O Dia Internacional dos Direitos Humanos, comemorado em 10 de dezembro, traz como um de seus principais desafios o combate à fome, que afetou 3,2 milhões de residências brasileiras em 2023, segundo o IBGE. Além de políticas públicas, iniciativas da sociedade têm ajudado a ampliar a segurança alimentar. O aumento das doações recebidas nos últimos meses pelo Sesc Mesa Brasil, a maior rede de bancos de alimentos da América Latina, tem dado mostras da mobilização do país para o acesso à alimentação de qualidade. Entre janeiro e outubro de 2024, o volume arrecadado cresceu 16% em relação ao mesmo período do ano passado, somando mais de 46,5 milhões de quilos de alimentos, além de artigos de higiene, limpeza e vestuário.
O Sesc Mesa Brasil foi criado por iniciativa dos empresários do comércio de bens, serviços e turismo há 30 anos com objetivo de atuar no combate à fome e ao desperdício de alimentos. O programa trabalha em parceria com empresas, propriedades rurais, entrepostos de hortifruti, supermercados, pequenas feiras e comércios, que doam seus excedentes de produção e alimentos fora dos padrões de comercialização, mas ainda seguros para consumo. Os produtos são destinados a instituições como asilos, creches e associações comunitárias, que os utilizam para complementar as refeições oferecidas ao público assistido.
Outro diferencial do programa são as ações educativas, que têm o objetivo de promover a alimentação adequada, a reeducação alimentar e fortalecer a gestão das entidades assistenciais assistidas. Por meio de cursos, oficinas e palestras, são difundidas informações como o aproveitamento integral dos alimentos e técnicas de manipulação e armazenamento, que contribuem para a redução do desperdício.
“Nós temos visto crescer a solidariedade e as doações ao longo do último ano, mostrando que a sociedade brasileira está na luta para ampliar a segurança alimentar, um direito humano básico. Outro ponto relevante do Sesc Mesa Brasil é seu papel no combate às mudanças climáticas. Ao propor o aproveitamento integral de alimentos e evitar o descarte desses produtos, que poderiam acabar nos lixões, contribuímos para diminuir as emissões de gases de efeito estufa. A segurança climática também é um direito da humanidade”, aponta Janaina Cunha, Diretora de Programas Sociais do Departamento Nacional do Sesc.
Neste fim de ano, o Sesc Mesa Brasil intensifica suas atividades por meio de campanhas que visam contribuir para as festividades natalinas de milhares de famílias em situação de vulnerabilidade. Em Minas Gerais, o Natal Solidário convida a população a fazer doações em dinheiro ou em produtos alimentícios, que podem ser entregues nas unidades em todo estado. No Mato Grosso do Sul, a campanha Natal na Mesa 2024 recebe doações de alimentos não perecíveis nas unidades em Campo Grande, Aquidauana e Três Lagoas. No Rio de Janeiro, a tradicional Caminhada Sesc pela Valorização da Pessoa Idosa, marcada para dia 8 de dezembro, em Copacabana, receberá doações para o Sesc Mesa Brasil. São esperadas na 7ª edição mais de 2,5 mil participantes. Na Bahia, a mobilização também contempla brinquedos para fazer a alegria das crianças.
O Sesc Mesa Brasil – programa de combate à fome e ao desperdício de alimentos – inaugurou sua nova sede no Rio de Janeiro. A nova estrutura, que está instalada no bairro do Campinho, na Zona Norte da capital fluminense, facilita a logística de recebimento e entrega de donativos. Além das empresas parceiras, pessoas físicas também podem fazer doações de alimentos no local.
Em 24 anos atuando no Rio de Janeiro, o programa já distribuiu cerca de 35 mil toneladas de alimentos a pessoas em vulnerabilidade social, o equivalente a encher 10 estádios do Maracanã.
Além de arrecadar e distribuir os alimentos, o programa capacita cozinheiras e cozinheiros das instituições apoiadas – creches e projetos de acolhimento institucional etc. – a utilizarem integralmente e de forma criativa os alimentos. Com isso, os funcionários dessas entidades podem criar receitas e mesclar o combate a insegurança alimentar com a conscientização sobre a sustentabilidade ambiental e econômica. Também são realizadas ações de caráter lúdico, visando difundir entre as crianças esses mesmos preceitos.
