Uma das principais iniciativas de fomento ao cinema independente no Brasil, a Mostra Sesc de Cinema (MSDC) celebra sua 8ª edição com a exibição dos filmes selecionados no icônico prédio do Sesc Glória, em Vitória (ES). Realizado entre os dias 24 e 26 de setembro, o evento de lançamento também oferecerá oficinas com foco em formação e experimentação criativa para roteiristas e criadores da sétima arte. Após o lançamento, as produções serão exibidas em espaços do Sesc de vários estados, durante um ano.
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A Mostra Sesc de Cinema registrou este ano 2.145 inscrições, recorde histórico e um aumento de 40% em relação ao ano passado. “O número de obras inscritas comprova o quanto nosso audiovisual é rico e a importância de valorizarmos os profissionais da cadeia produtiva cinematográfica, cada vez mais reconhecida no mercado brasileiro e internacional. O Sistema Comércio atua no sentido de impulsionar o setor e o Sesc abre esse espaço, fundamental para dar visibilidade ao trabalho das novas gerações”, explica a Gerente interina de Cultura do Departamento Nacional do Sesc, Veronica Tomsic.
Esta edição contemplou 48 produções – 7 longas, 1 média e 40 curtas – de todas as regiões do país, que receberam um licenciamento total de aproximadamente R$ 200 mil. Das obras selecionadas, 50% são inéditas, reforçando o compromisso com a valorização de novos olhares e narrativas. Como ‘Enigmas no Rolê’, primeiro longa-metragem de Ulísver Silva. Produzido em Mato Grosso do Sul, a obra combina aventura, comédia e desafios lógicos para estimular o raciocínio entre jovens de periferia.
Temas como relações familiares, protagonismo feminino, sons brasileiros, qualidade de vida e amizade compõem o mosaico de produções dessa edição. O curta de Roraima ‘Isso é frescura?’, de Vanderlildo Silva, traz a questão da saúde mental, ao retratar uma jovem com crises de ansiedade e apoio que recebe de uma amiga. A produção está na seleção do First-Time Filmmaker da Lift-Off, uma mostra de cineastas estreantes realizada no famoso Pinewood Studios, no Reino Unido.
A violência das favelas do Rio de Janeiro é pano de fundo do documentário ‘Cartas pela Paz’, de Mariana Reade, Thays Acaibe e Patrick Zeiger, que trata o tema por meio de cartas e desenhos enviados por crianças ao STF, que expressam o desejo de viver sem medo.
Outro destaque é ‘Notícias da Lua’, filme de Santa Catarina do diretor, produtor e roteirista Sergio Azevedo. A trama retrata Luã, um menino autista fascinado por astronomia. Ao investigar o sumiço da lua, ele conta com a ajuda do zelador Astor, vivido pelo ator Otávio Augusto, que embarca na brincadeira como um astronauta. O protagonista da obra, Davi Burg, e o próprio diretor também estão no espectro autista.
O Panorama Infantojuvenil traz produções como ‘A História de Ayana’. Com direção de Cristiana Giustino e Luana Dias, o curta-metragem de animação narra a trajetória de uma jovem negra albina, que enfrenta os desafios impostos por uma sociedade marcada pelo racismo estrutural e as desigualdades sociais.
O filme “O Deserto de Akin” de Bernard Lessa, foi escolhido para fechar o evento. Ambientado em 2018, o filme segue Akin, um médico cubano que participa do programa Mais Médicos e é designado para uma cidade fictícia no Espírito Santo. Ao longo de sua jornada, ele estabelece vínculos profundos com a comunidade local. A obra se destaca por sua abordagem sensível e intimista, explorando temas como identidade, pertencimento e os desafios enfrentados por médicos estrangeiros no Brasil.
