8 de setembro de 2021
A Cultura Surda: Desafios da acessibilidade LIBRAS no debate da Arte e Cultura.

Muitos são os estudos desenvolvidos sobre medidas de inclusão para garantir acesso e autonomia de pessoas com deficiência a locais e conteúdos. Mas os recursos de acessibilidade geralmente aplicados às atividades de cunho cultural se limitam ao campo da informação, o que impossibilita a fruição da obra em sua totalidade.

Nesse encontro, Camila Alves, que é uma pesquisadora cega, vai dividir suas vivências, que apresentam a partilha e a experimentação coletiva como um caminho para que todos os corpos sejam reconhecidos como capazes de serem afetados por uma obra de arte. Para esta conversa, convidamos Aline Vargas, que acolhe jovens/adultos autistas, psicóticos, bem como seus familiares, em uma ação colaborativa de alunos da escola de teatro da UNIRIO e clínicos da escola de psicologia da UFRJ.

O encontro de Camila e Aline poderá motivar a pesquisa de novos meios e ferramentas de mediação que permitam experiências mais ricas e densas, em busca de uma acessibilidade estética democrática para todos os corpos.

Participantes:

ALINE VARGAS (Convidada, representante do projeto Circulando*) – Atriz, arte educadora, artista visual, cantora e compositora. Doutoranda em teatro pela UNIRIO (com pesquisa no campo do ensino de teatro em comunidades e ensino de teatro para pessoas com deficiência), Mestre em Artes da Cena pela UFRJ (2019), com o projeto de pesquisa “Teatro Zine: Oficinas e Ações do Teatro de Operações”. Formada em Ensino do Teatro pela UNIRIO em 2015 e formada atriz pela Escola de Teatro Martins Penna em 2006. Integrante de dois grupos de pesquisa cênica: Teatro de Operações e MIÚDA. Com o Teatro de Operações atuou nos espetáculos: Teatro ZINE (2015-2016); B-T-G-P-T-1-4-0-5-9-CÂMBIO? (2013-2015) e A cena é pública (2011-2015). Já com MIÚDA, atuou nos espetáculos Mó (2015-2016); Cavalos e baias (2013-2014) e CACO: possível produção de memória para o espaço da casa (2011-2012). Integrante e compositora do grupo de música CANDIÁ. Realiza trabalhos visuais se valendo principalmente da colagem e do desenho. Seus trabalhos nas artes visuais são, na maioria dos casos, uma extensão de suas investigações cênicas. Como educadora, tem experiência na área de ensino de teatro para pessoas com deficiências, em especial autismo e outros transtornos mentais, além do ensino de teatro em comunidades.

CAMILA ALVES (Convidada) – Camila Alves é psicóloga clínica, especializada em Terapia Corporal Reichiana. Atualmente é doutoranda em Psicologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF). No mestrado, também na Psicologia, defendeu a dissertação intitulada “E se experimentássemos mais? Um manual não técnico de acessibilidade em espaços culturais”. Atua na área da cultura há dez anos, e atualmente está fazendo formações e consultorias. É também docente do curso de Psicologia das Faculdades Integradas Maria Thereza (FAMATH), localizada na cidade de Niterói. Seus interesses atuais de pesquisa estão no campo dos estudos sobre deficiência, na interface entre arte, cultura, gênero e animais.

WELLINGTON VIANA (Mediação) – Analista de Cultura do Sesc São Gonçalo – RJ, com especialização em Acessibilidade Cultural pela UFRJ

A melhor maneira de atuarmos como professores e artistas antirracistas é em rede, promovendo um trabalho de ação artisticapedagógica na coletividade, visando contribuir com a ampliação e fortalecimento da cena cultural e artística da dança as quais se dedicam a experimentações de configurações de poéticas políticas de estéticas negras brasileira, africana, afro-indígena e diaspórica. (Jadiel Ferreira, 2018)

 

O bate-papo do projeto Ocupação Arte Educação traz relatos de experiências na área de educação musical, tendo como foco questões como identidade e diversidade. Os convidados falam sobre o papel da música na formação identitária de um povo e sobre a importância de uma educação musical plural, diversa, libertadora, na qual a criança é habituada, desde cedo, a uma multiplicidade de formas de se fazer e viver a música.