Além do Rio de Janeiro, o programa está presente nas demais unidades da federação, e seu trabalho é reconhecido internacionalmente por estar alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Nova estrutura ampliará alcance do programa
A nova sede ocupa um terreno de cerca de 6 mil metros quadrados. Pelo subsolo, chegarão os caminhões para carga e descarga de alimentos em uma área externa coberta de 380m². Ela dará acesso a um hall de entrada para recepção e controle dos alimentos, setor de Administração e Logística, setor de recepção e triagem de alimentos, setor de embalagem e processamento, além de três câmaras frigoríficas, depósito de caixas, despensa seca, entre outros espaços de apoio.
No pavimento térreo – nível da calçada, por onde chegam os pedestres e veículos – há guarita de segurança externa, salão multiuso para eventos e recepção de empresas com painel decorativo feito com caixas de plástico. Um auditório multiuso foi equipado com bancada para “Cozinha-Show” com capacidade para 120 pessoas. O pavimento conta ainda com depósitos de expedição, saída e apoio; hall de acolhimento de empresas e voluntários; sala exclusiva para voluntários; e área de expedição coberta.
No andar superior, está localizado todo o apoio administrativo do programa, com salas para gerência, coordenação, administrativo, além de toda a infraestrutura para os funcionários, como refeitório e vestiários.
Evento será realizado de 26 a 28 de novembro em Salvador
Diferentes comunidades étnicas do Brasil se encontrarão no Festival Pautas Sociais, promovido pelo Sesc, entre os dias 26 e 28 de novembro, em Salvador (BA). Com o tema “Territórios como Existências Ancestrais”, o encontro está em sua sexta edição e contará com representantes quilombolas, indígenas, caiçaras, pantaneiros, ribeirinhos e pescadores – de diversas regiões do país – para um intercâmbio de saberes e sobre modos de vida. O evento é fruto do projeto Pautas Sociais, que tem como objetivo fortalecer a articulação dessas redes comunitárias brasileiras diversas.
Ao longo de três dias, será oferecida uma programação gratuita composta por rodas de conversa, oficinas, palestras, exibição de mini documentários, apresentações artísticas e vivências em aldeia. O evento traz ainda uma homenagem especial à Mãe Bernadete, que foi líder quilombola da comunidade Pitanga dos Palmares, de Simões Filho (BA). Ela defendia o empoderamento feminino, a criação e aplicação de políticas públicas e uma educação de qualidade. Tinha o sonho de colocar universidades dentro dos quilombos.
Participam do festival representantes de comunidades tradicionais do Brasil, entre eles Maria das Dores de Oliveira Cavalcante, presidente da Associação Ádapo Muquem de Remanescentes Quilombolas (AL); Renata Tupinambá, cacica da Aldeia Divino Espírito Santo, em Abrantes (Camaçari – BA); Maria de Tiê, da Comunidade Quilombo de Souza (CE) e o cineasta Layo Amõkanewy, inígena do povo Dzutsó Kariu Kariri (MA), entre outros.
Durante o evento, o público poderá construir coletivamente uma obra de arte. Kunta Leonardo, artista quilombola paranaense, levará materiais para a produção da intervenção artística Omolu. O evento também contará com uma feira de artesanato, onde as comunidades participantes poderão expor produtos tradicionais de suas culturas. A banda Cabokaji encerra o festival com um show que mescla elementos da cultura indígena e afro-brasileira, passando por gêneros musicais como o rap, o afrobeat e o pop.
