15 de março de 2024






Vencedores do Prêmio Sesc de Literatura


Vencedores | 2023

Bethânia Pires Amaro

Bethânia Pires Amaro

O Ninho / Categoria Conto

Sobre o autor
Nascida em Pernambuco, Bethânia Pires Amaro, 34 anos, passou a infância no interior da Bahia e há nove anos se mudou para São Paulo (SP). Ela é advogada pública e trabalha na Secretaria Municipal de Educação do Município de São Paulo. Escreve desde criança, mas na pandemia decidiu se dedicar à literatura cotidianamente, assim como a pesquisas sobre a maternidade.

Sobre o livro
Os contos de O ninho dissecam as relações familiares sob a ótica feminina e buscam dessacralizar a casa como um lugar idílico e de segurança afetiva. As histórias vão se desenrolando para trazer à luz a disfuncionalidade do ‘lar’, em que o amor muitas vezes se mistura a dores e cicatrizes.

Airton Souza

Airton Souza

Outono de Carne Estranha / Categoria Romance

Sobre o autor
O paraense de 41 anos nasceu em Marabá (PA), onde mora. É professor de História para crianças e adolescentes do Ensino Básico e Mestre em Letras. Atualmente, cursa um doutorado em Comunicação, Cultura e Amazônia pela UFPA.

Sobre o livro
A narrativa remonta os anos 1980, no final da ditadura, quando dois homens se encontram e se apaixonam em pleno garimpo de Serra Pelada, onde relacionamentos homoafetivos eram proibidos, segundo a lei não escrita local. A violência, a paixão, o amor, a intervenção do Estado e a busca desenfreada pelo ouro se interconectam na mesma paisagem árida.


Taiane Santi Martins
Mikaia - Taiane Santi Martins
Taiane Santi Martins

Mikaia / Categoria Romance

Sobre o autor
A gaúcha Taiane Santi Martins, 34 anos, da cidade de Vacaria (RS), é editora da revista Travessa em Três Tempos desde 2010.

Sobre o livro
O romance Mikaia narra a história de três gerações de mulheres que viveram e fugiram da guerra civil moçambicana. O livro joga com as diferentes maneiras de se lidar com um passado traumático. Enquanto Mikaia – uma dançarina de ballet que sofre uma amnésia repentina – quer lembrar, sua irmã, Simi, quer esquecer e sua avó, Shaira, decide silenciar. O desenrolar da trama se dá no embate entre as tentativas de Mikaia em recuperar um passado que lhe foi roubado, os retalhos de memória que lhe voltam confusos e a resistência de Simi em renunciar a uma infância inventada e cultivada por vinte anos às custas do esquecimento.

Pedro Augusto Baía
Pedro Augusto Baía - Corpos Benzidos em Metal Pesado
Taiane Santi Martins

Mikaia / Categoria Romance

Sobre o autor
A gaúcha Taiane Santi Martins, 34 anos, da cidade de Vacaria (RS), é editora da revista Travessa em Três Tempos desde 2010.

Sobre o livro
O romance Mikaia narra a história de três gerações de mulheres que viveram e fugiram da guerra civil moçambicana. O livro joga com as diferentes maneiras de se lidar com um passado traumático. Enquanto Mikaia – uma dançarina de ballet que sofre uma amnésia repentina – quer lembrar, sua irmã, Simi, quer esquecer e sua avó, Shaira, decide silenciar. O desenrolar da trama se dá no embate entre as tentativas de Mikaia em recuperar um passado que lhe foi roubado, os retalhos de memória que lhe voltam confusos e a resistência de Simi em renunciar a uma infância inventada e cultivada por vinte anos às custas do esquecimento.


Pedro Augusto Baía
Pedro Augusto Baía - Corpos Benzidos em Metal Pesado
Taiane Santi Martins

Mikaia / Categoria Romance

Sobre o autor
A gaúcha Taiane Santi Martins, 34 anos, da cidade de Vacaria (RS), é editora da revista Travessa em Três Tempos desde 2010.

