Criada a partir de um projeto do Departamento Nacional do Sesc, a série da SescTV difunde expressões musicais identificadas com o desenvolvimento histórico da música no Brasil, e traz, a cada episódio, apresentações de grupos e artistas tradicionais de diversas regiões do país.
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Em 2021, em decorrência da necessidade de distanciamento social, as apresentações e ações formativas que compõe o projeto ocorrem integralmente por meio digital, com a participação de cerca de 100 mulheres compositoras e 20 etnias indígenas de 21 estados brasileiros e Distrito Federal. Destaque para outro aspecto fundamental do Sonora Brasil, que é o olhar, a escuta e a valorização das territorialidades, da diversidade e das memorias, através da expressão de seus autores e intérpretes. Clique aqui e confira a playlist completa.
Temas:
Líricas femininas – O tema pretende dar visibilidade a essa vasta produção que, tanto em volume como em qualidade, ainda não ocupa, de maneira equânime, os espaços consagrados à profissão. Ao tratar da presença da mulher na música brasileira, o Sonora Brasil aborda o viés sociológico da representatividade de gênero, dando enfoque à presença feminina no desenvolvimento da música brasileira a partir da voz tratada metaforicamente em seu sentido artístico (ser a voz) e político (ter voz). Os programas são interpretados e compostos exclusivamente por obras de compositoras e letristas brasileiras, reunidos especialmente para o Sonora Brasil.
A música dos povos originários – Sobre os povos originários do Brasil, estima-se que, na época da chegada dos europeus, fossem mais de 1.000 etnias, somando entre dois e quatro milhões de pessoas; apesar dessa representatividade, durante muito tempo foi atribuído a eles um papel secundário na construção da identidade nacional, sendo vistos como vítimas passivas de um processo assimilador que os fez perder suas identidades e desaparecer na história. As novas perspectivas sobre identidade cultural nos obrigam a rever estereótipos e desconstruir a visão essencialista de “índio”, hoje já reconhecido como agente real e atuante da diversidade cultural brasileira. As manifestações musicais dos povos indígenas cumprem um papel social e ritualístico e precisam ser consideradas em um contexto amplo dos costumes, dos ritos e das festas, indissociadas dos componentes espaciais, temporais, gestuais e interpretativos. O tema A música dos povos originários do Brasil será apresentado por grupos preferencialmente tradicionais com o objetivo de mostrar a diversidade musical e estética dos povos indígenas e apresentar exemplos musicais com base em suas vivências cotidianas e ritualísticas, mas pode também apresentar novas perspectivas artísticas e sonoras de representação indígena.
A coleção Sonora Brasil reunirá materiais dos 24 anos do projeto. Serão mais de 400 registros fonográficos de músicas captadas durante as turnês dos grupos que participaram do projeto, e que estarão disponíveis on-line para estudantes, pesquisadores e demais interessados. A primeira parte da coleção com todos os catálogos, informações dos grupos, letras de músicas, e artigos de especialistas sobre cada temática abordada, já estão disponíveis na plataforma. Clique aqui para acessar.
Experiência Sonora Brasil apresenta parte da grande diversidade da música brasileira a partir das expressões musicais que integraram a programação do projeto Sonora Brasil, realizado pelo Sesc desde 1998. Em 20 anos de história, 85 grupos realizaram 5.726 apresentações em mais de 150 cidades para cerca de 600 mil espectadores.
Para comemorar os 20 anos de existência do projeto foi elaborada uma exposição que apresenta a diversidade da música brasileira exibida desde a primeira edição do projeto, por meio de recursos audiovisuais, instrumentos, depoimentos e documentos.
