Há 35 anos, o Brasil deu um relevante passo na proteção de sua biodiversidade ao possibilitar a criação de reservas particulares do patrimônio natural (RPPN). Uma importante ferramenta de conservação do meio ambiente que permite a preservação de espécies da fauna e da flora nativas da região em que estão inseridas. Desde a publicação do decreto que oficializa a medida, em janeiro de 1990, já foram criadas mais de 1,5 mil unidades de conservação em todo o país.
Em 1992, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, mais conhecida como ECO-92, realizada no Rio de Janeiro, tornou oficial a aplicação do conceito de desenvolvimento sustentável e deixou clara a relação de dependência dos seres humanos com a natureza. Foi um evento de grande relevância para a sociedade e colocou na pauta de muitas instituições a causa socioambiental.
O Sistema CNC-Sesc-Senac trouxe para si essa responsabilidade de fazer algo efetivo para a conservação da natureza. Dessa forma, foi criado o Polo Socioambiental Sesc Pantanal, com a missão de promover a preservação do meio ambiente com educação ambiental, por meio do ecoturismo, das pesquisas científicas e do desenvolvimento comunitário, tornando-se referência para todo o país.
O polo abriga a maior reserva particular do patrimônio natural do país. A RPPN Sesc Pantanal tem 108 mil hectares e é um laboratório a céu aberto do Pantanal primitivo. Detém em sua área 250 espécies de plantas e mais de 630 espécies de animais, incluindo a fauna ameaçada de extinção, como a onça-pintada, o tamanduá-bandeira e o lobo-guará.
Reconhecida internacionalmente como Sítio Ramsar e Zona Núcleo da Reserva da Biosfera desde 2002, presta serviços ecossistêmicos essenciais, como a purificação da água, o sequestro de carbono e a regulação do clima. É ainda uma referência em pesquisas, com mais de 500 publicações científicas, elaboradas a partir do trabalho de investigação de pesquisadores de instituições brasileiras e estrangeiras.
Na linha de frente da conservação, a RPPN conta com colaboradores pantaneiros com amplo conhecimento sobre o ecossistema e um grupo de brigadistas experientes, além de equipamentos importantes, como pás carregadeiras e câmeras de detecção de focos de calor, que contribuem com o combate ao fogo em toda a região.
Em 2010, o polo socioambiental expandiu sua atuação em Mato Grosso para o Cerrado. Considerado a caixa d’água do Brasil, o bioma protege as nascentes do Rio Cuiabá, que deságuam no Pantanal. Localizado em Rosário Oeste, o Sesc Serra Azul é um parque ambiental com mais de 5 mil hectares, voltado para o turismo de aventura e contemplação. O local abriga a Reserva Natural Sesc Serra Azul, responsável pela proteção de animais em risco de extinção.
O Sesc também atua na preservação de outros importantes biomas brasileiros. No Norte do Brasil, a RPPN Sesc Tepequém, no município de Amajari, em Roraima, é considerada uma das principais unidades de conservação ambiental do estado e é área de soltura de animais silvestres. No litoral de São Paulo, a Reserva Natural Sesc Bertioga protege um importante remanescente florestal com 60 hectares de Mata Atlântica. No Ceará, a Reserva Ecológica Sesc Iparana, em Caucaia, preserva os últimos fragmentos de floresta de tabuleiro existentes na Região Nordeste do país. Mais recentemente, em julho de 2024, foi oficializada a criação da RPPN Sesc Bonito, em Mato Grosso do Sul.
Dividir o encargo de proteger a rica biodiversidade brasileira é uma decisão acertada. Não apenas porque vivemos em um país de abrangência continental, mas também pela necessidade de engajamento e conscientização de que a questão do meio ambiente necessita. Trabalhar por uma sociedade mais sustentável é um compromisso que o Sistema Comércio assumiu há mais de três décadas e no qual continua empenhado, com ações desenvolvidas a partir de parâmetros como o fortalecimento da cidadania e a promoção de uma cultura igualitária.
Artigo de José Roberto Tadros, Presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac. Publicado originalmente no Correio Braziliense.