Sobre o livro
O romance Mikaia narra a história de três gerações de mulheres que viveram e fugiram da guerra civil moçambicana. O livro joga com as diferentes maneiras de se lidar com um passado traumático. Enquanto Mikaia – uma dançarina de ballet que sofre uma amnésia repentina – quer lembrar, sua irmã, Simi, quer esquecer e sua avó, Shaira, decide silenciar. O desenrolar da trama se dá no embate entre as tentativas de Mikaia em recuperar um passado que lhe foi roubado, os retalhos de memória que lhe voltam confusos e a resistência de Simi em renunciar a uma infância inventada e cultivada por vinte anos às custas do esquecimento.





24 de maio de 2023

Edição comemorativa de 20 anos recebeu mais de 1.400 inscrições

Saiu hoje os vencedores da edição 2023 do Prêmio Sesc de Literatura. “Outro outono de carne estranha”, do paraense Airton Souza, foi escolhido o melhor Romance; e “O ninho”, de autoria da pernambucana radicada em São Paulo Bethânia Pires Amaro, foi o selecionado da categoria Conto.

Os dois autores, estreantes nos gêneros em que foram premiados, terão o livro publicado pela Editora Record. Após o lançamento, eles fazem um circuito ao longo de todo um ano, pelas unidades do Sesc, em dezenas de cidades, e participam de outros eventos e feiras.

Prêmio Sesc completa 20 anos em 2023

O Prêmio Sesc de Literatura completa 20 anos em 2023, sendo considerado um dos mais importantes e consagrados no reconhecimento de escritores estreantes. A origem dos vencedores de 2023 mostra mais uma vez o estímulo do Prêmio a novos talentos das mais diferentes regiões do Brasil. Os dois livros serão lançados em novembro pela editora Record, parceira do Prêmio Sesc desde a sua criação.

A história de “Outro outono de carne estranha” remonta os anos 1980, no final da ditadura, quando dois homens se encontram e se apaixonam em pleno garimpo de Serra Pelada, onde relacionamentos homoafetivos eram proibidos, segundo a lei não escrita local. A violência, a paixão, o amor, a intervenção do Estado e a busca desenfreada pelo ouro se interconectam na mesma paisagem árida, que inclui até o cabaré local, que foi inspirado na própria vivência do autor, Airton Souza. O escritor passou parte da infância em uma dessas casas de prostituição de propriedade de uma tia e do pai, um piauiense que se mudou para o Pará em busca da riqueza do metal. “A minha escrita é uma forma de pagar uma dívida afetiva e de retratar esse ambiente complexo que existiu no Brasil daquela época e que pode continuar a coexistir até hoje nos garimpos espalhados por essa imensa Amazônia”, relembra Airton.

Airton Souza, autor de “Outro Outono de Carne Estranha”, nasceu e vive em Marabá (PA). É professor de história para crianças e adolescentes do Ensino Básico e mestre em Letras. Atualmente, ele faz doutorado em Comunicação, Cultura e Amazônia pela UFPA.

Já os contos de “O ninho” dissecam as relações familiares sob a ótica feminina e buscam dessacralizar a casa como um lugar idílico e de segurança afetiva, “normalmente retratada assim nas postagens de famílias perfeitas das mídias sociais”, explica Bethânia Pires Amaro.  Os contos vão se desenrolando para trazer à luz a disfuncionalidade do ‘lar’, em que o amor muitas vezes se mistura a dores e cicatrizes. “Queria mostrar a quem lê, e que muitas vezes vive distúrbios alimentares, abusos e racismo em solidão atrás de quatro paredes, que essa pessoa não está só”, descreve a autora, que viveu a infância no interior da Bahia e em Salvador, onde percorria sebos e bibliotecas para ler tudo o que encontrasse de interesse naquelas estantes.

Bethânia Pires Amaro, autora de “O Ninho”, nasceu em Pernambuco, passou a infância no interior da Bahia e vive há quase uma década em São Paulo. Ela é advogada pública e trabalha na Secretaria Municipal de Educação do Município de São Paulo.

 

Quase 1.500 inscritos no Prêmio Sesc de Literatura

Criado em 2003, o Prêmio Sesc recebeu, nesta edição, 1.495 inscrições, das quais 770 foram obras originais na categoria romance e 725 em conto. Joca Reiners Terron e Suzana Vargas foram os jurados da primeira categoria e Giovana Madalosso e Sérgio Rodrigues, da segunda.