Com Magda Pucci, Salloma Salomão e Priscila Rahal.

Magda Pucci é musicista, antropóloga, pesquisadora de músicas do mundo e das culturas indígenas brasileiras e educadora musical. Dirige e produz o Mawaca, grupo que recria músicas de diferentes tradições do mundo. Na área de educação musical, tem ministrado cursos e oficinas de músicas indígenas para professores e interessados em geral.

Salloma Salomão é músico, educador, historiador e crítico da cultura brasileira. Possui pesquisa histórica e estética que retorna aos universos simbólicos da diáspora negra no sudeste do Brasil. Em seu trabalho são reconstruídas as imagens, os sons, as miragens da negritude contemporânea em diálogo com o legado musical dos “Brasis”: congos, moçambiques, folias e lundus.

Priscila Rahal é bacharel em música com habilitação em piano erudito pela ECA-USP. No Sesc desde 2011, atuou como curadora, programadora e coordenadora de projetos em diferentes áreas artísticas. Atualmente integra a equipe de Assistentes Técnicos da área de Música da Gerência de Ação Cultural do Sesc SP.

A ação busca a interação e o compartilhamento das experimentações, vivências e problematizações decorrentes do ativismo negro e LGBTQIA+ dentro da cena artística e cultural catarinense, a partir das perspectivas dos artistas Sérgio Adriano H e Elaine Sallas.

Sérgio Adriano H é artista visual, performer, pesquisador e investiga em suas produções os regimes de verdade sociais e a invisibilização do negro na construção da história do Brasil. Elaine Sallas é atriz, produtora cultural e cofundadora da Setorial Permanente de Cultura LGBTQIA+ em Florianópolis, cujo trabalho pretende inserir demandas da comunidade nas políticas públicas culturais da cidade e dar visibilidade a seus trabalhadores, além de servir como uma rede de apoio e acolhimento para os mais de 100 profissionais já mapeados na cena local.

Em comum, compartilham do desejo de reconhecimento e legitimidade das produções artísticas de negros e da comunidade LGBTQIA+, especialmente em se tratando do sul do país, marcado majoritariamente pela colonização branca e europeia, e pelo conservadorismo.

A Rede Arte Educação do Sesc promove durante todo o mês de julho a programação “Ocupação”, com encontros para discutirmos sobre Diversidade, Acessibilidade, Territorialidade e Geracionalidade.

No dia 02/07, o Sesc paraíba convida Amanda Viana (PB) e Marcos Moraes (PB) para um papo sobre “Juventudes, Periferia e Formação Cultural”.

Diversidade e a Territorialidade nos Processos Identitários das Drags/Demônias com Flores Astrais e Juliano Bentes

Juliano Bentes:
Mestre em Artes pela UFPa, Especialista em Gestão Cultural – Cultura, Desenvolvimento e Mercado pelo SENAC (2017), graduado em Comunicação Social hab. Relações Públicas pelo IESAM (2013), técnico em Cenografia pela ETDUFPa (2016). Realiza performances como Drag Themônia sob a identidade de “Skyyssime” desde 2016. Tem interesse de pesquisa nas áreas de Drag, Performance, Teatro, Cinema, História da Arte, Estética e Filosofia da Arte.

Flores Astrais:
Performer, atriz, apresentadora, ilustradora, produtora audiovisual, produtora cultural, social mídia, youtuber e transativista. Dedica sua carreira a luta pela Visibilidade T (trans/travesti) e a investigação de movimento artístico Themônias da vanguarda paraense.

A abertura da Ocupação Arte Educação reunirá profissionais que atuam em Arte Educação na sede do Departamento Nacional do Sesc e em seus polos de referência. O evento abordará os quatro temas que serão aprofundados ao longo do projeto: Diversidade, Acessibilidade, Territorialidade e Geracionalidade. Durante a live, serão apresentados os desdobramentos dessas temáticas nas ações do Sesc e dos Polos.

6 de setembro de 2021