Com foco em democratizar o acesso ao conhecimento e incentivar o desenvolvimento de novos talentos, as oficinas oferecidas durante o lançamento buscam não apenas aprimorar habilidades, mas também estimular a troca de experiências entre realizadores, técnicos e demais agentes do audiovisual capixaba. São elas: Incubadora Audiovisual, com o coletivo feminino Remonta Audiovisual, que dará mentoria para propostas de projetos audiovisuais; oficina de Roteiro para Cena, com a escritora, ilustradora, roteirista Saskia Sá; e oficina de Foley (criação de trilhas sonoras), com o engenheiro de produção e áudio Brian Baltar.
O BiblioSesc, projeto do Sesc Brasil, comemora 20 anos de incentivo ao hábito da leitura em comunidades com pouco acesso a bibliotecas. Criado em 2005, na periferia do Recife (PE), o programa começou com uma única unidade móvel e hoje já conta com 45 bibliotecas itinerantes que percorrem todas as regiões do país.
Os caminhões do BiblioSesc são adaptados com ar-condicionado, cadeiras e tendas, oferecendo conforto e acessibilidade. Cada unidade transporta um acervo de 3,5 mil livros, criteriosamente selecionados e constantemente renovados.
As estantes exibem opções para todas as idades:
Em duas décadas de atuação, o BiblioSesc já realizou:
Além disso, os leitores contam com o apoio de profissionais capacitados e bibliotecários que garantem atendimento de qualidade.
Atualmente, o Sesc mantém 45 unidades móveis do BiblioSesc em funcionamento. A partir do próximo ano, está prevista uma ampla expansão do projeto, ampliando ainda mais o acesso gratuito à leitura e à cultura.
Enquanto um grupo de jovens discutia a profissionalização na área de cultura, outro participava de uma oficina de capoeira e um terceiro aprendia técnicas para o uso de drones. Essa efervescência de saberes marcou o Festival LABmais – Laboratório Sesc de Artes, Mídias, Tecnologias e Juventudes, realizado entre 4 e 6 de setembro na cidade gaúcha de Caxias do Sul com o tema “Entre corres e conexões: o que sustenta as juventudes?”.
Sotaques e expressões típicas se misturaram na programação, que reuniu jovens participantes do projeto LABmais de 17 estados. E foram muitas as histórias contadas nos três dias de evento. Como a de Bitaté, índigena do povo Uru Eu Wau Wau, de Rondônia, que atua com tecnologias, drones e audiovisual para fortalecer a luta e a memória de seu território.
“Eu sou jovem, tenho 25 anos, assumi a responsabilidade de ser líder aos 19. Também trabalho com os mais velhos, eles me ensinam seus saberes ancestrais. Hoje estou aqui como aluno, como palestrante e como liderança do meu povo”, disse Bitaté, que reforça a importância da tecnologia na preservação dos direitos e da história dos povos indígenas. “Através do drone, a gente gravou o documentário O Território, que foi premiado em vários festivais do mundo, recebeu um Emmy de melhor fotografia e foi indicado no pré-oscar”, contou. O filme, que retrata a luta do povo Uru Eu Wau Wau contra o desmatamento e invasões na Amazônia, teve a maior parte das gravações realizadas pelos indígenas da aldeia durante a época da pandemia de Covid.
Quando a discussão foi profissionalização do jovem no meio cultural, a poeta e produtora cultural Nicoly Soares apontou a força da coletividade. “A gente não faz arte e cultura sozinho. O meu fazer é justamente dissipar a informação que eu busquei e consegui. Isso vem da minha formação enquanto coletividade. Me formei dentro de uma ocupação, hoje em dia sou representante legal do Instituto Cita (Canto de Integração de Todas as Artes), que existe há 15 anos em São Paulo. Dentro dessa lógica de ocupação, tudo e responsabilidade de todo mundo. A gente pensa e faz arte coletivamente. Faz parte do meu proceder enquanto profissional e daquilo que acredito que se deva ser enquanto artista de quebrada, periférica”, contou.