No mês do Meio Ambiente, o Sesc reafirma seu compromisso com a sustentabilidade e a preservação ambiental. Presente em todo o país, a instituição realiza ações que vão além do cuidado com as pessoas, mas também com o planeta. Nessa direção, o Sesc trabalha em diversas frentes de ações desenvolvidas em todo o país.
Confira a seguir algumas iniciativas:
O Sesc mantém Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) e outras áreas de conservação ambiental que preservam ecossistemas estratégicos em cinco estados brasileiros. A RPPN é uma unidade de conservação de domínio privado, com objetivo de conservação da biodiversidade. Além do manejo para conservação da natureza nas áreas de reserva, essas unidades prestam apoio às populações do seu entorno e promovem ações de turismo sustentável e educação ambiental. Dessa maneira, o Sesc trabalha para ampliar a consciência – tanto de agentes locais quanto de visitantes – em relação à importância da preservação dos recursos naturais desses territórios.
RPPN Sesc Pantanal (MT) – Maior RPPN do Brasil, com 108 mil hectares (aproximadamente, do tamanho da Região Metropolitana do Rio de Janeiro), é reconhecida por seu trabalho de pesquisa em parceria com universidades e institutos, como o Museu Nacional, Reprocon e GEVS. Um exemplo é o estudo sobre onças-pintadas com uso de câmeras trap.
Parque Sesc Serra Azul (MT) – Com 5 mil hectares, o Parque Sesc Serra Azul é um parque de aventura onde fica um dos principais atrativos da região turística de Nobres e Rosário Oeste (MT), a Cachoeira Serra Azul. Com queda de 50 metros, ela é rodeada de paredões de arenito, que formam o lago cristalino. O Parque conserva uma área de Cerrado, que é conhecido por ser a caixa d’água do Pantanal, pois é onde se encontram as nascentes do Rio Cuiabá, que deságuam no Pantanal. Localizado próximo a uma das nascentes do Rio Cuiabá, o Parque Sesc Serra Azul, colabora, portanto para a conservação do Pantanal também.
RPPN Sesc Tepequém (RR) – Situada em Roraima é, atualmente um dos maiores polos turísticos do estado. Localizada no município de Amajari, a 210km da capital Boa Vista, contribui para a proteção da biodiversidade amazônica.
Reserva Natural Sesc Bertioga (SP) – Localizada no litoral norte de São Paulo, essa reserva ocupa 60 hectares de Mata Atlântica em plena zona urbana. Abriga mais de 650 espécies da fauna e flora de restinga e desenvolve ações de educação ambiental, turismo social, mobilização comunitária e pesquisa científica.
Reserva Ecológica Sesc Iparana (CE) – Espaço voltado à preservação costeira e educação ambiental no Ceará. Situada em Caucaia (CE), promove oficinas, vivências e ações de educação ambiental e geração de renda por meio da produção de artesanato, incentivando o protagonismo das comunidades locais e a valorização dos saberes tradicionais
RPPN Sesc Bonito (MS) – Certificada em agosto de 2024, a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Sesc Bonito está situada na Serra da Bodoquena e abrange quase 20 hectares. Seu objetivo é preservar a biodiversidade local e fomentar o ecoturismo, a contemplação da natureza e a educação ambiental. Com o plano de manejo em desenvolvimento, a reserva já nasce conectada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
O compromisso ambiental do Sesc se manifesta também nas diversas ações implantadas em unidades e equipamentos. Confira alguns exemplos:
Parnaíba (PI) – Projeto de integração comunitária e preservação ambiental.
Sesc Esplanada (RR) – Instalação de sistema biodigestor, promovendo gestão de resíduos e geração de energia limpa.
Hotel Sesc Cacupé (SC) – Referência em compostagem e manejo de resíduos orgânicos.
Grande Hotel Sesc Itaparica (BA) – Primeiro hotel da Rede Sesc com certificação de carbono neutro e signatário da Declaração de Glasgow sobre Ação Climática no Turismo.