Serviço
6ª edição Pautas Sociais Evento gratuito Dias 26,27 e 28/11
Locais: Teatro Sesc-Senac Pelourinho – Largo do Pelourinho, 19 – Centro Histórico de Salvador (BA) Museu Eugênio Teixeira Leal – R. do Açouguinho, 1 – Pelourinho (BA) Inscrições: Festival Pautas Sociais – Territórios como Existências Ancestrais
Atividades: 26/11 – terça-feira Cineteatro Góes Calmon – Museu Eugênio Teixeira Leal 9h – Abertura 10h – Exibição de minidocs e bate-papo sobre filmes 16h – Início da Construção Coletiva Omolu, liderada pelo artista Kunta Leonardo
27/11 – quarta-feira Visita à aldeia Tupinambá de Abrantes, em Camaçari (evento fechado)
28/11 – quinta-feira Arena do Teatro Sesc-Senac Pelourinho 9h – Início da Feira de Artesanato 9h30 – Homenagem à Mãe Bernadete e Performance do artista Kunta Leonardo para construção coletiva da intervenção artístiva Omolu 11h – Oficinas Expressões Culturais do Quilombo de Souza – Porteiras do Ceará – Tradições e Saberes do Samba do Coco Construção de rede de pesca em Conjunto Cerâmica – bichos do Pantanal Colar com sementes de Lágrimas de Nossa Senhora 13h – Desfile de moda 14h – Oficinas de Maculelê Segurança alimentar e Cestaria Ajaka 15h30 – Performance – Entre Cablocos e Baianas 17h – Apresentação artística – Cabokaji
Sesc e Pacto Contra a Fome firmaram parceria para atuarem juntas nessas agendas em todo o Brasil
O Instituto Pacto Contra a Fome e o Sesc vão atuar juntos em ações de combate à fome e ao desperdício de alimentos para ampliar a segurança alimentar e nutricional em todo o Brasil. De um lado, entram a experiência e a logística do Sesc Mesa Brasil com a maior rede privada de bancos de alimentos da América Latina. Do outro, a expertise do Pacto Contra a Fome, uma coalizão suprapartidária e multissetorial que atua para a erradicação da fome e do desperdício de alimentos de forma estrutural e permanente em todo o Brasil.
A reunião de esforços já tem dado frutos. Um deles é o apoio do Sesc para a campanha nacional “Comida Boa É Na Boca e Não na Boca do Lixo”, que busca contribuir com a erradicação da fome no Brasil, por meio do combate ao desperdício de alimentos. A campanha do Pacto contra a Fome foi lançada em setembro, mesmo mês em que é celebrado o Dia Internacional da Consciencialização sobre Perdas e Desperdício Alimentar (29/09), estabelecido pela Organização das Nações Unidas. O Brasil descarta, anualmente, 27 milhões de toneladas de alimentos, sendo que 80% dessas perdas ocorrem na produção, manuseio, transporte e centrais de abastecimento. segundo a ONU.
“A união do Sesc e do Pacto Contra a Fome é absolutamente oportuna e vai garantir uma gama de campanhas e ações em escala nacional. Teremos juntos a expertise do Sesc, que possui um trabalho importante e reconhecido por meio do Sesc Mesa Brasil, e o Pacto Contra a Fome, cuja atuação tem sido focada especialmente em inteligência, articulação e incentivo”, explicou Geyze Diniz, presidente do Conselho e Cofundadora do Instituto Pacto Contra a Fome. “Nossa missão será a de colocar nossos temas na pauta nacional e fomentar ações e novos aliados nessa jornada”, completou.
“O Sesc Mesa Brasil é um exemplo de sucesso da união de esforços. A parceria com as empresas doadoras é a força motriz do programa, que oferece sua logística para o escoamento de produtos que seriam descartados por estarem fora dos padrões de comercialização, apesar de ainda próprios para o consumo. É com muita satisfação que ampliamos essa rede de solidariedade por meio da adesão ao Pacto Contra a Fome. Juntos poderemos compartilhar experiências e aumentar o alcance de nossas ações em prol de uma sociedade mais justa”, complementou o Diretor-Geral do Departamento Nacional do Sesc, José Carlos Cirilo.
O documento de formalização da parceria foi assinado pelo Presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, e pela Cofundadora e Diretora de Políticas Públicas e Inteligência do Pacto Contra a Fome, Maria Siqueira, prevendo entre outras atividades, a troca de informações e experiências entre as entidades sobre os temas.