Premiada como melhor atriz no Festival de Gramado por sua atuação no curta Bom Dia Maika!, produzido por jovens do LABmais de Caxias do Sul, Mikaela Amaral pretende investir na carreira. “Há algum tempo tenho percebido que por mais que planeje e tenha objetivos, a vida sempre está me surpreendendo. Foi assim ao ganhar o prêmio de melhor atriz. Não esperava e isso fez surgir muitas possibilidades. Penso que esta conquista foi um sinal do universo confirmando que estou no caminho que preciso estar. Pretendo investir mais na carreira de atriz, esperançosa que daqui a dez anos poderei viver da arte e da atuação, em palcos de teatros e telas de cinema”, celebrou.
Criado em 2021, o LABmais tem como propósito ser um espaço de protagonismo para a juventude e seu potencial criativo. Gerente de Cultura do Departamento Regional no Rio Grande do Sul, Luciana Stella conta que o projeto supre uma lacuna na atuação da Instituição junto ao público jovem. “O Sesc tem uma história linda com a infância e a maturidade ativa. Mas havia uma lacuna para o público jovem e adolescente, que está buscando uma identidade e o mercado de trabalho. O LABmais cobre essa lacuna, com um olhar sobre as novas tecnologias, que motivam os jovens”, explica. “O corre da juventude é encontrar seu lugar no mundo. Porque o lugar da juventude é onde ela quiser estar. E que seja aqui dentro do Sesc também”, conclu
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Escritores da Bahia, Minas Gerais e São Paulo venceram o Prêmio Sesc de Literatura da edição 2025. “Goiás”, do paulista Marcus Groza, foi o melhor Romance; o livro “Massaranduba”, de Abáz (BA), venceu na categoria Conto; e “Escalar cansa”, de Leonardo Piana (MG), foi o selecionado em Poesia. As obras foram escolhidas entre 2.451 inscritas, sendo 1.168 livros de poesia, 599 de contos e 684 romances. Os vencedores terão seus livros publicados pela Editora Senac Rio e recebem uma premiação em dinheiro no valor de R$30 mil cada.
“O Prêmio Sesc de Literatura é um dos mais importantes reconhecimentos à nova literatura, iniciativa que há mais de duas décadas revela e valoriza novos escritores brasileiros, reforçando o compromisso da instituição com o fomento à cultura, à formação de leitores e revelação de novos talentos. Acreditamos que a literatura é um instrumento essencial de transformação e nos orgulhamos de contribuir para a renovação do nosso panorama literário”, comemora a gerente de Cultura do Departamento Nacional do Sesc, Veronica Tomsic.
Marcus Groza é poeta, dramaturgo, professor e encenador. Tem doutorado em Artes Cênicas pela UNIRIO, é mestre em Artes pela UNESP e graduado em Filosofia pela USP. Participou com poemas falados em programas de TV e festivais; concebeu e codirigiu o espetáculo de dança-teatro “Woyzeck” (2021) e atua também como editor, tradutor e iluminador. Para o Prêmio Sesc de Literatura, embarcou em um novo gênero e escreveu o romance vencedor de 2025. “Meu hábito de ler foi estimulado pela minha mãe e comecei por Agatha Christie. A partir daí, a narratividade ganhou importância para mim e o meu chão se tornou a palavra, apesar de gostar de transitar por todas as áreas da arte”. “Goiás” mistura memória, crítica social e poesia, com forte carga simbólica e emocional. O protagonista, um cachorro farejador caramelo, que atua em operações de resgate, representa a resistência, a alegria e a dor diante da devastação humana e ambiental. A obra alterna entre missões de resgate e reflexões sobre a vida e a morte.
Abáz, nasceu em Salvador (BA), tem 31 anos, é formado em História pela UFBA, mestre (UFMG) e doutorando (USP) em Educação. Atua como professor na rede municipal de São Paulo. Começou a escrever em 2024, quando participou de oficinas de literatura e conseguiu vencer a timidez e mostrar os seus textos. “Comecei a escrever há exatamente um ano, em agosto de 2024, quando fiz a primeira oficina, e hoje me tornei vencedor do Prêmio Sesc de Literatura. Isso parece um sonho”. “Massaranduba”, sua primeira obra publicada, é uma coletânea de contos que retrata o cotidiano de personagens marginalizados em diferentes contextos urbanos e de periferias. O livro transita entre o trágico e o cômico, o absurdo e o real, revelando histórias de violência, afeto, fé e sobrevivência.
