o intercâmbio entre os jovens e profissionais das diversas orquestras da instituição no país, o Departamento Nacional do Sesc propôs a criação da Orquestra Jovem Sesc Brasil. Um primeiro encontro foi realizado em 2019, durante o IX Festival Internacional Sesc de Música, em Pelotas, no Rio Grande do Sul, e propiciou aos jovens músicos a oportunidade de realizar aulas práticas e teóricas com professores referências da música de concerto.
No ano seguinte, a orquestra voltou a se reunir, e foi realizado também um encontro de coordenadores e maestros. Em 2021, com o isolamento por conta da pandemia, foi feito um mapeamento dos projetos ativos, bem como o registro de memória destes projetos. Também foram elaborados uma trilha formativa on-line e um vídeo concerto, que será disponibilizado este mês nos canais do Sesc. Em 2023, a Orquestra Jovem Sesc Brasil reunirá novamente 50 jovens durante o XI Festival Internacional Sesc de Música, em Pelotas, e realizará o III Encontro de Coordenadores Sesc Orquestras Jovens.
Saiba mais sobre o projeto Sesc Orquestras Jovens e Bandas de Música.
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