Sobre o Sesc
O Sesc faz parte do Sistema Comércio e ao lado da CNC e do Senac atuam em prol do comércio de bens, serviços e turismo. Há mais de sete décadas, promove acesso à educação, saúde, cultura, lazer e assistência, em todo o país, proporcionando bem-estar e qualidade de vida para trabalhadores e suas famílias. Há 30 anos atua conta a fome e o desperdício de alimentos por meio do Sesc Mesa Brasil, já tendo distribuído mais de 730 milhões de quilos de alimentos. São Mais de 7 mil entidades assistenciais atendidas pelas doações de 3 mil parceiros, beneficiando em média 2 milhões de pessoas mensalmente.
Sobre o Pacto Contra a Fome
Criado em maio de 2023, o Instituto Pacto Contra a Fome é um movimento suprapartidário e multissetorial que se uniu por um propósito comum: combater a fome e reduzir o desperdício de alimentos no Brasil. Saiba mais sobre o Pacto Contra a Fome e cada um dos projetos em www.pactocontrafome.org .
Entre os dias 9 e 13 de setembro, o Diretor-Geral do Departamento Nacional do Sesc, Jose Carlos Cirilo e uma comitiva representa o Sistema CNC-Sesc-Senac no Global Food Summit 2024 – Food Banking & Climate Change, em Sydney, capital da Austrália. A grupo leva a expertise de 30 anos do Sesc Mesa Brasil para o evento, promovido pela The Global FoodBanking Network, em parceria com o Banco Alimentar Austrália. Trata-se do maior encontro mundial de bancos de alimentos e seus parceiros, que reúne líderes, especialistas e profissionais atuantes em todo o sistema alimentar global.
O encontro incluiu discussões dinâmicas e palestrantes envolventes com sessões e exercícios animados para estimular novas ideias e partilha de conhecimentos. Proporcionará oportunidades para visitar bancos alimentares na Austrália para aprofundar a compreensão e observar inovações na banca alimentar, recolha e redistribuição de alimentos.
Artigo de José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac
O ano de 2024 ficará marcado por um importante passo no enfrentamento a um dos maiores flagelos da humanidade: a fome. O lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, proposta e apresentada em reunião do G20 recentemente, visa mobilizar os mais diversos setores da sociedade em torno dessa questão, que, segundo o último relatório das Organizações das Nações Unidas (ONU), atinge mais de 713 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, apesar da redução no número de pessoas que passam fome, os dados ainda apontam 8,4 milhões de brasileiros subnutridos.
Entender que a fome é um problema de responsabilidade de toda a sociedade é essencial. A criação de políticas públicas que atuem em soluções para a questão passa por um amplo debate, que precisa reunir desde as instâncias de governo até a iniciativa privada e instituições assistenciais. Nesse sentido, a união de esforços proposta pela Aliança Global é um caminho promissor.
São muitas as iniciativas, em diversas partes do mundo, com o viés de luta contra a fome. Experiências que certamente podem ser replicadas ou servir de referência para futuras ações. No Brasil, o Sistema Comércio desenvolve um programa que visa à segurança alimentar e nutricional de pessoas em situação de vulnerabilidade. O Sesc Mesa Brasil, que completa 30 anos de criação neste ano, é hoje a maior rede privada de bancos de alimentos da América Latina, já tendo distribuído nessas três décadas mais de 770 milhões de quilos de alimentos, arrecadados junto a uma rede de parceiros nacionais e internacionais.
O Sesc Mesa Brasil está presente em todos os estados do país e é um exemplo de sucesso da união de esforços. A parceria com as empresas doadoras é a força motriz do programa, que oferece sua logística para o escoamento de produtos que seriam descartados por estarem fora dos padrões de comercialização, apesar de ainda próprios para o consumo. Dessa forma, possibilita a seus parceiros serem protagonistas nesse papel social de luta contra a fome. Do outro lado dessa rede de solidariedade, estão as entidades que recebem os alimentos, utilizados na produção de refeições destinadas ao atendimento de milhares de pessoas diariamente.
Outra importante vertente do programa é o combate ao desperdício. Um estudo divulgado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) destacou que reduzir a perda alimentar pela metade evitaria que até 153 milhões de pessoas no mundo sofressem de fome, ao mesmo tempo que diminuiria em 4% as emissões de gases do efeito estufa relacionadas à agricultura.