Estreante na categoria Poesia, Leonardo Piana nasceu em Andradas, Minas Gerais. Formado em Comunicação pela USP, é escritor e servidor público. Antes de se aventurar na poesia, escreveu dois romances. O primeiro, “Sismógrafo”, venceu o Prêmio Cidade de Belo Horizonte e foi finalista dos prêmios Jabuti, São Paulo de Literatura e Mix Literário. O livro também está em processo de adaptação para o cinema. “Tarde no planeta”, seu segundo romance, também venceu o Prêmio Cidade de Belo Horizonte e será publicado em setembro deste ano. “Eu tenho poemas que escrevi na primeira fase da infância guardados na casa dos meus avós. Meu interesse pela literatura e, principalmente, pela poesia, começou muito cedo. Para mim, ganhar o prêmio foi uma surpresa, porque eu não era poeta. Talvez agora eu esteja me tornando poeta também”. “Escalar Cansa” é um livro de poemas que entrelaça referências da mitologia grega com experiências contemporâneas de afeto, dor, resistência e identidade, revelando uma narrativa lírica que engloba memória familiar e o peso da existência.
Os autores vencedores serão apresentados ao público em uma cerimônia com noite de autógrafos no fim do ano. Após a publicação, os livros serão vendidos em livrarias online e físicas por todo país e distribuídos na rede de bibliotecas e escolas do Sesc, em todas as regiões. Os escritores participarão, ainda, de bate-papos e mesas redondas em eventos culturais promovidos pelo Sesc ao longo de 2026. Veja abaixo a lista com todos os finalistas em cada categoria:
Categoria Romance
A sete palmos a terra gesta – Fernanda Fragoso Zanelli
Inácia – Carla Carneiro do Nascimento
Tempo de Clarisse – Lucas Alves Cunha
Cartas para Olívia – Arzírio Alberto Cardoso
Mirante – Lécio Cordeiro de Souza
O Senhor Presidente vai à Ilíria – Bruna Luisa Schmitz dos Santos
Como aprender a boiar – Marcela Araruna de Aquino
Vamos jantar Saramago – Paulo Eduardo Righi
…metâmeros… – Milena Martins Moura
O palhaço, o poeta e eu – Rômulo César Lapenda Rodrigues de Melo
Ramal 65 – Vasni de Almeida
Evangelho de Dante – Marcelo Novo e Trigueiros
Copo sujo – Joao Daniel Cardoso de Lima
Tartarugas marinhas – Rita Isadora Pessoa Soares de Lima
Categoria Conto
Flores noturnas desabrocham nas trevas – Márcia Silva de Oliveira Moura
Uma fome antiga – Maíra Barbosa Ferreira da Silva
O tempo que nós inventamos – Anne Torrecilha
Cigarras – Marianna Gómez Strenge Tórgo
O ruído do pássaro – Manuela Del Lama Titoto
O sumiço do boi de reisado – José Francisco dos Santos
Lobos à espreita – Helena Lukianski
Matrioskas – Nadja Maria de Farias Bereicoa
Um pouco antes de uma vez por todas – Marcos Namba Beccari
Graus de separação – Giovanna Theresa Martini Mazetto Gallo
A hierarquia da miséria – Dioleni Santanna Motta
Brinde à discórdia – Davi Bezerra Souto
Cheiro de cigarro nas escadas – Ana Gabriela Rebelo dos Santos
O homem de chinelo – Maurício Martins de Oliveira
Categoria Poesia
O verniz dos reflexos – Leonardo de Oliveira Guaragni
Baculejo – Marcelo Luiz da Silva
O nome do futuro é Janaina – Anderson Henrique Lucht
Ficções do dicionário – Ewerton Martins Ribeiro
Me escreve – Ágata de Mesquita Barbi
Formas do Não (poemas da vida gasta) – Luís Felipe Ferrari
Mania de desaparecer – Priscilla Thuany Cruz Fernandes da Costa
A parte mais bonita do corpo é a crista ilíaca – Luísa Loureiro Monteiro de Castro Teixeira
Refrão – Eduardo Fernando Marques Mazarão