 

7 de fevereiro de 2023

O Prêmio Sesc de Literatura encerrou as inscrições no dia 3 de fevereiro com 1495 obras inscritas, das quais 770 na categoria Romance e 725 na categoria Conto. Os vencedores serão conhecidos em maio e terão suas obras publicadas e distribuídas comercialmente pela editora Record, com uma tiragem inicial mínima de 2.500 exemplares cada. A parceria possibilita a inserção dos livros na cadeia produtiva do mercado editorial.

Em breve, será iniciado ainda o circuito com autores que tiveram suas obras premiadas em 2022. Foram vencedores o paraense Pedro Augusto Baía, com a coletânea de contos Corpos benzidos em metal pesado, e a gaúcha Taiane Santi Martins, com o romance Mikaia.

Nesses 20 anos de prêmio, diversos autores foram descobertos e se consolidaram na literatura nacional, graças ao incentivo da Instituição, entre eles Juliana Leite, Marcos Peres, Luisa Geisler, André de Leones, Franklin Carvalho, Sheyla Smanioto, Tobias Carvalho e Lucia Bettencourt.

26 de janeiro de 2023

Premiação que reconhece novos talentos na escrita tem inscrições até 3 de fevereiro

A 20ª edição do Prêmio Sesc de Literatura está com inscrições abertas até dia 3 de fevereiro. Podem se inscrever autores iniciantes de todo o país, com obras inéditas nos gêneros romance e conto. A inscrição é gratuita e deve ser feita pela internet, clicando aqui.

Veja abaixo as principais informações que você precisa saber para se inscrever no concurso. Não esqueça de acessar o edital.

 

6 de janeiro de 2023

Escritores podem inscrever suas obras gratuitamente nas categorias Conto e Romance

 

O Prêmio Sesc de Literatura, que chega à sua 20ª edição em 2023 como um dos mais importantes e consagrados no reconhecimento de escritores estreantes, abre inscrições na próxima sexta-feira (06/01), a partir de 10h. Podem concorrer obras inéditas nas categorias Romance e Conto. Os interessados têm até 03 de fevereiro, às 18h, para concluir o processo de inscrição, que é gratuito e online. O regulamento completo está disponível em www.sesc.com.br/premiosesc. 

Ao oferecer oportunidades aos novos escritores, o Prêmio Sesc de Literatura impulsiona a renovação no panorama literário brasileiro e enriquece a cultura nacional. Os vencedores têm suas obras publicadas e distribuídas pela editora Record. A parceria possibilita a inserção dos livros na cadeia produtiva do mercado editorial. O vencedor de cada categoria tem sua obra publicada e distribuída comercialmente pela editora, com uma tiragem inicial mínima de 2.500 exemplares

“Este ano é especial. Chegamos a vinte edições, um marco importante e que deve ser comemorado. Criamos o Prêmio em 2003 e de lá para cá se o projeto se consolidou como o principal do país para autores iniciantes. Esperamos ter novos recordes de inscritos em 2023 – no ano passado recebemos 1.632 trabalhos, sendo 844 em Conto e 788 em Romance”, comemora Janaina Cunha, Diretora de Programas Sociais do Departamento Nacional do Sesc.

O processo de curadoria e seleção das obras é criterioso e democrático. Os livros são inscritos pela internet, gratuitamente, de forma anônima. Isso impede que os avaliadores identifiquem os autores, garantindo a imparcialidade no processo de avaliação. Os romances e coletâneas de contos são avaliados por escritores renomados, que selecionam as obras pelo critério da qualidade literária.

A relevância do Prêmio Sesc de Literatura também pode ser medida por meio do sucesso dos seus vencedores. Além de serem convidados para outros importantes eventos internacionais, os autores são, com frequência, finalistas ou vencedores de outras premiações importantes. O escritor Rafael Gallo, revelado pelo Prêmio Sesc em 2012, foi o vencedor da última edição do Prêmio Literário José Saramago.

