O cineasta mineiro André Novais Oliveira, nome de destaque do cinema brasileiro contemporâneo, é o homenageado da programação 2025 do CineSesc. Agora, em agosto, além de ter sua obra em exibição, o diretor percorrerá diferentes estados com uma masterclass presencial, que permitirá um mergulho profundo em sua obra. São 163 atividades com programação gratuita. A Mostra “Retrospectiva Brasil: O Cinema de André Novais Oliveira” contará com 151 sessões e 12 masterclasses em 10 estados. Já a filmografia foi licenciada para estar disponível para 22 estados por todo o ano de 2025, abrangendo todas as regiões do país. Os debates e aulas com André acontecem em diferentes unidades do Sesc no Rio de Janeiro, Pará e Paraná.
O cineasta compartilhará sua trajetória, sua carreira como diretor e pesquisador da história do cinema, além dos bastidores do seu processo criativo. Já no Tocantins, Renato Novaes, ator dos filmes de André, conduzirá as ações educativas. Influenciado pela família a seguir na carreira na sétima arte, ele traz seus familiares e até mesmo atores amadores para as telonas desde o início de sua jornada profissional. Seus filmes tratam do cotidiano e suas produções já circularam por festivais nacionais e internacionais, incluindo Cannes, Brasília, Mar del Plata, Locarno, Mostra Internacional de São Paulo, Tiradentes, entre outros.
Por meio da produtora Filmes de Plástico, da qual é sócio, André conseguiu dar vida a longas como “Ela Volta na Quinta” (2014), “Temporada” (2018) e “O Dia em Que Te Conheci” (2023). Atualmente, está finalizando o inédito “Se Eu Fosse Vivo… Vivia”. Entre as obras que circularão estão também curtas marcantes, como “Nossa Mãe Era Atriz”, um documentário que retrata como o autor dialoga com a dimensão afetiva, íntima e familiar, ao contar como sua mãe, já aos 60 anos, se tornou uma atriz premiada no Brasil e no mundo. André destacou a importância do projeto ao exibir e promover conversas sobre suas obras em diversos cantos do país: “É muito bom pensar que os filmes vão rodar por tantos estados, tantas cidades, e poder debater sobre isso. É incrível! E importante não só para mim, mas para a produtora inteira porque, em termos de distribuição, a mostra tem um alcance muito grande”, finalizou.
Em Palmas (TO), no dia 7 de agosto, será exibido “O Dia Em Que Eu Te Conheci” e, logo após, haverá um debate com o público. No dia seguinte (8), haverá uma masterclass. As duas atividades serão conduzidas pelo parceiro criativo, montador e ator Renato Novaes, irmão do diretor, que também participa das obras.
O próprio André Novais Oliveira estará no Pará, com encontros nos dias 12 e 13 de agosto, no CineSesc Ver-o-Peso, em Belém. Já no Rio de Janeiro, o cineasta percorre cidades da Região Metropolitana e do interior fluminense entre os dias 19 e 24 de agosto, passando pelo Sesc Tijuca, e as cidades de Campos dos Goytacazes, Nova Iguaçu, Nova Friburgo, São João de Meriti e São Gonçalo. No Paraná, onde o diretor realiza uma intensa agenda de encontros entre 25 e 30 de agosto, passando por Curitiba, Londrina, Maringá, Bela Vista do Paraíso e Ponta Grossa.
Uma rede nacional construída para difundir a produção audiovisual, por meio de exibição de filmes e formação de público. O projeto licencia longas-metragens por prazo determinado, criando assim um acervo que pode ser apresentado em salas de cinema do Sesc e em unidades de projeção itinerantes. O CineSesc também atua com atividades formativas, programas para mediação cultural das obras e mobilização das plateias. O CineSesc 2025 passará pelos estados de Alagoas, Bahia, Mato Grosso do Sul, Paraná, Pará, Piauí, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo, Tocantins. Com esses encontros, o CineSesc busca inspirar novos olhares sobre o fazer cinematográfico, reforçando o compromisso com a valorização da diversidade do audiovisual nacional.
O CineSesc 2025 licenciou um rico acervo de 44 longas-metragens nacionais e internacionais, além de um conjunto de curtas, em um total de 48 filmes, que estarão disponíveis para exibição em todo o país até novembro. O catálogo reúne produções recentes e clássicos do cinema nacional, além de obras icônicas do cinema africano, asiático e europeu, muitas delas premiadas em festivais no Brasil e no exterior. As exibições são gratuitas e seguem a programação das unidades do Sesc nos estados.