Como se a brasa depurasse – Cleiton Galvão de Mesquita Furtado
O não lugar – Karine Alves Matias
A Premiação
Criado em 2003, o Prêmio Sesc de Literatura já recebeu cerca de 24 mil originais e revelou ao mercado editorial 43 novos autores. Os trabalhos inscritos são analisados por comissões julgadoras de diferentes regiões do país, compostas por renomados escritores, jornalistas e críticos literários. O processo de avaliação tem como base o anonimato tanto dos autores quanto do júri, garantindo a lisura do projeto e a liberdade de análise das comissões julgadoras, que fazem a seleção pelo mérito literário, com soberania sobre a decisão final. Os autores devem ser inéditos nas categorias pelas quais concorrem, ou seja, sem obras publicadas na categoria escolhida.
É preciso olhar para as competências diferenciadas dos jovens
Historicamente, a taxa de desemprego da população jovem no Brasil é bastante alta. Problemas como a falta de experiência e a baixa qualificação contribuem para esses índices. Mas um estudo divulgado recentemente pelo Ministério do Trabalho e Emprego trouxe boas notícias em relação a essa questão. A taxa de desemprego entre os jovens caiu de 25,2% para 14,3%. Além disso, a taxa de informalidade passou de 48% para 44%.
A redução do número de jovens de 18 a 24 anos que não estudam nem trabalham representa um avanço importante. Mas ainda há um longo caminho a ser percorrido, que passa pela oferta de oportunidades a essa parcela da população. E, nesse sentido, é necessário identificar as potencialidades dessa juventude e contextualizá-la nesse novo mercado de trabalho, que traz novos desafios a essas gerações.
É urgente pensar em estratégias que possibilitem aos jovens alçar novos voos. Mas temos de ir além da capacitação técnica demandada pelas vagas de emprego. É preciso um olhar para as habilidades desses jovens, as competências diferenciadas que trazem essas novas gerações, fruto de sua afinidade com as novas tecnologias. Precisamos pensar o jovem como um potencial para a inovação e o futuro. Abrir espaço para que eles possam criar novas trajetórias profissionais.
Há cerca de quatro anos, o Sesc iniciou o Projeto Laboratório Sesc de Artes, Mídias, Tecnologias e Juventudes – LabMais, uma plataforma educativa e cultural em formato de laboratório artístico com foco no trabalho com as juventudes. O objetivo é desenvolver o potencial dos participantes, sob a óptica da economia da cultura. Com base em tecnologias de experimentação, comunicação e socialização, eles criam conteúdos em diversas linguagens, como podcasts, filmes e ensaios fotográficos, produtos comuns às suas gerações.
Este é um trabalho realizado em consonância com o Estatuto da Juventude, que aponta a inserção de jovens no mundo do trabalho como prioridade. Atualmente, o projeto é desenvolvido em 17 estados, estando presente em todas as regiões do país. No início de setembro, parte deles estará reunido na cidade gaúcha de Caxias do Sul para a realização do Festival LabMais. O evento foi construído com o envolvimento dos alunos e leva para o debate a participação, a colaboração e a inserção das juventudes na cadeia produtiva da cultura, como agentes criativos e transformadores de seus territórios. O apoio dos empresários do comércio de bens, serviços e turismo, por meio do Sesc, garante que iniciativas como essa avancem e se multipliquem, ampliando oportunidades e conectando essa nova geração a diferentes campos de atuação.