Você costuma pensar no futuro? Quais são seus compromissos mais importantes neste mês? Como estará sua saúde no ano que vem? Sonhar, planejar, são habilidades humanas elementares, inspiram e determinam nossa forma de ler o mundo, nossas decisões, nossas relações com as pessoas, com os desafios, com o tempo, com o meio a nossa volta. Mas quando o assunto é o futuro do planeta, já não temos mais tanto tempo pela frente para pensar, e o principal alarme tem sido o clima em novos padrões numa escala global, impactando no regime de chuvas, na temperatura das florestas, campos, cidades e oceanos. Já é fato que a nossa relação com a natureza precisa mudar.
Tudo o que consumimos vem da natureza, é ela que supre todas as nossas necessidades básicas: água, alimento, ar, abrigo, e também é de onde surge o nosso modo de vida, nossa cultura, nossa história. E claro que não é por acaso, porque nós somos natureza, somos feitos dessa matéria e criamos formas de obter e transformar esses recursos a nosso favor por meio de técnicas de agricultura, construções, meios de locomoção. Mesmo com todo o avanço dessas técnicas que reinventam o ambiente onde vivemos, a fonte primária e origem de tudo sempre será a natureza.
E ela é resultado de um conjunto de condições que favorecem esse alto poder de provisão, oferecem o que chamamos de serviços ecossistêmicos, isto é, benefícios dos quais usufruímos: purificação das águas, chuvas, controle de processos erosivos, manutenção da qualidade do ar, regulação do clima, produção de biodiversidade nos que fornece alimentos, fármacos, controle de zoonoses. A natureza se reproduz em diferentes ecossistemas complexos e ricos, e há um tipo específico desse arranjo de condições ao redor do mundo que é de uma importância intangível: as áreas úmidas, que têm como característica principal a interface entre os ambientes terrestres e aquáticos, bordas onde a vida nasce em profusão.
As áreas úmidas são muito diversas: margens de rios, zonas costeiras, nascentes, podem ter caráter mais permanente ou sazonal conforme o ritmo das águas. Ambientes assim precisam de cuidado, em razão de todos os serviços que oferecem, sua proteção garante uma reserva de futuro, de abundância e, pode ter certeza, elas contribuem diretamente para a sua saúde e o seu bem-estar hoje e amanhã.
Em razão desta vital relevância, hoje é o dia em que o mundo celebra as áreas úmidas, mobilizando toda a sociedade para proteger as zonas úmidas para o nosso futuro comum, como reflete a campanha da Convenção sobre as Zonas Úmidas de Importância Internacional, ou Convenção de Ramsar. Esta consiste em um tratado com mais de 150 países signatários, incluindo o Brasil, que se comprometem a implementar ações efetivas de conservação dessas áreas, baseadas nos chamados Sítios Ramsar, como é caso da Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN Sesc Pantanal. Esta é a maior reserva privada do Brasil, criada e mantida pelo Sistema CNC-Sesc-Senac há quase 30 anos, integrando uma área de 108 mil hectares no Pantanal de Barão de Melgaço, e que impacta de forma muito positiva toda a humanidade.
Somos todos parte desse esforço coletivo e os maiores beneficiados desse pacto com o futuro. A mobilização é mundial, e só terá resultados se cada um assumir a corresponsabilidade pelo destino desse planeta que ainda é muito bom e generoso para a gente viver.
Artigo de Cristina Cuiabália, gerente-geral do Polo Socioambiental Sesc Pantanal
O Sesc ampliou seu trabalho de conservação ambiental com a criação de uma nova Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) na cidade de Bonito, no Mato Grosso do Sul. Formalizada por meio da Portaria 2221, do dia 25 de julho, a reserva tem área de 19,48 hectares e será um santuário de proteção da fauna e flora regionais, além de um laboratório natural de estudo e observação.
A criação da reserva teve o apoio do Projeto Piúva Rosa, que é executado pela Funatura e financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) no âmbito do Projeto Estratégias de Conservação, Restauração e Manejo para a Biodiversidade da Caatinga, Pampa e Pantanal (GEF Terrestre).
As outras áreas de conservação ambiental do Sesc são: a RPPN Sesc Pantanal, no Mato Grosso; a RPPN Sesc Tepequém, em Roraima; a Reserva Natural Sesc Bertioga, em São Paulo, a Reserva Ecológica Sesc Iparana, no Ceará, e a reserva natural, e a Reserva do Sesc Serra Azul — as três últimas em processo de certificação como Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs).