“Mais do que oferecer acesso a filmes de qualidade, o CineSesc busca fazer a reaproximação do público com as salas de cinema, um hábito que foi reduzido após a pandemia e ainda não se recuperou plenamente”, afirma Janaina Cunha, Diretora de Programas Sociais do Departamento Nacional do Sesc. Além disso, avalia a diretora, muitos dos filmes selecionados dificilmente são encontrados no streaming ou no YouTube, o que torna o CineSesc uma oportunidade para o público conhecer produções diferenciadas.
Nesta edição, o CineSesc fez recortes no catálogo em forma de Panoramas e inaugura a Retrospectiva Brasil para destacar obras de cineastas nacionais relevantes. O homenageado desse ano é o mineiro André Novais, reconhecido por retratar o afeto em suas produções, trazer a família e os amigos para atuarem em seus trabalhos e colocar a cidade de Contagem (MG), onde mora, como cenário principal de suas obras. Sete de seus filmes, incluindo quatro curtas e três longas, fazem parte do acervo do CineSesc 2025. “André Novais é um artista cuja trajetória pode inspirar outros realizadores a entenderem a força das periferias como territórios criativos”, avalia Janaina.
Temas do CineSesc 2025
A obras foram selecionadas com recortes temáticos sobre longevidade, diversidade, produções infantojuvenis, documentários e biografias de personalidades marcantes da cultura brasileira. No Panorama Nacional, o público poderá conferir produções que refletem a riqueza cultural do país e resgatam a força de clássicos do cinema brasileiro. Uma delas é “A Hora da Estrela” (1985), protagonizada por Marcélia Cartaxo, que será apresentada em cópia restaurada em 4K. Entre as produções recentes destaca-se “Estranho Caminho” (2023), do cearense Guto Parente, vencedora de vários prêmios internacionais.
No Panorama Internacional, a diversidade global do cinema é destacada com títulos que vêm da África, da Ásia e da Europa. Entre eles está “Mami Wata” (2022), produção nigeriana que explora a mitologia desta divindade do oeste africano e que teve na direção de fotografia a brasileira Lílis Soares. O filme recebeu o Prêmio Especial do Júri de Melhor Fotografia no Festival de Cinema de Sundance. O acervo também inclui três obras do diretor, ator e poeta senegalês Djibril Diop Mambét, cuja obra é reconhecida internacionalmente. As produções são: “O Franco” (1994), “Hienas” (1994) e “A Pequena Vendedora de Sol” (1999). Da Ásia, o CineSesc 2025 traz obras como “Monster” (2023), filme japonês premiado em Cannes.
O público infantojuvenil terá à disposição 11 filmes, incluindo a animação indicada ao Oscar 2024 “Meu Amigo Robô”, que trata do relacionamento entre um cachorrinho e seu parceiro tecnológico; e o brasileiro “Princesa Adormecida”, estrelado por Maísa Silva, com a história de uma adolescente superprotegida pelos tios que descobre, aos 15 anos, ser apenas um sonho aquele mundo que considerava real.
Para ampliar o debate sobre a vida 60+, o Panorama Longevidade reúne filmes que trazem diferentes perspectivas sobre longevidade, como “Tia Virginia” (2023), premiado no Festival de Gramado e estrelado por Vera Holtz, e “Um Dia com Jerusa” (2021), protagonizado por Léa Garcia.
Além disso, o CineSesc 2025 também resgata histórias marcantes para a sociedade brasileira, como “Black Rio! Black Power!’ (2023), de Emílio Domingos, que revisita os bailes Soul no Rio de Janeiro, e “Meu Sangue Ferve Por Você” (2023), sobre a trajetória de Sidney Magal. Ambos celebram personalidades e movimentos culturais relevantes para várias gerações.
Neste mês de abril, o filme Estranho Caminho estará em cartaz por diversas telonas do Sesc! No total, 27 sessões ao longo do mês vão contar a história do jovem cineasta David que, surpreendido por uma pandemia, busca o pai depois de dez anos. Após o reencontro, eventos estranhos começam a acontecer, desafiando sua compreensão da realidade e da relação familiar.
Dirigido por Guto Parente e produzido pela Tardo Filmes, Estranho Caminho foi um dos pré-selecionados em 2024 para representar o Brasil no Oscar daquele ano. O longa foi dos grandes vencedores do Festival de Cinema de Tribeca de 2023, em Nova York, conquistando os prêmios de Melhor Filme, Melhor Roteiro, Melhor Fotografia e Melhor Performance no evento, voltado para produções independentes.
Você poderá conferir essa emocionante história nos estados do Pará, Rio de Janeiro, Maranhão e Paraná, além de uma exibição especial no Polo Sociocultural Sesc Paraty. Tudo isso de forma gratuita. O CineSesc é um dos maiores projetos de exibição itinerante de filmes do país. Além de exibir os filmes, a iniciativa realiza debates e atividades formativas sobre as temáticas mostradas. Fique de olho na programação do CineSesc em seu estado, separe sua pipoca e embarque com a gente no mundo do cinema.