O processo de pesquisa e desenvolvimento dos conteúdos valoriza a história e a memória do patrimônio musical brasileiro e torna acessíveis ao público expressões musicais pouco difundidas. Diante das inúmeras possibilidades de análises dos temas abordados nestes 20 anos, a exposição Experiência Sonora Brasil foi organizada nos eixos Tradição, Criação, Recriação e Expressão, que relacionam os temas abordados ao longo das edições do projeto. Cientes do entrecruzamento das temáticas e dos limites tênues entre os eixos, optamos por uma abordagem conceitual que envolva o espectador sem as referências de classificações de gêneros, estilos ou qualquer outra que possa simplificar a fruição.
Desde 1998 promove a circulação de artistas/grupos musicais das cinco regiões do país. Os concertos, temáticos, abordam aspectos históricos da música no Brasil e contemplam programas inéditos divididos em quatro recortes cada um apresentado por um grupo. A curadoria formada por técnicos do Sesc de todos os estados, responsáveis pela programação da área de Música, é a responsável pela pesquisa e definição dos temas, e pela seleção dos quatro grupos contratados para sua apresentação.
Ao longo de 25 anos, o projeto contou com a participação de 85 artistas/grupos, totalizando 481 músicos participantes, e foram realizadas mais de 6.000 apresentações em cerca de 150 cidades brasileiras.
COLEÇÃO SONORA BRASIL
A coleção Sonora Brasil reúne materiais dos 24 anos do projeto. São catálogos, informações dos grupos, letras de músicas, artigos de especialistas sobre cada temática abordada, e registros fonográficos de músicas captadas durante as turnês dos grupos que participaram do projeto. Clique aqui e acesse.
1ª edição – 1998
TEMAS:
MÚSICA IBERO-BRASILEIRA
MÚSICA ARMORIAL
MÚSICA BRASILEIRA
MÚSICA MODERNA DO BRASIL
GRUPOS:
QUADRO CERVANTES (RJ)
QUARTETO ROMANÇAL (PE)
QUINTETO LATINO AMERICANO DE SOPROS DA PARAIBA (PB)
CAMERATA CONTEMPORÂNEA DO RIO DE JANEIRO (RJ)
……………………………………………………………………………………………………………..
2ª edição – 1999
MÚSICA PORTUGUESA À ÉPOCA DO DESCOBRIMENTO
MÚSICA DO POVO DO BRASIL
MÚSICA DO BRASIL COLONIAL
MÚSICA DO BRASIL RURAL
MÚSICA ANTIGA DA UFF (RJ)
ANIMA (SP)
TERRA BRASILLIS (RJ)
NELSON DA RABECA E CONJUNTO (AL)
Obs.: Etapa especial com o conjunto Suíço “ENSEMBLE TURICUM”, de Zurique, com o programa “O AMOR BRASILEIRO”, acontecido nos estados de PE, CE, SC e PR.
3ª edição – 2000
VIOLÃO BRASILEIRO
CORDAS BRASILEIRAS
MÚSICA CONTEMPORÂNEA DO BRASIL
TURÍBIO SANTOS (RJ)
QUARTETO IGUAÇU (PR)
MANHATTAN ORCHESIS (EUA)
DUO JOAQUIM ABREU E PAULO PASSOS (SP/RJ)
4ª edição – 2001
CANTIGAS IBÉRICAS MEDIEVAIS
GUERREIROS e TORÉS
JONGOS, VISSUNGOS e LUNDUNS
ROMANCES e MODINHAS
AURORA BOREALIS (NORUEGA)
A PARTE (AL)
GRUPO CULTURAL JONGO da SERRINHA (RJ)
NAU de TODOS os CANTOS (HOLANDA/PORTUGAL)
5ª edição – 2002
SOPROS DO BRASIL
VOZES BRASILEIRAS
VIOLAS DO BRASIL
PERCUSSÕES BRASILEIRAS
QUINTETO VILLA-LOBOS (RJ)
MADRIGAL VOCALE (PR)
ROBERTO CORRÊA/ BADIA MEDEIROS/PAULO FREIRE (DF/GO/SP)
JAMBARR (BRASIL/AFRICA/MARROCOS)
6ª edição – 2003
MÚSICA DO NORDESTE DO BRASIL.