A RPPN é uma categoria de unidade de conservação privada. É uma área de terras particulares onde o proprietário se compromete voluntariamente a realizar a conservação da natureza. Uma vez criada, a RPPN tem sua proteção garantida por lei, mesmo se a propriedade for vendida para outra pessoa.
A Reserva Particular do Patrimônio Natural, RPPN Sesc Pantanal, completa 27 anos de história no Pantanal mato-grossense, nesta quinta-feira (4/7). Com 108 mil hectares, a unidade criada pelo Sistema CNC-Sesc-Senac é a maior RPPN do Brasil e possui relevante contribuição para a conservação de espécies ameaçadas de extinção, como a onça-pintada, lobo-guará e tamanduá-bandeira.
O Pantanal tem apenas 5% do bioma protegido em Unidades de Conservação. Deste total, 1% corresponde à RPPN Sesc Pantanal. Na área já foram desenvolvidas mais de 100 pesquisas nacionais e internacionais sobre o Pantanal. Do total de peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos na Bacia do Alto Paraguai, que totalizam 1.059 espécies, a Reserva detém 630. Entre as espécies ameaçadas de extinção, a RPPN possui 12. Dos benefícios que presta à humanidade estão a purificação das águas e a mitigação e adaptação às mudanças climáticas.
Para proteger toda esta riqueza de vida, auxiliares de parque e guardas-parques se revezam no apoio ao desenvolvimento de pesquisas, bem como monitoramento, prevenção e combate a incêndios. São todos pantaneiros, nascidos na região da RPPN, localizada em Barão de Melgaço (MT).
O guarda-parque Reginaldo Taques trabalha na RPPN há 18 anos e conta sobre o maior desafio de trabalhar na RPPN Sesc Pantanal. “A reserva é um exemplo para outras e manter toda essa área conservada é uma missão importante que temos. O que mais gosto de trabalhar aqui é saber que estamos conseguindo cuidar desse pedacinho do Pantanal”, diz ele.
Com 12 anos de atuação da RPPN, o também guarda-parque Vilson Souza considera uma honra trabalhar na unidade de conservação. “O que mais gosto de fazer é compartilhar meu conhecimento como pantaneiro para turistas e pesquisadores que vêm até aqui. Por isso, nossa dedicação durante todo o ano é para proteger toda a área, principalmente neste ano tão seco”, destaca.
Gestor da RPPN Sesc Pantanal, o ecólogo Alexandre Enout destaca os dois títulos internacionais da área: Sítio Ramsar e Zona Núcleo da Reserva da Biosfera. “É evidente a relevância do papel da RPPN enquanto área de conservação, que beneficia a fauna, a flora e os seres humanos, com seus serviços ecossistêmicos fundamentais para a manutenção da vida na terra”, explica.
Segundo dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais do Departamento de Meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASA-UFRJ), o regime de seca persistente de intensidade extrema a moderada perdura nos últimos 12 meses. De acordo com relatório publicado em junho, o Pantanal foi o bioma que mais secou dentro da análise realizada entre 1985 a 2023. A superfície de água anual (pelo menos 6 meses com água) em 2023 foi 61% abaixo da média histórica.
Os guardas-parques confirmam isso com as mudanças vistas no dia a dia. Segundo Vilson, a paisagem mudou devido ao ciclo das cheias. “Os corixos onde eu tomava banho na infância, em São Pedro de Joselândia, não existem mais, meus filhos pequenos nunca viram cheio. Na RPPN, tem corixo que não enche há cinco anos por falta de chuva”, relata.
Para Reginaldo, com a falta de chuvas regulares o Pantanal está diferente, sem florada todos anos, por exemplo. “Os tanques da reserva, que ajudam no abastecimento de pipas e também para os animais beberem água, não costumavam secar e agora estão secos. A nossa expectativa para esse ano é que não tenha incêndio, apesar das previsões”, destaca.
A mobilização para proteger a grande área, rica em biodiversidade, é intensa e tem sido ampliada para prevenir o avanço de incêndios florestais como os que já atingiram a reserva, principalmente neste ano em que o Pantanal está mais seco.