No Brasil, segundo dados do IBGE, cerca de 30% dos alimentos produzidos vão parar no lixo. Frutas e legumes representam mais da metade das perdas devido à natureza perecível e ao curto prazo de validade. Ao atuar na redução do desperdício por meio da coleta junto a seus parceiros, o Sesc Mesa Brasil auxilia não só na questão da fome, como proporciona uma maior qualidade nutricional a esse público em situação de vulnerabilidade.
A concretização da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza representa um passo decisivo na construção de um mundo menos desigual. Será uma rede de solidariedade sem fronteiras, compartilhando políticas e experiências exitosas e aproximando nações em uma causa das mais nobres. Esperamos que o trabalho do Sesc Mesa Brasil possa também contribuir nessa futura jornada como um exemplo de cidadania e compromisso pelo desenvolvimento social.
Artigo publicado originalmente no jornal Correio Braziliense
Evento deu início as celebrações de 30 anos do Sesc Mesa Brasil e apresentou estudo internacional que aponta recomendações para combater a fome no país com a redução do desperdício de alimentos e contenção das alterações climáticas
Pesquisadores e especialistas da Harvard Law School, por meio da Food Law and Policy Clinic (FLPC), e da The Global FoodBanking Network (GFN) apresentaram nesta terça-feira (6), em São Paulo, o Atlas Global de Políticas de Doação de Alimentos, estudo realizado em 24 países e viabilizado por meio de parceria com o Sesc. A pesquisa, apresentada durante o Seminário Internacional “Sistemas Alimentares: Oportunidades para Combater a Fome e o Desperdício no Brasil”, trouxe à tona nova análise das leis e políticas de doação de alimentos no Brasil, com recomendações de como os legisladores podem contribuir para reduzir o desperdício, facilitar a doações de alimentos e mitigar as alterações climáticas.
O evento marcou ainda o início das celebrações dos 30 anos do Sesc Mesa Brasil, maior rede privada de bancos de alimentos da América Latina, que alcançou a marca de 770 milhões de quilos de alimentos doados ao longo de sua trajetória. A iniciativa, referência nacional no combate à fome e ao desperdício de alimentos, beneficia mais de 2 milhões de pessoas (média mensal) em situação de vulnerabilidade, por meio de 7 mil instituições sociais, em 730 munícipios brasileiros. Somente em 2023, o Sesc Mesa Brasil distribuiu mais de 48 milhões de quilos de alimentos e outras doações para instituições sociais que atendem pessoas em situação de vulnerabilidade. O programa conta com uma rede colaborativa com mais de 3 mil empresas doadoras.
Para José Carlos Cirilo, Diretor-Geral do Departamento Nacional do Sesc, o Sesc Mesa Brasil contribui para o resgate da cidadania de pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade. “A fome é uma mazela que provoca abismos sociais em nosso país e precisa do esforço redobrado de todos para combatê-la. A fome separa e segrega. Cerca de 60 milhões de pessoas em nosso país vivem algum grau de insegurança alimentar. Uma pessoa com fome não estuda, não trabalha, não produz e se sente à margem da sociedade. Então, percebemos que programas como o Sesc Mesa Brasil trazem uma visão de liberdade eminente no horizonte. A garantia de uma alimentação adequada contribui para o resgate da cidadania. O Sesc Mesa Brasil nasceu aqui em São Paulo há 30 anos se espalhou como a corrente do bem por todo o Brasil. É uma resposta da esperança e da solidariedade” pontuou.
O Atlas apresentado no Seminário recomenda, entre os apontamentos para conter o desperdício de alimentos, a implantação de nova rotulagem que possibilite, de acordo com critérios de segurança e qualidade, a doação de alimentos após a data de vencimento exibidas nos rótulos. O estudo também indica o aumento de subsídios fiscais para doação de alimentos, bem como a adoção de penalidades para empresas que destinam alimentos aos aterros sanitários. Levantamento da ONU aponta que o Brasil desperdiça cerca de 27 milhões de alimentos anualmente, sendo 42% deste total suficiente para o abastecimento alimentar do país.