 

Vencedores 2022 do Prêmio Sesc de Literatura 

Na edição de 2022, foram premiados o paraense Pedro Augusto Baía, com a coletânea de contos Corpos benzidos em metal pesado, e a gaúcha Taiane Santi Martins, com o romance Mikaia. A origem dos autores reafirma a característica do Prêmio de estímulo à diversidade e sua capacidade de projetar escritores das mais distintas regiões do país. Em 2023, os vencedores circularão por unidades do Sesc em todo o país e poderão dialogar com o público sobre os temas e o processo de criação de seus livros, que foram lançados em novembro de 2022 na programação do Sesc durante a Flip – Festa Literária de Paraty.

Mikaia, de Taiane Santi Martins; e Corpos Benzidos em Metal Pesado, Pedro Augusto Baia. Além de vencerem o Prêmio Sesc, as obras estiveram estão na lista das 10 melhores de 2022 nas categorias Romance e Conto, respectivamente, da Revista Bula.

 

Nesses 20 anos de prêmio, diversos autores foram descobertos e se consolidaram na literatura nacional, graças ao incentivo da Instituição, entre eles Juliana Leite, Marcos Peres, Luisa Geisler, André de Leones, Franklin Carvalho, Sheyla Smanioto, Tobias Carvalho e Lucia Bettencourt.

Inscreva-se aqui

19 de dezembro de 2022

Mikaia e Corpos Benzidos em Metal Pesado foram os vencedores nas categorias Romance e Conto, respectivamente.

Os vencedores do Prêmio Sesc de Literatura de 2022, Mikaia e Corpos Benzidos em Metal Pesado, estão na lista das 10 melhores obras nas categorias Romance e Conto, respectivamente, da Revista Bula. O prêmio, que completa 20 anos em 2023, identifica escritores inéditos, cujas obras possuam qualidade literária para edição e circulação nacional.

Além de inclui-los em programações literárias do Sesc, o prêmio também abre uma porta do mercado editorial aos estreantes: os livros vencedores são publicados e distribuídos pela editora Record.

Conheça um pouco mais das obras vencedoras a partir da resenha crítica feita pela Revista Bula, um dos principais portais da web de literatura e jornalismo cultural em língua portuguesa.

 

Mikaia, de Taiane Santi Martins

Mikaia, romance de estreia de Taiane Santi Martins e vencedor do Prêmio Sesc de Literatura de 2022, narra, através da busca de Mikaia, uma dançarina de balé que sofre uma amnésia repentina, a história de três gerações de mulheres que viveram e fugiram da guerra civil moçambicana. Narrado por múltiplas vozes, o livro joga com as diferentes maneiras de se lidar com um passado traumático, pois, enquanto Mikaia quer lembrar, sua irmã, Simi, quer esquecer e sua avó, Shaira, decide silenciar. O desenrolar da trama se dá no embate entre as tentativas de Mikaia em recuperar um passado que lhe foi roubado, os retalhos de memória que lhe voltam confusos, e a resistência de Simi em renunciar a uma infância inventada e cultivada por vinte anos às custas do esquecimento.

Mikaia – Editora Record

Corpos Benzidos em Metal Pesado,  Pedro Augusto Baia

Nos onze contos que compõem “Corpos Benzidos em Metal Pesado”, livro de estreia de Pedro Augusto Baía, a unidade narrativa que os une são as vivências da região norte do Brasil, em todas as suas facetas: a floresta, os indígenas, a industrialização, a precarização das cidades, a violência com os desfavorecidos, a desigualdade, a comunhão com a natureza. Os protagonistas são uma vítima do garimpo, um imigrante da região Norte que é confundido com um boliviano na Europa, um repórter que investiga uma vítima quilombola, uma fotógrafa que sofre um ataque de pânico em uma cidade alagada, um massacre numa seção eleitoral dentro de uma aldeia indígena, um homem contaminado por metal pesado, fruto do garimpo, entre outros. Porém, embora as histórias de “Corpos Benzidos em Metal Pesado” sejam repletas de conflitos e violência, são as relações de afeto, os elos que tecem a resistência, que se evidenciam, podendo conter tanta ternura e inocência como quando uma menina, no conto “Carne de boi”, sente vontade de perguntar ao irmão “como um rio limpinho consegue morar dentro de uma palavra tão pequena”

Corpos Benzidos em Metal Pesado. Editora Record.