MÚSICA DO SUDESTE DO BRASIL.
MÚSICA DO SUL DO BRASIL.
MÚSICA DO NORTE DO BRASIL.
LIA DE ITAMARACÁ e CONJUNTO (PE)
O QUINTO (RJ/MG)
MESTRE EUGÊNIO e os TOCADORES DE PARANAQUÁ (PR)
ARRAIAL DO PAVULAGEM (PA)
7ª edição – 2004
VIRTUDE E PROMESSAS
LABORES E BRINQUEDOS
BENÇAS E REMÉDIO
PECADO DAS ORELHAS
CAMERATA ATHAÍDE (MG)
MESTRE SALUSTIANO E CONJUNTO (PE)
IRMANDADE DA CRUZ (CE)
TRADSJONEL MÙSICA (BRASIL/NORUEGA)
8ª edição – 2005
NELSON DA RABECA e CONJUNTO (AL)
9ª edição – 2006.
SAMBA DE VIOLA DO RECÔNCAVO BAIANO
SONS DO TRIÂNGULO ATLÂNTICO
TRADIÇÕES SONORAS DA ILHA DO DESTERRO
SUITE AFRO-RECIFENSE
OS FILHOS DA PITANGUEIRA (BA)
BANZA (PR)
GENTIL DO OROCONGO E CONJUNTO (SC)
CORIN ORIXÁ (PE)
………………………………………………………………………….
10ª edição – 2007
MODOS NOVOS
NOVA ORGANOLOGIA
TONOS NOVOS
NOVA TÍMBRICA
GRUPO DE PERCUSSÃO DA UFBA (BA)
EGILDO VIEIRA E CONJUNTO (PE)
RAÍZES CABOCLAS (AM)
RE-TOQUES (RJ)
11ª edição – 2008
TEMA: HEITOR VILLA-LOBOS
ORQUESTRA DO ESTADO DE MATO GROSSO (MT)
DUO EBERHARDET/LLERENA (SC)
QUARTETO DE SOPROS DA AMAZÔNIA (AM)
MADRIGAL PAIDÉIA (PR)
12ª edição – 2009
TEMA: VIOLÃO BRASILEIRO
JOÃO PEDRO BORGES (MA) E DANIEL WOLFF (RS)
HENRIQUE ANNES (PE) E MARCELO FERNANDES (MS)
SALOMÃO HABIB (PA) E FABRÍCIO MATTOS (PR)
ALUÍSIO LAURINDO JR. (AM) E NICOLAS DE SOUZA BARROS (RJ)
13ª edição – 2010
TEMAS: A OBRA DE CLAUDIO SANTORO GUERRA-PEIXE
QUARTETO DE BRASÍLIA (DF)
QUINTETO LATINO-AMERICANO DE SOPROS DA PARAÍBA (PB)
QUINTETO LEÃO DO NORTE (PE)
CONJUNTO GYN CÂMERA (GO)
Em 2011 tem início o planejamento bianual
14ª e 15ª edições – 2011/2012
TEMA: SAGRADOS MISTÉRIOS: VOZES DO BRASIL
CAIXEIRAS DO DIVINO (MA)
COMITIVA DE SÃO BENEDITO DA MARUJADA DE BRAGANÇA (PA)
BANDA DE CONGO PANELA DE BARRO (ES)
QUARTETO COLONIAL (RJ)
TEMA: SOTAQUES DO FOLE
GILBERTO MONTEIRO E GRUPO (RS)
TRUVINCA E GRUPO (PE)
DUO FERRAGUTTI / KRAMER (SP/RS)
DINO ROCHA E GRUPO (MS)
16ª e 17ª edições – 2013/2014
TEMA: EDINO KRIEGER E AS BIENAIS DE MÚSICA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA
DUO CANCIONÂNCIAS (MS/RS)
OCTETO DO POLYPHONIA KHOROS (SC)
QUINTETO BRASÍLIA (DF)
QUARTETO BELMONTE (RJ)
TEMA: TAMBORES E BATUQUES
ALABÊ ÔNI (RS) – O TAMBOR DE SOPAPO
RAÍZES DO BOLÃO (AP) – MARABAIXO E BATUQUE
SAMBA DE CACETE DA VACARIA (PA) – O SAMBA DE CACETE
RAÍZES DO SAMBA DE TOCOS (BA) – O SAMBA DE RODA
18ª e 19ª edições – 2015/2016
TEMA: VIOLAS BRASILEIRAS
FERNANDO DEGHI E MARCUS FERRER (PR/RJ) – VIOLAS EM CONCERTO
PAULO FREIRE E LEVI RAMIRO (SP) – VIOLAS CAIPIRAS
ANTÔNIO MADUREIRA, IVANILDO VILANOVA E CÁSSIO NOBRE (PE/BA) – VIOLAS NO NORDESTE
RODOLFO VIDAL, SIDNEI DUARTE E MAURÍCIO RIBEIRO (SP/MT/TO) – VIOLAS SINGULARES
TEMA: SONOROS OFÍCIOS – CANTOS DE TRABALHO
GRUPO ILUMIARA (MG)