O Brasil tem 3.509 salas de cinema em funcionamento. O número divulgado pela Agência Nacional do Cinema (Ancine) em janeiro de 2025 é um recorde no país e mostra uma recuperação do setor, que teve quase metade das salas fechadas após a pandemia de Covid-19. Mas o cenário está longe de ser o ideal. Segundo a Ancine, 40% das cidades brasileiras ainda não contavam com locais de exibição de audiovisual em 2021. Como forma de promover o setor audiovisual, o Sesc mantém projetos que democratizam o acesso a arte, como o CineSesc e o Cineminha, além de promover sessões de forma itinerante, alcançando localidades mais distantes.
O CineSesc é um projeto realizado há mais de uma década, que proporciona que diversos filmes se mantenham em exibição após o término da temporada comercial. Anualmente, são selecionadas produções diversificadas, que são licenciadas por um período aproximado de um ano. Esses filmes são disponibilizados dentro da programação do Sesc nos estados, de forma gratuita. Em 2025, por exemplo, 44 longas-metragens nacionais e internacionais, além de um conjunto de curtas, compõem o acervo.
São produções recentes e clássicos do cinema nacional, além de obras do cinema africano, asiático e europeu, muitas delas premiadas em festivais no Brasil e no exterior. Os filmes estrangeiros do CineSesc são cuidadosamente escolhidos e todos contam com dublagens em português para que mais pessoas possam vivenciar a experiência.
Parte dos títulos é direcionada ao público infantil, ajudando a formar novas gerações de plateias. “Um dos critérios da seleção é que 20% do total do catálogo seja voltado para as crianças, visto a grande demanda deste público nas nossas unidades”, comenta Lorran Dias, um dos curadores da programação do CineSesc. “Com o CineSesc, acreditamos que, ao lado das escolas e professores, estamos construindo uma ponte entre cultura e educação, desmistificando estigmas e aproximando o público jovem da riqueza do cinema brasileiro e mundial”, explica.
O “Cineminha” nasceu em 2018 como iniciativa do Polo Educacional Sesc, localizado na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A ideia é oferecer cinema de graça a estudantes das escolas municipais de Jacarepaguá, Cidade de Deus e outros bairros do entorno. Para muitas, o Cineminha é o primeiro contato com um espaço cultural, como explica a professora Daniele Esmoris, da Escola Nossa Senhora de Pompeia. “Muitas crianças nunca tinham tido a oportunidade de entrar em uma sala de cinema. Eles ficam muito animadas e demonstram uma motivação a mais quando podem participar das exibições”, conta ela.
As crianças vivem uma experiência completa: visitam a estrutura do Polo Educacional, passeiam pela biblioteca, o laboratório de ciências e só depois chegam ao teatro. Aí começa a sessão, com direito à tradicional pipoca! Fernando Garcia, do Núcleo de Projetos Especiais do Polo Educacional Sesc, resume a importância do projeto na formação das crianças. “Ele estimula a reflexão porque escolhemos filmes que vão além do entretenimento e abordam temas muito relevantes, como o meio ambiente. Assim, o cinema se torna uma ferramenta poderosa para impactar cada jovem de uma maneira diferente”.
Para colocar a tela na estrada e levar o cinema a 75 municípios, foi criada a unidade móvel do CineSesc em Sergipe. Quando chega a uma cidade, a um território da periferia ou a um povoado, surge ali uma sala de cinema ao ar livre da mais alta qualidade. A unidade é equipada com camarim, palco retrátil, plataforma para PCD, sonorização e iluminação cênica, contando ainda com carrinho de pipoca, algodão doce e cem cadeiras para acomodar o público.
“Nós criamos o projeto para levar cinema a diferentes comunidades e permitir uma experiência cultural única para quem não tem acesso às salas de exibição tradicionais. Levamos as telas para quem vive distante dos centros urbanos, para os jovens da periferia, as comunidades quilombolas e muitos outros. E nós percebemos que, quando a luz da tela é acesa, criamos momentos transformadores por meio do cinema”, conta Alisson Alcantara, supervisor de cultura do Sesc.
Antes de cada exibição na unidade móvel, o público participa de uma conversa para contextualizar a obra e estimular reflexões sobre o que será visto. Os filmes escolhidos sempre dialogam com a realidade e o interesse de quem está na plateia. A intenção é transformar cada sessão em uma vivência única.
E a reação da plateia é a melhor parte do projeto. “Para muitos jovens, essa é a primeira experiência em uma sessão de cinema. As reações variam entre encantamento, surpresa e identificação com as histórias, reforçando o papel do cinema como ferramenta de educação. Momentos assim são especialmente emocionantes”, recorda Alisson.