 

E o próximo livro pode ser o seu. O edital para participar do Prêmio Sesc de Literatura já está disponível aqui

21 de novembro de 2022

Ele venceu o Prêmio Sesc de Literatura em 2012 com a coletânea de contos “Réveillon e outros dias” e agora é o 4º brasileiro a vencer o Prêmio Literário José Saramago

O paulistano Rafael Gallo coleciona premiações literárias. Ele venceu o Prêmio Sesc de Literatura em 2012 com a coletânea de contos Réveillon e outros dias; o Prêmio São Paulo de Literatura em 2015 com seu primeiro romance Rebentar; e agora é o 4º brasileiro a vencer o Prêmio Literário José Saramago com o romance Dor Fantasma. Em conversa conosco, o escritor fala um pouco desse sucesso meteórico e do novo livro.

Qual a sensação de colecionar tantas premiações? Traz alguma responsabilidade a mais para sua carreira?

Na verdade, para mim traz alegria e alívio. Mais leveza do que peso, sem dúvida. Infelizmente, escritores e escritoras têm que batalhar demais, aqui em nosso país, para manterem seu trabalho (e, em especial, seu ânimo) com a escrita. Não deveria ser assim, deveria haver um caminho mais sólido, em que os prêmios viessem a acrescentar, mas não se tornassem tão definidores do reconhecimento que se recebe ou se deixa de receber. Esses prêmios mudaram minha vida, e sou muito grato por cada um deles, mas também gostaria que tivéssemos – eu e meus colegas – um ambiente de escrita e leitura mais salutar. Menos adicto em efemérides.

2 – Conta um pouquinho sobre seu novo livro, Dor Fantasma.

Esse é um romance sobre um pianista virtuoso, Rômulo Castelo, que é extremamente dedicado à música, ao nível da obsessão. Ele mal se relaciona com a esposa, e menos ainda com o filho, que, afetado por paralisia cerebral, representa o oposto de ideal de perfeição que o pai persegue. Rômulo vive apenas para preparar-se a seu grande momento de revelação como concertista, mas um acidente faz com que ele tenha a mão direita amputada. Sem conseguir encontrar outro sentido para a vida, que não a identidade que enxergava em si, ele entra em uma espiral de derrocada.

3 – Dizem que todo mundo tem um pouco de escritor. O que você recomendaria para os autores estreantes que pensam em participar da nova edição do Prêmio Sesc de Literatura?

A primeira coisa é escrever as histórias com as quais você verdadeiramente se importa. E, por se importar, você dedica a ela o máximo de suas capacidades, a fim de que se torne o melhor que pode ser nas suas mãos. E, por fim, ainda que não vença o Prêmio Sesc, continuar tentando, seja no mesmo prêmio, em outros, ou através de diferentes meios de publicação ao longo do tempo. Ah, e claro: siga o edital com atenção, pelo amor de Deus.

Capa de “Rebentar”, livro de Rafael Gallo.
“Reveillon e outros dias”, vencedor do Prêmio Sesc de Literatura.
20 de maio de 2022

Corpos benzidos em metal pesado, do paraense Pedro Augusto Baía, venceu na categoria Conto e Mikaia, da gaúcha Taiane Santi Martins, em Romance

O Prêmio Sesc de Literatura anunciou dia 20 de maio os vencedores da edição 2022. Na categoria Conto foi selecionado o título Corpos benzidos em metal pesado, do paraense Pedro Augusto Baía, e na categoria Romance o livro Mikaia, de autoria de Taiane Santi Martins, do Rio Grande do Sul. A origem dos autores reafirma o estímulo à diversidade por parte do Prêmio e sua capacidade de projetar escritores das mais distintas regiões do país. Os livros vencedores serão lançados em novembro pela editora Record, parceira do Prêmio Sesc desde a sua criação.

Corpos benzidos em metal pesado foi concebido ao longo dos últimos quatro anos, em um processo de reescrita e constante reflexão do autor. Assim, o livro de contos reflete os seus sentimentos e percepções diante da devastação ambiental, política, de direitos e de afetos. Nestes contos, Pedro tentar descrever um mosaico de geografias, povos, sentimentos e experiências que denunciam as violências, invasões e destruições no Norte do Brasil e aos corpos que lá residem. E que, neste processo de devastação, resiste uma voz, um grito, uma reza ancestral da natureza, um pedido de socorro transmutado neste livro. A comissão final que selecionou a obra foi composta pelos escritores Natalia Borges Polesso e Paulo Scott.