De acordo com Claudia Roseno, Gerente de Assistência do Departamento Nacional do Sesc e responsável de forma nacional pelo Sesc Mesa Brasil, muitos alimentos desperdiçados estão dentro de critérios nutritivos e seguros para o consumo. Ela avaliou o protagonismo do programa para mitigar a insegurança alimentar e nutricional no país.
“Esses 30 anos de trajetória representam uma celebração muito emblemática para o Sesc Mesa Brasil. Estamos oportunizando a discussão de uma série de conceitos e informações que são importantes para a composição da segurança alimentar e nutricional. É uma discussão ampla, que envolve governo, pesquisadores, sociedade civil, e é muito importante para que a gente entenda que não é um problema de um só setor. É um problema de todos nós. Todos nós podemos fazer a diferença no dia a dia de pessoas que estão precisando desse alimento”, afirmou.
Para Lisa Moon, CEO da The Global FoodBanking Network, o seminário foi uma oportunidade de debater questões relativas às mudanças climáticas, bem como a insegurança alimentar e o desperdício de alimentos. Segundo Moon, o desperdício agrava o problema das mudanças climáticas, aumentando as emissões de gases de efeito estufa. “É importante estar sempre debatendo esse cenário e buscando novos caminhos para mitigar os efeitos tão severos que a gente encontra, com tantas pessoas em situação de insegurança alimentar”, destacou.
O combate à fome tem sido foco de debates em todo o mundo. Reduzir o desperdício alimentar pela metade evitaria que até 153 milhões de pessoas sofressem com a insegurança alimentar, ao mesmo tempo que diminuiria as emissões de gases do efeito de estufa relacionadas a agricultura em 4%, segundo estudo divulgado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) destacou. A FAO também calcula que quase um terço dos alimentos destinados ao consumo humano são perdidos.
O seminário, realizado no Sesc Belenzinho (SP), contou com a participação de pesquisadores e especialistas nacionais e internacionais, representantes do poder público e da sociedade civil, que debateram em diversos painéis como, ‘Sistemas Alimentares: Desafios e Oportunidades’, ‘Política de doação de Alimentos: Um caminho para reduzir a perda e o desperdício de alimentos e aliviar a fome’, ‘Ações do Governo e da Sociedade Civil com o propósito de combater a fome e o desperdício de alimentos’, ‘Sindemia global: A interconexão entre obesidade, desnutrição e mudanças climáticas’ e ainda ‘O papel do Colheita Urbana e do Banco de Alimentos na promoção da Alimentação Adequada e Saudável’.
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Sesc, referência nacional no combate ao desperdício alimentar
O Sesc Mesa Brasil completa 30 anos em 2024 e se tornou referência como a maior rede privada de bancos de alimentos da América Latina contra a fome e o desperdício. Criada em 1994, a iniciativa nasceu na unidade Sesc Carmo, em São Paulo, e hoje está presente em todo o país. Trata-se de uma rede de 95 bancos que já distribuiu mais de 770 milhões de quilos de alimentos desde que foi criada. Atualmente, o projeto leva – todo mês – comida à mesa de aproximadamente 2 milhões de pessoas. Graças a essa expertise e protagonismo nesse cenário, o Sesc conta com parceiros como The Global FoodBanking Network (GFN), apoia pesquisas, realiza e participa de importantes eventos sobre o tema. Além disso, tem representação nacional como membro do comitê gestor da Rede Brasileira de Bancos de Alimentos, do Governo Federal.
Evento reúne poder público, pesquisadores e especialistas, e apresenta pesquisa feita por The Global FoodBanking Network (GFN) e Harvard Law School sobre políticas públicas para doação de alimentos. Ação também marca o início das celebrações dos 30 anos do Sesc Mesa Brasil.