CANTADEIRAS DO SISAL E ABOIADORES DE VALENTE (BA)
QUEBRADEIRAS DE COCO BABAÇU (MA)
DESTALADEIRAS DE FUMO DE ARAPIRACA E MESTRE NELSON ROSA (AL)
20ª e 21ª edições – 2017/2018
TEMA: BANDAS DE MÚSICA: FORMAÇÕES E REPERTÓRIOS
BANDA MANAUENSE (AM)
CORPORAÇÃO MUSICAL CEMADIPE (GO)
QUINTETO DE METAIS DA UFBA (BA e RJ)
SOCIEDADE MUSICAL UNIÃO JOSEFENSE (SC)
TEMA: NA PISADA DOS COCOS
COCO DE TEBEI (PE)
COCO DE ZAMBÊ (RN)
COCO DO IGUAPE (CE)
SAMBA DE PAREIA DA MUSSUCA (SE)
22ª edição – 2019
TEMA: A MÚSICA DOS POVOS ORIGINÁRIOS DO BRASIL
GRUPO TEKO GUARANI DO POVO MBYÁ-GUARANI (PORTO ALEGRE — RS)
GRUPO NÓG GÃ DO POVO KAINGANG (SÃO LEOPOLDO — RS)
GRUPO DZUBUCUÁ DO POVO KARIRI-XOCÓ ( PO R T O R E A L D O C O L É G I O — A L )
GRUPO MEMÓRIA FULNI-Ô DO POVO FULNI-Ô ( Á G U A S B E L A S — P E )
GRUPO BYJYYTY OSOP AKY DO POVO KARITIANA ( P O R T O V E L H O — R O )
GRUPO WAGÔH PAKOB DO POVO PAITER SURUI (TERRA INDÍGENA SETE DE SETEMBRO — RO)
G R U P O WI YA E
TEMA: LÍRICAS FEMININAS: A PRESENÇA DA MULHER NA MÚSICA BRASILEIRA
LÍRICAS NEGRAS – GEORGIA CAMARA (RJ), VANESSA MELO (BA), ROSA REIS (MA) E NEGRAVAT (SP)
LÍRICAS TRANSCENDENTES – DÉA TRANCOSO (MG), CEUMAR (MG), CÁTIA DE FRANÇA (PB)
LÍRICAS HISTÓRICAS – GABRIELA GELUDA (RJ), ANASTÁCIA RODRIGUES (PE), PRISCILLA ERMEL (SP) E VANJA FERREIRA (RJ)
LÍRICAS MODERNAS- LUCINA (MT), BADI ASSAD (SP) E REGINA MACHADO (SP)
No biênio 2024/2025, a temática “Encontros, tempos e territórios” destaca um aspecto fundamental do Sonora Brasil, que é o olhar, a escuta e a valorização das territorialidades, da diversidade e das memórias por meio da expressão de seus autores e intérpretes. Ao entender a música como produto de tempo e território que reflete e dialoga com a sociedade e tempos históricos. A curadoria, composta por profissionais do Sesc dos 27 Departamentos Regionais e três Polos do Sesc representando todos dos estados do Brasil, partiu de uma representatividade das cinco regiões e do conceito de intergeracionalidade e diálogos entre tradição e contemporâneidade, local e universal para selecionar um grupo diverso de 20 artistas. Os artistas foram convidados para se unirem em dez duplas e criarem espetáculos inéditos para o projeto. Os encontros mostram a relação entre tempos históricos e territórios nas criações artísticas e trazem em suas músicas, paisagens de territórios a relação com diferentes movimentos musicais da música popular brasileira nas cinco regiões do país. Em 2024 cinco duplas circularão pelos estados das Regiões Norte e Nordeste e as outras cinco pelas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, ao todo o projeto passará por 56 cidades realizando um total de 214 apresentações.
