Sesc e INCA realizam evento online sobre rastreamento dos cânceres de mama e do colo do útero com presença de especialistas
O mês de outubro é dedicado à prevenção ao câncer de mama, tipo mais comum entre as mulheres. O controle aos fatores de risco e o diagnóstico precoce são os maiores aliados no combate à doença. Por meio da alimentação adequada, atividade física regular e diminuição do consumo de bebidas alcóolicas é possível reduzir o risco de desenvolver a doença. O exame clínico com profissional de saúde ajuda no autoconhecimento do corpo, facilitando a identificação de possíveis sinais e sintomas. Já para a faixa etária de 50 a 69 anos é indicada a realização de mamografia a cada dois anos.
Nesse mês, o Sesc promove ações em alusão à campanha Outubro Rosa em diversos estados do país. Dentre as atividades, a instituição em parceria com o INCA, realiza uma live em que serão apresentados dados históricos das ações de rastreamento dos cânceres de mama e colo do útero, considerando o impacto da pandemia e as perspectivas para o futuro. O evento online acontece dia 29 de outubro, às 15h (horário de Brasília) ao vivo no canal Sesc Brasil no Youtube com a presença de Monica Assis e Caroline Madalena, do INCA, e mediação de Izabel Vilas Boas, do Sesc Bahia.
Sesc Saúde Mulher
A instituição também atua em prol da saúde feminina, durante o ano todo, por meio do Sesc Saúde Mulher, unidade móvel que atende mulheres na faixa etária com maior propensão ao câncer de mama. A rede itinerante conta com 25 unidades, equipadas com mamógrafos digitais e profissionais capacitados, que oferecem atendimento humanizado e ações educativas de promoção da saúde sexual e reprodutiva, como o uso correto de preservativos e a prevenção às infecções sexualmente transmissíveis. Com atuação principalmente em municípios do interior e comunidades periféricas das grandes cidades, as unidades móveis também oferecem exames citopatológicos, destinados a mulheres com idades entre 25 e 64 anos, importante fator de prevenção ao câncer do colo do útero.
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Palestrantes:
Mônica de Assis é graduada em Serviço Social, sanitarista, mestre e doutora em Saúde Pública. Atua como tecnologista na Divisão de Detecção Precoce e Apoio à Organização de Rede do INCA/ Ministério da Saúde. É tutora do curso de Educação à Distância sobre Detecção Precoce do Câncer do INCA e participa da produção de ações de comunicação em saúde relacionadas a essa temática. É também coordenadora e docente do módulo de promoção da saúde do Curso de Especialização em Geriatria e Gerontologia da Universidade Aberta da Terceira Idade / UERJ, onde atua como orientadora acadêmica. Tem experiência em Educação em Saúde na atenção primária e secundária à saúde e produção acadêmica fundamentada na Educação Popular em Saúde. Atualmente realiza pesquisas sobre o rastreamento do câncer de mama no Brasil, com foco na elaboração de parâmetros assistenciais para o diagnóstico precoce e nos riscos do rastreamento.
Caroline Madalena Ribeiro possui graduação em odontologia (UERJ – 2008), mestrado (UFRJ-2010) e doutorado (UERJ-2019) em saúde coletiva com ênfase em epidemiologia. Atua como tecnologista de prevenção e controle do câncer na Divisão de Detecção Precoce do INCA/Ministério da Saúde desde 2011. Atua na gestão do Sistema de Informação do Câncer e trabalha principalmente com análise de dados epidemiológicos dos sistemas de informação do SUS para o monitoramento e avaliação das ações de controle do câncer no país. Atualmente é conteudista do curso à distância de detecção precoce do câncer do INCA e realiza pesquisas sobre detecção precoce dos cânceres de colo do útero, mama e boca, com foco nas desigualdades de acesso e na organização da rede de atenção à saúde para o controle desses cânceres.
Mediação:
Izabel Vilas Boas é graduada em Enfermagem pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Atua como Enfermeira da Unidade Móvel Sesc Saúde Mulher, na Bahia, desde 2018. Possui especialização em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) e na modalidade de residência pelo Programa de Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva com área de concentração em Doenças Cardiovasculares pela Universidade Federal da Bahia/Instituto de Saúde Coletiva/Hospital Ana Nery (UFBA/ISC/HAN). Tem experiência como Enfermeira em hemodinâmica pelo Hospital Cardiopulmonar da Bahia S/A no período de 2016 a 2018 em Salvador-Ba e Enfermeira da Estratégia da Saúde da Família pelo município de Vera Cruz-BA em 2013-2014.
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A pandemia afetou demais a todos e com os jovens não foi diferente. Além das questões emocionais, foram muitas as mudanças na rotina que tiveram impacto direto na saúde dos adolescentes. Nesse episódio do #DifusãoSesc recebemos especialistas que vão debater esse assunto. Vem com a gente!
O Guia de Alimentação Escolar do Sesc, de cunho orientador, tem o objetivo principal de fornecer embasamento teórico e prático para contribuir com os cantineiros para que os alimentos produzidos e servidos nas escolas do Sesc sejam plenamente saudáveis, uma referência de qualidade na área de alimentação escolar em nosso país.
