12 de novembro de 2020

Luta contra o fogo na maior Reserva Natural do Brasil vira documentário

 

O Polo Socioambiental Sesc Pantanal lançou um documentário que relata a luta contra o fogo na maior Reserva Particular do Patrimônio Natural do país, a RPPN Sesc Pantanal, durante esta que foi a pior temporada das últimas décadas no bioma. O registro histórico traz depoimentos de quem estava na linha de frente do combate, imagens dos animais sobreviventes, além da fauna e flora atingidas pelo fogo nos 98 mil hectares, da área de 108 mil, conservada há 23 anos.

As cenas são impactantes e mostram o caminho da destruição causado pelo fogo, que entrou pela primeira vez este ano na RPPN, no dia 2 de agosto. Foram várias frentes de incêndio, combatidas simultaneamente ao longo de 50 dias e um intenso trabalho dos brigadistas do polo Socioambiental Sesc Pantanal, que somaram esforços a Operação Pantanal II, formada pelas Forças Armadas, Bombeiros de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Ibama e ICMBio.

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Embora o fogo tenha alcançado 91% da unidade de conservação, localizada em Barão de Melgaço (MT), muita vida foi preservada. Em meio às imagens de carcaças e bichos feridos vistos em todo o Pantanal, as cenas dos animais vivos e saudáveis chamam a atenção para o trabalho da brigada Sesc Pantanal. Existente há 20 anos, ela retardou o avanço dos incêndios, dando tempo de fuga para os animais migrarem para áreas ainda não queimadas ou já atingidas há dias.

De acordo com a superintendente do Sesc Pantanal, Christiane Caetano, o documentário de 20 minutos é um registro histórico de um fato inédito na RPPN Sesc Pantanal e o seu lançamento no Dia do Pantanal é um marco na temporada do fogo em 2020. “As primeiras chuvas e o verde que surgem apagam momentaneamente as marcas do fogo, que são muito profundas e têm impactos que vão durar anos. Não queremos que tudo o que houve seja esquecido e, principalmente, o objetivo deste registro é ser um alerta para o que não queremos viver novamente. Para isso, é preciso união, estratégia e ação para os próximos anos”, destaca.

Imediatamente, após o fim dos incêndios na unidade de conservação, teve início o levantamento de dados com pesquisadores de diversas partes do país. A partir de pesquisas desenvolvidas ao longo de 20 anos será possível realizar um comparativo com o atual momento, para encontrar soluções que beneficiem todo o Pantanal, seja para a recuperação da flora, reestabelecimento da fauna e atendimento às comunidades afetadas por este evento.

Pesquisador da RPPN Sesc Pantanal há 20 anos, o biólogo da Fiocruz, José Luís Cordeiro, que faz parte do documentário, acompanhou várias transformações que a região sofreu, como o aumento das populações animais (anta, cervo-do-pantanal, queixadas e catetos), a recuperação da paisagem para uma condição mais próxima da paisagem pantaneira original, com a implantação da Unidade de Conservação, e a redução do impacto humano, bem como a regeneração da vegetação após queimadas, secas ou cheias severas. Mas, nunca havia visto nada com tamanha capacidade destrutiva como neste ano. “Todos que respeitam a vida, e em especial o Pantanal, tem uma longa jornada pela frente, no suporte à recuperação da biodiversidade do Pantanal”, avalia.

Nada foi igual nas últimas décadas, em relação à seca, baixa umidade, altas temperaturas e fogo, na maior área alagável do planeta e Patrimônio Natural da Humanidade, ressalta o diretor-geral do Departamento Nacional do Sesc, Carlos Artexes, e, apesar de todos os esforços, a RPPN Sesc Pantanal foi muito atingida. “Diante disso, seguimos nossa missão de conservar e estudar essa importante área, que representa 2% do bioma em Mato Grosso. O que aconteceu jamais será esquecido, deixa diversos aprendizados e a certeza de que o Sesc Pantanal sempre estará cuidando de gente, planta e bicho”, conclui.

RPPN Sesc Pantanal

A criação da RPPN Sesc Pantanal se deu após a Eco-92, como iniciativa do Sesc Nacional, em desenvolver um projeto de conservação no Pantanal. Em duas décadas de existência, mais de 70 pesquisas nacionais e internacionais sobre o Pantanal foram realizadas. Da abundante biodiversidade da Bacia do Alto Paraguai, com 1.059 espécies de peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos, a Reserva detém 630. Isso significa que 60% destas espécies estão presentes na RPPN.