A produção musical de seis grupos indígenas que circularam pelo país em 2019 em apresentações do Sonora Brasil compõe o álbum Música dos Povos Originários do Brasil, do Selo Sesc. O terceiro álbum da Coleção Sonora Brasil foi disponibilizado dia 19 de setembro na plataforma Sesc Digital e será lançado nas demais plataformas de áudio no mês de outubro.
Gravado em som direto nos estúdios do Sesc Casa Amarela, em Recife (PE), o disco conta também com composições do grupo Wiyae, que reúne os trabalhos da artista indígena Djuena Tikuna (AM) e da cantora e pesquisadora Magda Pucci (SP), em releituras de músicas indígenas de diversos povos e composições próprias relacionadas a este universo. São 21 faixas que trazem no repertório o registro de vivências cotidianas e ritualísticas de diferentes etnias indígenas.
Considerado o maior projeto de circulação musical do país, o Sonora Brasil tem o objetivo de mapear e difundir, por meio de apresentações musicais acústicas comentadas, as mais diversas manifestações culturais presentes no território nacional. Em seus 24 anos, o projeto mantém uma programação centrada na diversidade cultural brasileira, fruto da curadoria de profissionais do Sesc de todo país.
Simpósio
O trabalho do Sonora Brasil de difusão da música dos povos originários resultou no convite à participação no Simpósio dos Grupos de Estudos do ICTM de Etnomusicologia Aplicada, realizado de 21 a 24 de setembro no Rio de Janeiro, que tem como tema Sustentabilidade por meio de práticas de música e dança: comunidade, meio ambiente, patrimônio cultural e descolonização. O projeto apresentou sua experiência de mediação entre culturas através da preparação de sete grupos para um circuito de apresentações por 42 cidades brasileiras e o registro e difusão desses repertórios.
Maior iniciativa brasileira de circulação musical, o Sonora Brasil traz na edição de 2022 o tema Culturas Bantu: afro-sonoridades tradicionais e contemporâneas, que destaca a contribuição dos povos de línguas bantu para a música brasileira. Este ano, o projeto retoma o formato presencial, com apresentações realizadas por grupos locais, em um total de 28 artistas e grupos musicais de 23 estados brasileiros e Distrito Federal.
As primeiras manifestações musicais reconhecidas como origem da música popular brasileira era chamadas de batuque ou samba, palavras de comprovada origem africana, e ocorriam principalmente no ambiente rural, nos momentos de lazer e festejos dos trabalhadores africanos, ainda ecravizados na época. Com as migrações internas da população negra, os sambas rurais como o cateretê, o coco alagoano e pernambucano, o caxambu mineiro,o tambor-de-crioula maranhense, o lundu baiano, entre outros, começaram a chegar nas cidades, incorporando novos elementos e narrativas.