O romance Mikaia narra a história de três gerações de mulheres que viveram e fugiram da guerra civil moçambicana. O livro joga com as diferentes maneiras de se lidar com um passado traumático. Enquanto Mikaia – uma dançarina de ballet que sofre uma amnésia repentina – quer lembrar, sua irmã, Simi, quer esquecer e sua avó, Shaira, decide silenciar. O desenrolar da trama se dá no embate entre as tentativas de Mikaia em recuperar um passado que lhe foi roubado, os retalhos de memória que lhe voltam confusos e a resistência de Simi em renunciar a uma infância inventada e cultivada por vinte anos às custas do esquecimento. O romance foi selecionado pela comissão final composta pelos escritores Itamar Vieira Junior e Luciany Aparecida.

Neste ano, o Prêmio Sesc de Literatura recebeu a inscrição de 1.632 livros, sendo 844 em Conto e 788 em Romance. “Pela primeira vez, em 19 anos, a categoria Conto recebeu mais obras que Romance. E o balanço de todas as edições do Prêmio nos traz uma grande curiosidade: alcançamos a marca de quatro vencedores dos estados do Pará e Rio Grande do Sul, cada um, mostrando a força da nova literatura destas regiões”, destaca Henrique Rodrigues, analista de Literatura do Departamento Nacional do Sesc.

Sobre os autores:

O paraense Pedro Augusto Baía, 35 anos, é analista judiciário (psicólogo) no Tribunal de Justiça do Estado do Pará, com Doutorado em Psicologia Forense na Universidade de Coimbra. Nascido no município de Abaetetuba (PA), tem fascínio pela leitura e escrita desde a infância. “Comecei lendo livros escritos e publicados por autores independentes de minha cidade, em que o imaginário, a fauna, a flora e povos amazônicos são exaltados. A arte da escrita permaneceu comigo ao longo dos anos, amadurecendo. No ano de 2017, tive um conto premiado em um concurso regional promovido pelo TJ Pará, ocasião na qual finalmente passei a escrever com mais frequência”, relembra. Para ele, ganhar o Prêmio Sesc de Literatura, enquanto escritor estreante e residente em um município no Norte do Brasil, é um reconhecimento máximo.

“Acredito que irá potencializar o meu percurso literário e, sem dúvida alguma, de outros autores iniciantes”.

A gaúcha Taiane Santi Martins, 34 anos, da cidade de Vacaria (RS), é editora da revista Travessa em Três Tempos desde 2010. “Minha relação com a escrita vem de muito nova, mas precisei de tempo para assumir a literatura como uma escolha profissional. O primeiro passo foi criar uma revista literária, em 2010, ainda no contexto das minhas graduações e, na época, sem grandes pretensões literárias. Desde então a Travessa em Três Tempos vem se desenvolvendo junto comigo e hoje estamos fechando sua edição de número 24”, comemora. Para ela, ganhar o Prêmio é um reconhecimento pelo aprendizado e lugares por onde passou e viveu. “É a primeira vez que participo e me sinto honrada com o resultado, não apenas como uma conquista pessoal, mas por sentir que não chego até aqui sozinha. Trago comigo toda a vivência de uma formação em escrita; da Oficina de Criação do escritor Luiz Antonio de Assis Brasil; o acolhimento da UniLúrio, na Ilha de Moçambique, onde morei por um tempo durante a escrita do romance”.

 

20 de abril de 2022

Diogo Monteiro e Fábio Horácio-Castro percorrerão mais de 30 cidades ao longo do ano

 

O Prêmio Sesc de Literatura retomou o projeto de circuito presencial com os vencedores da edição de 2021. O paraense Fabio Horácio-Castro e o pernambucano Diogo Monteiro passarão ao longo do ano por mais de 30 cidades do Brasil para se encontrar com o público leitor. Na agenda de viagens, bate-papos sobre suas obras: o romance O réptil melancólico e a coletânea de contos O que a casa criou.