Reconhecer o potencial e criar condições para que ele se desenvolva é fundamental para ampliar a participação dos jovens para inclusão e produtividade. O país só tem a ganhar com a energia, a criatividade e a capacidade de renovação dessa força.
Artigo de José Carlos Cirilo, Diretor-Geral do Departamento Nacional do Sesc, publicado no jornal O Tempo.
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O Projeto Laboratório Sesc de Artes, Mídias, Tecnologias e Juventudes promove, de 4 a 6 de setembro, o Festival LABmais. O evento será realizado na cidade de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, trazendo como tema “Entre corres e conexões: o que sustenta as juventudes?”. Por meio de oficinas, painéis e performances artísticas, entre outras atividades, serão colocadas em pauta questões como comunicabilidade, corre e coletividade, pilares de construção da programação.
O festival mobilizará 13 espaços na cidade gaúcha e contará com a participação de jovens integrantes do Sesc LABmais de todas as regiões do país. O projeto é desenvolvido nos estados do Acre, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, São Paulo, Pará, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e Sergipe, tendo como foco o trabalho com as juventudes.
“O LABmais tem como objetivo desenvolver o potencial dos jovens, sob a ótica da economia da cultura. É um projeto que olha para as habilidades da juventude, as competências diferenciadas que trazem essas novas gerações, fruto de sua afinidade com as novas tecnologias. O Festival LABmais entra para agenda nacional do Sesc como meio de pensar um futuro com maior participação, colaboração e inserção das juventudes na cadeia produtiva da cultura, como agentes criativos e transformadores de seus territórios”, explica o Diretor Interino de Programas Sociais do Departamento Nacional do Sesc, Érlei de Araújo.
A programação, totalmente gratuita, é composta por oficinas, painéis, apresentações culturais e uma mostra audiovisual com produções desenvolvidas nos cursos do LABmais, com exibições de filmes do Maranhão, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul. Os painéis proporcionarão encontros entre jovens que atuam em áreas como audiovisual, jornalismo, produção cultural, entre outros segmentos da economia criativa, com discussões sobre formalização do trabalho na área de cultura, experiências de comunicação, potências criativas e saúde mental das juventudes.
Outro destaque do festival são as oficinas. São oferecidas 20 atividades, com temas como videoarte e educação ambiental, modelagem coletiva em argila, dança K-pop, drone audiovisual e proteção territorial indígena, moda afrocoletiva, entre outros. Por conta da limitação de vagas, os interessados precisam se inscrever até o dia 25 de agosto. O formulário está disponível no site do festival e a lista dos selecionados será divulgada dia 28 de agosto.
Criado em 2021, o LABmais – Laboratório Sesc de Artes, Mídias, Tecnologias e Juventudes é uma plataforma educativa e ao mesmo tempo um laboratório artístico, com foco no trabalho com juventudes, protagonistas da produção e difusão dos conteúdos. As ações realizadas têm a mídia, arte e tecnologia como elementos determinantes para garantir aos jovens uma posição equânime de inserção no mercado de trabalho. O projeto é realizado em 17 estados e forma jovens para o desenvolvimento de diferentes conteúdos, com a produção de podcasts, filmes, clipes, ensaios fotográficos, book trailers, dentre outros processos artístico-culturais, sintonizados com tecnologias de interação midiática comuns a essa geração.
O fim de semana do Sesc na Festa Literária Internacional de Paraty – Flip 2025 foi marcado por uma programação intensa e diversa, que atraiu públicos de todas as idades e interesses. Temas contemporâneos como inteligência artificial, fake news e a valorização dos saberes artesanais dividiram espaço com momentos poéticos e afetivos, como o show de Adriana Calcanhotto e o sarau infantil com música e poesia. Os espaços da Instituição no Centro Histórico de Paraty se consolidaram, mais uma vez, como pontos de encontro, reflexão e celebração da cultura.
