Sinopse: As infâncias negras no Brasil são marcadas por uma forte relação com sua identidade cultural sinônimo de resistência, força, domínio corporal, musicalidade, oralidade. Ao mesmo tempo são marcadas pela desigualdade, preconceito e divisão de classes, que construiu uma cartela gradativa de cores que representa as escalas da exclusão social. A proposta dessa formação é olharmos para as infâncias negras no Brasil, o repertório que compõe a sua cultura e a relação desse repertório com os lugares de existência.
Biografia: Lucilene Silva é mestre e doutoranda em Música na UNICAMP, pesquisadora do Instituto de Etnomusicologia da Universidade Nova de Lisboa, membro do Conselho diretivo do Grupo ICTM de Estudos de Música e Dança da América Latina e Caribe. Desde 1998 pesquisa e documenta a Cultura Infantil e Música da Infância no Brasil e outros países da América Latina. É Coordenadora Geral da Oca Escola Cultural, onde é responsável pelo Centro de Estudos e Irradiação da Cultura Infantil. Representa em São Paulo a Casa das 5 Pedrinhas fundada pela etnomusicóloga Lydia Hortélio, integra a equipe gestora da Casa Redonda Centro de Estudos, é educadora do Instituto Brincante. Entre outras publicações e materiais audiovisuais, é autora do livro Eu vi as três meninas, música tradicional da infância na Aldeia de Carapicuíba, que em 2015 recebeu o prêmio IPHAN de Salvaguarda do Patrimônio Imaterial. Integrou a Cia Cabelo de Maria com participação nos CDs Cantos de Trabalho volumes I e II, Baianás e São João do Carneirinho; participou do filme Tarja Branca, uma revolução que faltava produzido pela Maria Farinha Filmes e do filme Mitã, uma poética da infância brasileira, produzido pelo Espaço Imaginário
A vídeo aula apresenta possibilidades de atuação com acessibilidade atitudinal, focando principalmente na comunicação através da Linguagem Brasileira de Sinais.
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A ação Ocup(A)ção Arte Educação Sesc propõe uma série de diálogos virtuais que acontecem em todo Brasil durante o mês de julho com educadores, artistas e pesquisadores de diferentes áreas do segmento artístico. As ações formativas e dialógicas serão mediadas por profissionais da Arte Educação do Sesc a partir de quatro eixos: Acessibilidade, Diversidade, Geracionalidade e Territorialidade.
O Sesc Bahia promoverá, no dia 29/07, às 16h, um diálogo sobre a Geracionalidade. Com o tema “Arte Educação e a Construção de Identidades na Infância”, o objetivo é refletir, a partir de um bate-papo entre a arte educadora e produtora cultural Jamira Muniz, do Espaço Cultural Alagados, e Carol Adesewa, educadora e idealizadora do Projeto Afroinfância, sobre a realização de atividades arte educativas cuja intencionalidade é contribuir tanto para a educação do sensível, como também para o fortalecimento das identidades, do desenvolvimento da autonomia, da formação cidadã e da arte enquanto instrumento potencializador de transformações nas realidades sociais. A mediação será realizada por Patrícia Figueiredo, produtora cultural do Sesc Bahia.
O Projeto Tecendo futuro, objetiva fomentar uma ação artística nas linguagens de intervenções urbanas (Graffiti e Murais) dentro do Conjunto Habitacional Mucajá (área de vulnerabilidade social e que se situa ao lado do Sesc Amapá), ofertar aos artistas amapaenses selecionados formação no tema do projeto e sobre a pesquisa de criação. O projeto é oriundo de uma experiência (2018/2019) promissora, e trará neste ano o tema “Ancestralidade Amazônica”, abordando o contexto histórico da formação do povo amapaense, e sua caminhada histórica/social na memória do povo amazônida, forjada não por um conceito colonizador mais narrada pelos filhos, netos e descendentes dos povos que que chegaram e que habitam hoje num tecido cultural urbano.