“O circuito anual de viagens pelo país é um trabalho que o Prêmio Sesc oferece para aproximar os escritores dos leitores. Retomamos os encontros presenciais porque o arrefecimento da pandemia está permitindo essa proximidade”, avalia Henrique Rodrigues, analista de Literatura do Departamento Nacional do Sesc. Em 2021, foram realizados mais de 80 encontros com clubes de leitura em formato on-line com os vencedores do ano anterior.

A previsão é finalizar a jornada em novembro, na cerimônia de lançamento dos livros vencedores de 2022. Para Diogo, o circuito representa mais do que ajudar na divulgação do livro. “Creio que os encontros vão trazer uma experiência muito rica, que é conhecer leituras, as mais diversas, por todo o país. Me enxergar pelos olhos dos leitores e misturar a experiência deles com a minha, de escritor e leitor”.

Fabio considera que o circuito possibilita o contato e o diálogo com leitores. “O poder de alcance do Sesc no território brasileiro permite uma disseminação da literatura e do nosso trabalho e, ao mesmo tempo, uma aprendizagem das diferentes cenas literárias do país. Creio que participar do circuito é importante porque materializa o fim último da ação literária, que é a troca, o diálogo”.

O Prêmio Sesc de Literatura abre espaço para autores inéditos, com a publicação e a distribuição de suas obras pela Editora Record, parceira da Instituição no projeto. Em 18 anos de atuação, diversos autores dos mais variados pontos do país foram descobertos e se consolidaram na literatura nacional, entre eles Juliana Leite, Rafael Gallo, Luisa Geisler, André de Leones, Franklin Carvalho, Sheyla Smanioto, Tobias Carvalho e Lucia Bettencourt.

Confira a agenda de viagens:

Abril

Paraty (RJ)
Recife/Surubim (PE)
Aracaju/Nossa Senhora do Socorro (SE)

 

Maio

Crato (CE)
Parnaíba/Teresina (PI)
Poços de Caldas/Contagem/Montes Claros/Uberlândia (MG)

Junho

Rio Grande do Sul
Boavista (RR)
Poconé (MT)

 

Julho

Paraty (RJ) – Festival Arte da Palavra – Farpa
São Paulo (SP) – Bienal do Livro
Vitória (ES)

 

Agosto

Londrina / Apucarana / Bela Vista do Paraíso / Cornélio Procópio / Jacarezinho (PR)
Vitória (ES)

 

Setembro

Recife / Caruaru / Belo Jardim / Arcoverde / Garanhuns (PE)
Feira de Santana (BA)

 

Outubro

Rio de Janeiro (RJ)
Porto Velho (RO)
Tubarão / Florianópolis / Joinvile / Mafra (SC)

 

Novembro

Maceió (AL)
Cuiabá (MT)
Belém (PA)
Campina Grande (PB)
Rio de Janeiro (RJ)
São Paulo (SP) – Lançamento dos livros vencedores de 2022

 

Dezembro

Tubarão / Florianópolis / Joinvile / Mafra (SC)

8 de fevereiro de 2022

Houve um tempo em que as mulheres usavam pseudônimos para conseguirem publicar livros, pois seu papel na sociedade deveria ser restrito ao lar. A escritora inglesa Jane Austen é um exemplo, tendo publicado seus romances sem revelar sua real identidade. Mas isso é coisa do passado! O público feminino é cada vez mais presente no universo literário. O Prêmio Sesc de Literatura já revelou em sua trajetória oito autoras em suas categorias Conto e Romance.

Conheça um pouco mais sobre esses talentos:

Juliana Leite venceu a categoria Romance no ano de 2018. Nascida na cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro, a escritora é graduada em Comunicação Social e Mestre em Literatura Comparada pela UERJ. “Entre as mãos”, sua obra selecionada, também foi vencedora no Prêmio APCA no mesmo ano e ganhou uma versão em francês, publicada pela Éditions de l’Aube. A narrativa acompanha uma tecelã, que depois de passar por um trágico acidente, precisa retomar a vida, reaprender a falar e lidar com suas dolorosas cicatrizes, externas e internas. Com personagens e tempos narrativos diferentes, o elogiado romance trata de temáticas como sobrevivência, ancestralidade, amor e mistério.