O Sesc e The Global FoodBanking Network (GFN) realizam, em 6 de agosto, o Seminário Internacional “Sistemas Alimentares: Oportunidades para Combater a Fome e o Desperdício no Brasil”. O evento faz parte das celebrações dos 30 anos do Sesc Mesa Brasil, maior rede privada de bancos de alimentos da América Latina, e reúne pesquisadores nacionais e internacionais, e representantes do poder público e da iniciativa privada, para debater desafios da insegurança alimentar. Na ocasião, será apresentado o Atlas Global de Política de Doação de Alimentos, pesquisa de GFN e Harvard Law School, realizada por meio de uma parceria com o Sesc, que analisa leis e políticas que afetam a doação de alimentos em todo o mundo, com recomendações para fortalecer estruturas e adotar novas medidas que estimulem o reaproveitamento de alimentos e o combate à fome. O evento, no Sesc Belenzinho, é aberto ao público e gratuito. As inscrições poderão ser feitas a partir de 25 de julho em www.sescsp.org.br/seminariosistemasalimentares
O Seminário irá tratar de temas que poderão apontar novos caminhos no combate à fome e ao desperdício, como: sistemas alimentares saudáveis e sustentáveis; a política de doação de alimentos; a conexão entre obesidade, desnutrição e mudanças climáticas; e o papel da colheita urbana e dos bancos de alimentos para a promoção de uma alimentação mais saudável.
Aproximadamente 61,3 milhões de brasileiros, o que significa mais de um quarto da população, sofrem de insegurança alimentar. Anualmente, o Brasil perde ou desperdiça 42% do seu abastecimento alimentar. Grande parte desse desperdício inclui alimentos nutritivos e seguros para consumo, que poderiam ser aproveitados, inclusive por meio de programas como o Sesc Mesa Brasil. O desperdício de alimentos também é prejudicial ao meio ambiente, sendo um fator responsável por cerca de 8% a 10% das emissões de gases do efeito de estufa.
“O Sesc é o vetor de Responsabilidade Social do setor do comércio de bens, serviços e turismo. É um investimento dos empresários para a sociedade. Como um dos grandes protagonistas no combate à fome e ao desperdício de alimentos no país, o Sesc faz o elo entre empresas dispostas a doar a instituições que atendam quem precisa comer. É uma iniciativa exitosa que completa 30 anos nesse ano de 2024”, explica José Roberto Tadros, Presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac.
Criar alternativas para ampliar o acesso da população à alimentação adequada é urgente, como lembra o Diretor-geral do Sesc, José Carlos Cirilo: “Quem passa fome tem dificuldades para estudar, trabalhar, produzir. A garantia de uma alimentação adequada contribui para o resgate da cidadania dessas pessoas. Diálogo, investimento e ação transformam realidades. Iniciativas como esse Seminário são importantíssimas para somar experiências e traçar novos caminhos que ajudem na construção de uma sociedade melhor”.
“O desperdício e a insegurança alimentar são questões profundamente interligadas, e nossa pesquisa forneceu recomendações políticas que podem beneficiar o povo brasileiro e o meio ambiente”, disse Lisa Moon, presidente e CEO da The Global FoodBanking Network. “Estamos muito satisfeitos em sediar este evento com nossos parceiros do Sesc Mesa Brasil e para reunir stakeholders do Brasil e unir forças para reduzir a fome e o desperdício de alimentos”, finalizou Lisa.
O Sesc Mesa Brasil completa 30 anos em 2024 e se tornou referência como a maior rede privada de bancos de alimentos da América Latina contra a fome e o desperdício. Criada em 1994, a iniciativa nasceu na unidade Sesc Carmo, em São Paulo, e hoje está presente em todo o país. Trata-se de uma rede de 95 bancos que já distribuiu mais de 770 milhões de quilos de alimentos desde que foi criada. Atualmente, o projeto leva – todo mês – comida à mesa de aproximadamente 2 milhões de pessoas. Graças a essa expertise e protagonismo nesse cenário, o Sesc conta com parceiros como The Global FoodBanking Network (GFN), apoia pesquisas, realiza e participa de importantes eventos sobre o tema. Além disso, tem representação nacional como membro do comitê gestor da Rede Brasileira de Bancos de Alimentos, do governo federal.
“Há 30 anos, o Sesc Mesa Brasil atua para enfrentar a problemática da fome e do desperdício de alimentos no Brasil. Somadas a um trabalho diário de coleta e distribuição de alimentos, nossas ações educativas, como este Seminário Internacional, realizado em parceria com o GFN, compartilham experiências promotoras do Direito Humano à Alimentação Adequada” afirma Luiz Galina, diretor regional do Sesc São Paulo.
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