Dia 28 de Julho às 16h – Ao Vivo
Participação: Elenilda Silva de Moraes | Nome artístico: Lene de Moraes
Elenilda Silva de Moraes – Lene Moraes (nome artístico) – é formada em Artes visuais pela UNIFAP (2013). Arte-Educadora desde 2012. Artista Residente do REDE BRASIS – Funarte em Mato Grosso do Sul (2013). Tem quatro exposições individuais: “Memórias de Corumbá” (2013), “Consome-se” (2017), “Só um pouca mais de memórias” (2019) e “Diásporas” (2021). Fez várias participações em exposições e apresentações artísticas coletivas, como “Corpus Urbis”, “Tempo do Olhar”, “Permutas similares”, “Apenas sendo”. Atualmente desenvolve trabalhos com curadoria e montagem de exposições, criação de projetos artísticos/educativos na Escola Estadual Predicanda Lopes, onde também leciona. É a coordenadora geral e idealizadora do Circuito de Artes Urbanas Traços (2019/2020).
“Um olhar para gerações – Observação do movimento corporal de jovens e idosos em uma perspectiva intergeracional”
A partir da experiência de Dona Isabel Casimira Gasparino e de Roger Dee, pessoas que são referências e lideranças em seus respectivos lugares de cultura (manifestações afro-brasileiras tradicionais e a cultura urbana negra), buscaremos entender como suas ações e articulações se configuram como potentes ações de mediação cultural e social, transbordando a ação arte educativa para ambientes e situações não institucionalizados ou considerados como tal.
O webinar propõe um foco sobre as questões geracionais que se apresentarem – como mobilização para preservação das manifestações tradicionais; relações com expressões, espaços e tecnologias em transformação; novas forças e questões que tencionam a práxis cultural – e busca entender como a cultura popular marcada pela ancestralidade e o hip hop, movimento historicamente encampado pela juventude urbana periférica, afetam e são afetados por essas e outras temporalidades.
Dona Isabel Casimira Gasparino – Rainha Belinha – é neta de Maria Casimira, filha de Isabel Casimira e herdeira da coroa de sua mãe e sua avó, ocupando hoje o cargo de Rainha Conga das Guardas de Congo e Moçambique Treze de Maio de Nossa Senhora do Rosário e da Federação dos Congados do Estado de Minas Gerais, cargo mais alto na hierarquia dos Reinados em nossa região.
Como autoridade máxima de sua comunidade cultural e religiosa, é responsável pela preservação e continuidade das manifestações e dos vínculos com as antigas e novas gerações. Tem em seu currículo a atuação como co-diretora do filme A Rainha Nzinga chegou, documentário com presença nos principais festivais de cinema do Brasil, que trata das questões de sua ancestralidade, e da importância dos reinados como manifestação cultural e identitária para as comunidades afro-brasileiras.
Roger Dee é um dos artistas pioneiros no desenvolvimento da cena hip hop em Belo Horizonte, com trajetória internacional. Com diversas parcerias de renome no currículo e turnês por Estados Unidos e Europa, Roger se destaca pela mistura que promove entre a essência da black music e as novas tendências da música eletrônica, dando uma cara brasileira aos dois gêneros. Conectado com a cena local do rap, Roger Dee fundou a primeira escola de DJs de Minas Gerais.
Em 2008, produziu o show e o disco “Malucofonia”, em colaboração com novos artistas do gênero, como Renegado, Matéria Prima, Julgamento, Black Sonora e Cubanito. Na mesma época, começou sua parceria com o grupo Família de Rua, responsável pelo Duelo de MCs – evento realizado originalmente embaixo do Viaduto Santa Tereza, um dos cartões-postais de Belo Horizonte, e famoso por revelar diversos talentos do rap mineiro. Além de produzir o primeiro disco da Família de Rua, “O som que vem das ruas”, Roger Dee também é um dos responsáveis pelo documentário de mesmo nome, que retrata a história do hip hop na capital mineira. Ao longo de sua história musical, Roger Dee ainda dividiu palcos e picapes com Thaíde e DJ Hum, DJ Primo (Marcelo D2) e Zegon (Tropkillaz, N.A.S.A.). Sua atuação e relevância como artista e produtor cultural faz dele um potente mediador para as gerações de DJs e MCs em relação às temáticas, questões e visões criativas que pontuam a cena em seu curso histórico.
A mediação do webinar será realizada pela equipe de Analistas do Gerência de Cultura. A transmissão contará com interpretação em libras.
Debate com Naine Terena, Vinícius Hoffman e Flávio Fêo.
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