Apesar da música ser o elemento central do debate, ao abordar esse tema o Sonora Brasil busca estimular leituras que possam aprofundar a discussão sobre a influência das culturas de matriz africana no país. As apresentações do circuito são de caráter essencialmente acústico, como forma de valorizar a autenticidade musical das obras. Uma curadoria formada por profissionais do Sesc é responsável pela seleção dos temas e grupos que integram a programação.
Os bantus têm um papel significativo na formação cultural brasileira e na identidade nacional, seja pelo legado linguístico, pela cultura popular como as artes manuais e culinária, nas práticas agrícolas ou na origem de ritmos e expressões musicais como o samba, o maracatu, a congada, o jongo e a capoeira. A contribuição na nossa formação linguística é expressiva, são inúmeras as palavras presentes em nosso vocabulário que influenciaram nossa língua, entre estas angu, caçula, fubá, miçanga e quitute.
Como primeiros negros vindos da África para o Brasil, há mais de 400 anos, trouxeram consigo uma tradição cultural e religiosa muito forte. Assim, sua importância também está na construção da religiosidade do país, responsáveis pelas primeiras práticas de sincretismo afro-religioso e pioneiros nas religiões de matrizes africanas, principalmente a Umbanda e o Candomblé.
Projeto é a maior iniciativa de circulação musical do Brasil, que chega a sua 23ª edição em formato on-line.
Em 2021, em decorrência da necessidade de distanciamento social, as apresentações e ações formativas que compõe o projeto ocorrem integralmente por meio digital, com a participação de cerca de 100 mulheres compositoras e 20 etnias indígenas de 21 estados brasileiros e Distrito Federal. Destaque para outro aspecto fundamental do Sonora Brasil, que é o olhar, a escuta e a valorização das territorialidades, da diversidade e das memorias, através da expressão de seus autores e intérpretes.
O tema pretende dar visibilidade a essa vasta produção que, tanto em volume como em qualidade, ainda não ocupa, de maneira equânime, os espaços consagrados à profissão. Ao tratar da presença da mulher na música brasileira, o Sonora Brasil aborda o viés sociológico da representatividade de gênero, dando enfoque à presença feminina no desenvolvimento da música brasileira a partir da voz tratada metaforicamente em seu sentido artístico (ser a voz) e político (ter voz). Os programas são interpretados e compostos exclusivamente por obras de compositoras e letristas brasileiras, reunidos especialmente para o Sonora Brasil.
Sobre os povos originários do Brasil, estima-se que, na época da chegada dos europeus, fossem mais de 1.000 etnias, somando entre dois e quatro milhões de pessoas; apesar dessa representatividade, durante muito tempo foi atribuído a eles um papel secundário na construção da identidade nacional, sendo vistos como vítimas passivas de um processo assimilador que os fez perder suas identidades e desaparecer na história. As novas perspectivas sobre identidade cultural nos obrigam a rever estereótipos e desconstruir a visão essencialista de “índio”, hoje já reconhecido como agente real e atuante da diversidade cultural brasileira. As manifestações musicais dos povos indígenas cumprem um papel social e ritualístico e precisam ser consideradas em um contexto amplo dos costumes, dos ritos e das festas, indissociadas dos componentes espaciais, temporais, gestuais e interpretativos. O tema A música dos povos originários do Brasil será apresentado por grupos preferencialmente tradicionais com o objetivo de mostrar a diversidade musical e estética dos povos indígenas e apresentar exemplos musicais com base em suas vivências cotidianas e ritualísticas, mas pode também apresentar novas perspectivas artísticas e sonoras de representação indígena.
Acesse o site do projeto aqui.
Acompanhe o cronograma de apresentações desta edição aqui: PROGRAMAÇÃO SONORA BRASIL 2021
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