Entre as espécies ameaçadas de extinção, a RPPN possui 12. Além de ser a maior RPPN do país, a reserva do Sesc Pantanal ainda é Zona Núcleo da Reserva da Biosfera do Pantanal, faz parte da terceira maior Reserva da Biosfera do planeta e é um Sítio Ramsar. Entre os benefícios que a RPPN presta à humanidade estão a purificação das águas, controle das inundações, reposição das águas subterrâneas, controle do fluxo de sedimentos e nutrientes do solo, reservas de biodiversidade e mitigação e adaptação às mudanças climáticas. Saiba mais em www.sescpantanal.com.br.

O documentário Heróis do fogo apresenta o combate ao fogo na maior Reserva Particular do Patrimônio Natural do país, a RPPN Sesc Pantanal (Unidade do Polo Socioambiental Sesc Pantanal), durante 2020, que foi a pior temporada das últimas décadas no bioma.

O registro histórico tem 20 minutos de duração e traz depoimentos de quem estava na linha de frente do combate, imagens dos animais sobreviventes, além da fauna e flora atingidas pelo fogo nos 98 mil hectares, da área de 108 mil, conservada há 23 anos.

 

15 de setembro de 2020

Desde março de 2020 vivemos em um cenário de pandemia que lança um marco na história da humanidade. Mas o que passamos hoje é reflexo da degradação — antrópica — dos hábitats naturais que, gradativamente, dão espaço a aglomerados urbanos. Com isso, as crescentes interações negativas com os ecossistemas e sua biodiversidade deflagraram e ainda provocarão doenças que a medicina moderna pouco conhece.

Esta crise sanitária, de origem ambiental, forçou mudanças na vida pessoal e profissional de todos, que refletiram diretamente na operação do Programa Ecos. Por exemplo: com a suspensão de todas as viagens para implantações presenciais do programa, tivemos que pensar soluções para viabilizar a execução da cooperação técnica totalmente a distância. A partir dessa experiência começamos a enxergar oportunidades de revisão em todos os nossos processos, sob a lógica da eco eficiência, reduzindo os custos e os impactos ambientais relacionados à implantação. Porém muitas ações planejadas não puderam ser realizadas, já que seriam executadas nas instalações físicas, em contato com o público interno do Departamento Nacional.

Por esse motivo, este relatório de 2020 está reduzido. Com poucas ações executadas, focamos no relato dos indicadores, evidenciando a redução dos custos operacionais e dos impactos ambientais. Todavia, não obstante todos os impactos negativos que a pandemia trouxe, o atual momento pode ser propício à renovação. Rever os processos para que economizem água, energia, papéis e diversos outros recursos, a fim de promover mais equilíbrio entre receitas e despesas, será cada vez mais importante e crucial para a sustentação e a perenidade da instituição.

30 de novembro de 2019

A sustentabilidade tem assumido papel de destaque entre as crescentes demandas da sociedade, impondo novos desafios às agendas dos setores público e privado no esforço coletivo de preservação dos recursos naturais, consoante o objetivo maior de melhoria da qualidade de vida da população atual e das gerações futuras.

São significativas as implicações sociossanitárias ligadas aos processos de urbanização, em um cenário nacional de quase 85% da população vivendo em áreas urbanas, como evidenciado no censo populacional realizado pelo IBGE, em 2010. O equacionamento da geração excessiva e da disposição final ambientalmente segura dos resíduos sólidos desponta como uma das prioridades.

Conscientes da interligação dos fatores de risco das cidades, seus efeitos sobre a saúde e as relações sociais urbanas, o Sesc tem avançado nas políticas e estratégias que buscam integrar a gestão ambiental na sua estrutura organizacional, além das iniciativas de preservação dos espaços verdes e de construção sustentável.

Nesse contexto, o presente Guia de gestão dos resíduos sólidos nos restaurantes do Sesc reúne subsídios teóricos e metodológicos para a organização e concretização de intervenções efetivas e adequadas às especificidades locais, articulando de forma eficiente a produção de refeições aos mecanismos de gestão ambiental.

Estamos certos de que esta publicação possibilitará não só a instrumentalização técnica das equipes do Sesc como também a interlocução com outras instituições empenhadas na coesão de ações para aumentar a influência e continuidade das políticas públicas destinadas a enfrentar os problemas decorrentes do processo de urbanização, redimensionando seus impactos sobre a saúde e o ambiente.