No Mês das Mulheres, o CineSesc traz ao público o clássico “A Hora da Estrela”, com a trajetória de Macabéa – uma mulher invisibilizada, mas repleta de existência.
Lançado originalmente em 1985, o filme dirigido por Suzana Amaral foi restaurado e remasterizado e, atualmente, é distribuído pela Vitrine Filmes. A adaptação da obra de Clarice Lispector para as grandes telas escancara as dores e silêncios de tantas mulheres, ao mesmo tempo que nos faz refletir: o que significa ter voz em um mundo que não nos escuta?
As 44 sessões de “A Hora da Estrela” são gratuitas e acontecem em unidades do Sesc nos seguintes estados (confira no final da matéria o dia e local das sessões):
📍 Rio de Janeiro 📍 Espírito Santo 📍 Acre 📍 Alagoas 📍 Pernambuco 📍 São Paulo 📍 Tocantins
“A Hora da Estrela” problematiza, de forma explícita, a questão da pobreza e da marginalização das classes sociais oprimidas, configuradas na personagem central, Macabéa.
Órfã, ela muda-se para São Paulo, uma “cidade toda feita contra ela”, emprega-se como datilógrafa e se apaixona por Olimpio de Jesus – que logo a trai com sua colega de trabalho.
Criada por uma de nossas maiores escritoras, Clarice Lispector, recebeu adaptação para o cinema à altura, pela talentosa diretora Suzana Amaral. A obra “A Hora da Estrela” teve grande repercussão no Brasil e no exterior, não apenas ao nível da crítica, como do público em geral.
Além dos inúmeros prêmios recebidos em festivais, entre eles o Urso de Prata do Festival de Berlim de melhor atriz para Marcélia Cartaxo, a diretora foi agraciada pela Presidência da República e pelo Itamaraty com a medalha da Ordem do Rio Branco. No Brasil, o filme ganhou todos os principais prêmios do festival de Brasília de 1985, entre outros prêmios de melhor atriz, direção, fotografia e montagem.
Os filmes desta temporada do CineSesc já foram divulgados. Confira abaixo os filmes que serão exibidos.
Em maio, o projeto CineSesc promove pré-estreias do longa-metragem Diálogos com Ruth de Souza, de Juliana Vicente, nas cidades de Belém (PA), São Luís (MA), Curitiba (PR) e Rio de Janeiro (RJ). Depois da estreia no cinema, marcada para 9 de maio, o filme continuará em cartaz, totalizando 30 sessões em cinco estados do Brasil ao longo do mês.
A obra conta a trajetória de Ruth de Souza, a primeira artista negra a conquistar projeção na dramaturgia brasileira. Em sua longa carreira, de repercussão internacional, a atriz contrariou os estereótipos de personagens para artistas negros e também foi a primeira mulher negra a se apresentar no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, há 79 anos.
O CineSesc é uma rede construída para difundir a produção audiovisual. O projeto atua na criação de acervo de longas-metragens, licenciados por prazos determinados, que são exibidos em salas de cinema do Sesc e unidades de projeção itinerantes. O CineSesc também atua com atividades formativas e programas para mediação cultural das obras e mobilização de plateias
Na edição 2023/2024, o projeto tem como foco o cinema brasileiro contemporâneo, apresentando filmes que mostram a pluralidade territorial do país, uma seleção realizada em consonância com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que fortalece temáticas relacionadas à preservação da natureza e do meio ambiente.
São 19 longas-metragens disponibilizados gratuitamente, sendo 20% voltados ao público infanto-juvenil, contando com ficções e animações.
Diálogos com Ruth de Souza – Circuito CineSesc – programação:
Sesc Pará
15/05 – Sesc Ver-o-Peso
Sesc Maranhão
Dias 8 e 17/5
Sesc Paraná
Dias 8 e 9/5 – Sesc Curitiba
21/5 – Sesc Estação Saudade e Sesc Maringá
22/5 – Sesc Londrina Cadeião
24 e 26/5 – Sesc Bela Vista do Paraíso
Sesc Rio de Janeiro
08/5 – Sessão ao ar livre na Cinelândia em frente ao Teatro Municipal
09/5 – Sesc São João de Meriti e Sesc Teresópolis
11/5 – Sesc Copacabana
14/5 – Sesc Grussaí
15/5 – Sesc Campos e Sesc Niterói
16/5 – Sesc Madureira
18/5 – Sesc São Gonçalo
21/5 – Sesc Nova Iguaçu
22/5 – Sesc Niterói
23/5 -Centro Cultural Sesc Quitandinha e Sesc São Gonçalo
Sesc Espírito Santo
Exibições de 15 a 18/5