No sábado, às 11h, a Casa Edições Sesc recebeu a mesa “A urgência de uma filosofia pop para o combate às fake news”, com Marcia Tiburi e Jean Wyllys, que debateram de forma instigante os impactos sociais e políticos da disseminação de falsidades. Simultaneamente, no Sesc Santa Rita, Nina da Hora e Aliã Wamiri conduziram a conversa “Tecnologias do encantamento: entre o artesanal e o digital”, ressaltando caminhos para a preservação e reinvenção de saberes tradicionais em meio à era tecnológica.
Às 15h, Marcelo Tas e Sergio Amadeu da Silveira trouxeram à Casa Edições Sesc uma provocadora discussão sobre os impactos globais da inteligência artificial, tendo como base o livro Atlas da IA, de Kate Crawford. O debate sobre o tema seguiu à noite, na Casa Sesc, com a presença da ministra Carmem Lúcia na mesa “Inteligência artificial e direitos autorais”. O dia foi encerrado com emoção e beleza no show da cantora Adriana Calcanhotto, às 20h.
O domingo começou em clima de encantamento com o Sarau Picaretinha Cultural, voltado para o público infantil, às 10h30, no Sesc Santa Rita. Livros, músicas e brincadeiras deram o tom da manhã. Em seguida, às 11h, Tati Bernardi e Luciany Aparecida refletiram, na mesa “De onde nasce a ficção?”, sobre inspirações, processos criativos e os caminhos que moldam a criação literária.
Às 13h, na Casa Edições Sesc, o bate-papo “Mapa da Cachaça” reuniu o público em torno de uma conversa saborosa sobre a cultura brasileira da cachaça, com direito a degustação sensorial guiada por Felipe Jannuzzi. Já às 14h, o ex-jogador Cafu compartilhou histórias e memórias na mesa “A saga Cafu: futebol e literatura em campo”, ao lado da escritora Mariah Morais, em um encontro inspirador na Casa Sesc.
A celebração dos 20 anos do BiblioSesc também ganhou destaque na Flip, com uma exposição sobre a trajetória do projeto, que percorre o Brasil com 45 bibliotecas móveis. Para marcar a data, foram distribuídos 300 exemplares dos livros vencedores do Prêmio Sesc de Literatura de 2024, fortalecendo o compromisso da instituição com o incentivo à leitura.
A solidariedade também esteve presente: durante toda a programação, o público foi convidado a contribuir com doações para o programa Sesc Mesa Brasil, reforçando o elo entre cultura, cidadania e responsabilidade social.
Com uma programação plural, potente e acolhedora, o Sesc encerrou sua participação na Flip 2025 com um saldo extremamente positivo, fortalecendo seu papel como agente cultural e social de referência no país.
Educação e inclusão estiveram em pauta no segundo dia do Sesc na Flip. A ministra Macaé Evaristo participou da mesa de debates “Pensando a escola como floresta: caminhos para a educação inclusiva”, ao lado da filósofa Alyne Costa, na Casa Sesc. A programação contou ainda com a participação de diversos escritores, como Maria Carvalhosa, Itamar Vieira Junior, o jornalista Jamil Chade e o autor local de Paraty, Flávio Araújo, entre outros convidados.
A partir das 10h, o público encontrou bate-papos diversos nos três espaços do Sesc na Flip. Na Casa Sesc, Angélica Freitas e Maria Carvalhosa participaram do Ciclo Paquetá de debates Literatura em voz alta. No Sesc Santa Rita, a arte-educadora Ana Carolina Silva e o escritor Volnei Canônica conversaram sobre experiências inspiradoras de mediadores de leitura de diferentes regiões do país. Na Casa Edições Sesc, o meio ambiente esteve em debate na mesa Para entender quase tudo sobre o clima, com a empreendedora social e fundadora do Instituto Oya, Kamila Camilo, e o jornalista Jamil Chade.
À noite, o clima foi de música e poesia na Casa Sesc com o show Conversa Cantada, do multiartista Tiganá Santana. No encontro performativo, a palavra falada e a palavra cantada se entrelaçaram em reflexões sobre oralidade, poética negra, ancestralidade e escuta.