Por conta do aumento de casos de violência contra as mulheres no país em função do isolamento social durante a pandemia, o Sesc e Unfpa Brasil realizaram em seus canais digitais a campanha Você não está sozinha. Na ação, foram divulgados conteúdos que abordam a importância de falar sobre a violência de gênero, os tipos de violência, a rede de proteção e denúncia e outros temas na busca de garantir os direitos das mulheres a uma vida com segurança, liberdade e paz. Foi lançado, ainda, um Guia (disponível em https://www.sesc.com.br/portal/site/comvc/suasaude/content/guiavocenaoestasozinha) que reúne todos os assuntos apresentados. Dando continuidade as iniciativas, as instituições realizam, no dia 30/8, às 10h (horário de Brasília), em www.youtube.com/SescBrasil um webinar em que será debatido o cenário atual da violência de gênero no Brasil, com um olhar voltado também para o Nordeste. O evento contará com a participação de Luana Natielle Basílio e Silva (UNFPA) e Marli de Araújo Santos (UFAL), além da mediação de Mabel de Araújo Santos (Sesc Alagoas).
Participantes: Luana Natielle Basílio e Silva Oficial de Programa para Equidade de Gênero, Raça e Etnia do UNFPA, advogada com mestrado em Direitos Humanos, experiência em sistema internacional de proteção de direitos. Tem atuação no tema de gênero, raça, identidades e povos e comunidades tradicionais. Atuação profissional em advocacy para direitos humanos, enfrentamento ao racismo, promoção da igualdade racial e de gênero, sistema prisional e socioeducativo.
Marli de Araújo Santos Doutora em Serviço Social pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ. Mestrado em Serviço Social pela Universidade Federal de Alagoas – UFAL. Profa. da Universidade Federal de Alagoas – Campus Arapiraca. Coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígena – Campus Arapiraca. Atuação nos temas: Educação em Direitos Humanos, Gênero, Violência contra mulheres, feminismos, relações étnico raciais.
Mediadora: Mabel de Araújo Santos Graduada em Serviço Social pela Universidade Federal de Alagoas – UFAL. Pós Graduada em Educação em Saúde pela Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas – UNCISAL. Assistente Social da Gerência de Saúde do Sesc Alagoas.
Artigo de Sebastiana Regina Marinho Ribeiro – Gerente de Saúde do Departamento Nacional do Sesc
O cenário mundial nos propõe uma reflexão sobre a qualidade das informações que chegam até cada um de nós e a forma como nossas escolhas são direcionadas em função delas. A informação está disponível em todos os lugares, seja nas redes sociais, seja nos veículos de mídia tradicionais.
Mesmo sem solicitar, somos inundados por um tsunami de notícias via Whatsapp. O desafio está na criticidade que desenvolvemos em relação ao conteúdo que nos é apresentado. De um momento para outro, fomos apresentados a uma série de informações que não faziam parte da nossa leitura diária. Transmissão comunitária, médias móveis de número de óbitos, dados sobre efetividade e eficácia de vacinas, dentre outros. Sim, assuntos complexos passaram a fazer parte de nosso cotidiano.
Saber traduzir essas informações é um desafio durante uma pandemia, quando a comunicação em saúde pode ser fator decisivo para conter a propagação da doença e preservar a qualidade de vida dos indivíduos e do coletivo.A educação em saúde propõe a construção de conhecimento, poderosa ferramenta para o desenvolvimento de uma análise crítica em relação as informações que nos chegam, e ajuda a criar pontes para aplicar as informações de acordo com cada realidade.
Ao considerar esta perspectiva dialógica e diferentes vivências, sem que haja uma hierarquização entre os atores sociais, aposta-se na construção compartilhada do conhecimento. A importância disso fica ainda mais evidente quando, por exemplo, esbarramos em protocolos para o controle da circulação do vírus e do combate da Covid-19 sem considerar a dimensão social – em especial em nosso país onde a pandemia deflagrou e agravou importantes vulnerabilidades.
Um olhar não sensível para os determinantes sociais em saúde deixará escapar, por exemplo, que o ato de lavar as mãos pode parecer para muitos um hábito, para outros um desafio. Temos um caminho de escassez a ser vencido. Escassez de educação em saúde. Escassez de renda básica, com dificuldades constantes de aquisição de produtos como o sabão. Escassez de saneamento, com a dificuldade de higienização para quem não tem acesso a água limpa e tratada. A fotografia dos últimos meses mostra um desafio de implementar ações simples para controle de uma emergência em saúde pública, que depende da ação do coletivo.
O Sesc, por meio de suas equipes de Educação em Saúde, realiza encontros destinados ao debate e construção conjunta de conhecimentos e caminhos possíveis frente às vulnerabilidades vivenciadas a partir de cada contexto. Em âmbito nacional, por meio de diversas ações junto a população, pavimentamos reflexões buscando a melhoria da qualidade de vida com base em escolhas informadas, tornando o sujeito protagonista de sua própria trajetória e corresponsável pela saúde de toda a comunidade.
Cabe ressaltar que, neste momento as iniciativas seguem obedecendo decretos governamentais e protocolos de segurança. As unidades móveis do Sesc Saúde Mulher já voltaram a circular em 12 estados. Elas oferecem serviços gratuitos de rastreamento de câncer de mama e de colo de útero, além de ações educativas de promoção da saúde sexual e saúde reprodutiva. Nos próximos meses teremos ações educativas específicas em adesão a movimentos como o Outubro Rosa e o Dia Mundial de Luta Contra a AIDS, fortalecendo pautas que são trabalhadas ao longo de todo o ano.
Também somos parceiros da vacinação, realizando ações educativas, abrindo nossas unidades para o funcionamento de postos e auxiliando o poder público nesse grande movimento. A gente sabe que a pandemia vai passar, mas certamente deixará como um dos grandes aprendizados a visão ainda mais ampla sobre a importância do conhecimento e das informações verdadeiras para uma vida mais saudável.
— Artigo originalmente publicado no Veja Saúde em 20/08/2021.