Em 2015, Marta Barcellos foi contemplada na categoria de conto. Formada pela UFRJ e Mestre em Literatura pela PUC-RJ, a jornalista trabalhou no O Globo, Gazeta Mercantil e Valor Econômico. “Antes que seque” traz contos sobre a classe média alta, a promessa de felicidade inalcançável por padrões de consumo e aparências, a urgência e o mal-estar da sociedade. No livro, 12 mulheres enfrentam o desafio de não poder engravidar e corresponder a figura materna idealizada. A obra também foi vencedora do Prêmio Clarice Lispector da Biblioteca Nacional em 2016.

Já a categoria de romance de 2015 foi ocupada por Sheyla Smanioto. A escritora é formada em Estudos Literários e Mestre em Teoria e História Literária na UNICAMP. Com vozes, sonhos e fotografias imaginadas, sua obra “Desesterro” conta a história de uma menina sem nome e uma avó cansada em uma cidade marcada pela fome e pela pobreza. A escrita faz o leitor ter a sensação de transitar entre realidade e sonho ao longo das páginas.

No ano de 2014, o romance contemplado foi “Enquanto Deus não está olhando” de Débora Ferraz, jornalista pernambucana formada pela UFPE. Sua obra também foi vencedora do Prêmio São Paulo de Literatura no ano seguinte. No enredo, conhecemos Érica, uma artista plástica em busca de seu pai, que fugiu do hospital onde estava internado. O livro traz como tema principal o ínfimo de segundo que pode transformar completamente a trajetória de uma pessoa, chamado pela autora de “instante modificador”, e aborda a relação entre pai e filha, a perda e a insegurança da transição da juventude para a vida adulta.

Luisa Geisler venceu categorias diferentes nas edições de 2011 e 2012. Com formação pela UFRGS, a escritora e tradutora foi apontada pela revista britânica Granta em 2012 como uma

das melhores autoras brasileiras com menos de 40 anos. Em 2011, foi selecionada na categoria Conto com a coletânea“Contos de mentira”, que traz personagens solitários presos em trânsitos, suspensos entre um fato e outro, um gesto e outro. Em 2012, foi a vez do romance “Quiçá”. A narrativa acompanha as perspectivas dos primos Clarissa e Arthur, de 11 e 18 anos, respectivamente, e o medo da solidão e do esquecimento em meio a uma sociedade globalizada. A obra aborda relações familiares, conflitos geracionais e relações interpessoais desgastadas.

No ano de 2010, Gabriela Gazzinelli foi selecionada com o romance “Prosa de Papagaio”. A mineira tem mestrado em Filosofia pela UFMG e Diplomacia pelo IRBr. Sua obra apresenta a história de uma família contada por seu papagaio, chamado de Louro. O pássaro narra pequenos episódios cotidianos misturados com suas ideias filosóficas e literárias, revelando as fragilidades e os anseios dos personagens. Louro observa e fala de um mundo no qual participa, mas não necessariamente pertence e gera reflexões sobre alteridade e críticas à natureza dos seres humanos.

Em 2006, Lúcia Bittencourt venceu a categoria Conto com “A secretária de Borges”. A carioca é doutora em Literatura Comparada pela UFF e já venceu os prêmios José Guimarães e Osman Lins, além do prêmio de ensaios da Academia Brasileira de Letras. Sua obra selecionada no Prêmio Sesctraz tramas com situações drásticas de mudanças de vida de diferentes personagens.

A edição de 2005 do Prêmio Sesc de Literatura, revelou a escritorapaulistana Eugenia Zerbini, doutora em Direito pela USP. Seu romance “As netas de Ema” faz referência à Emma Bovary, a magistral personagem de Gustave Flaubert, uma mulher que se perdeu da realidade por se apegar insanamente a um sonho. Na obra de Zerbini, a personagem se vê diante da possibilidade de morrer e, a partir de então, reflete sobre a vida e a situação das mulheres de sua geração.

As inscrições para o Prêmio Sesc de Literatura 2022 estão abertas até o dia 11 de fevereiro. Inscreva-se em: www.sesc.com.br/premiosesc