A principal ação iniciada neste ano é a queima prescrita, que faz parte do Plano de Manejo Integrado do Fogo (PMIF) e utiliza o fogo como aliado para proteger a área. Iniciativa inédita em unidades de conservação do Pantanal Norte (Mato Grosso), o modelo prevê a queima de algumas áreas na RPPN, em vegetação mais adaptada ao fogo, o que contribui para a conservação do local. A estratégia, utilizada em várias partes do mundo e em outros biomas brasileiros, é uma das mais avançadas opções de prevenção, considerando as mudanças nos ciclos das águas registradas desde 2020.
Como ferramentas de prevenção, a reserva conta ainda com a tecnologia de detecção de focos de incêndio com câmeras de alta precisão. Já a Brigada de Incêndio, contratada para atuação durante seis meses no período da seca, agora permanecerá ativa por oito meses e terá um reforço importante: dois novos pontos de água na área central da Reserva, naturalmente mais seca por estar distante dos rios Cuiabá e São Lourenço, que margeiam a RPPN. Os poços artesianos contribuirão com os esforços de eventual combate a incêndios florestais, facilitando o rápido reabastecimento de caminhões-pipa
A decisão foi tomada devido ao cenário observado na Região Hidrográfica do Paraguai, embasado por manifestações de entidades ligadas ao tema, como o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e o Serviço Geológico do Brasil (SGB), de escassez hídrica relevante em comparação com períodos anteriores. Isso porque o nível d’água do rio Paraguai em abril deste ano atingiu o pior valor histórico observado em algumas estações de monitoramento ao longo de sua calha principal, sendo que o cenário de escassez ocorre desde o início deste ano na Região Hidrográfica do Paraguai.
O Departamento Nacional publicou o relatório Comunicação de Engajamento (COE) – 2021-2023, um documento que traz o resumo das nossas ações voltadas à disseminação e ao alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).
Para o Sesc, é fundamental que as suas ações estejam integradas à sustentabilidade. Desse modo, os projetos podem contribuir com cada um dos 17 ODS.
A publicação é uma demanda da parceria com o Pacto Global Rede Brasil, do qual somos signatários desde 2019, e deve ocorrer a cada dois anos.
A União Internacional para Conservação da Natureza (UICN), em parceria com o Polo Socioambiental Sesc Pantanal, lança a série “Diretrizes para Melhores Práticas em Áreas Protegidas da UICN e da Comissão Mundial de Áreas Protegidas (WCPA)”, referência internacional para proteção da natureza em parques, reservas ou unidades de conservação, como são denominadas no Brasil. As diretrizes auxiliam governos, agências responsáveis por áreas protegidas, Organizações Não Governamentais, comunidades e parceiros do setor privado a cumprir seus compromissos, metas e, especialmente, o Programa de Trabalho com Áreas Protegidas da Convenção sobre Diversidade Biológica.
O material foi lançado oficialmente nesta quarta-feira (31/1), Dia Nacional das RPPNs (Reserva Particular do Patrimônio Natural) durante o evento realizado pela Funatura no Auditório do Prev Fogo/IBAMA, em Brasília, com autoridades e representantes de unidades de conservação federais privadas de todo o Brasil.
Essas diretrizes abordam o planejamento e a gestão de Áreas sob Proteção Privada (PPAs), e são direcionadas principalmente aos profissionais e formuladores de políticas que estão ou podem estar envolvidos com PPAs. A orientação é dada em todos os aspectos do estabelecimento (gestão e comunicação) e são fornecidas informações sobre princípios e melhores práticas, com exemplos retirados de diferentes partes do mundo.
De acordo com Brent Mitchell, presidente do Grupo de Especialistas em Áreas sob proteção privada e Gestão da Natureza da UICN, a aplicação em campo promove a capacitação institucional e individual para a gestão eficaz, equitativa e sustentável de sistemas de áreas protegidas.
“As áreas protegidas privadas se tornarão cada vez mais importantes após o compromisso de 2023 de conservar 30% da superfície da Terra até 2030. Esta publicação, derivada de experiências de todo o mundo – incluindo o Brasil – e é um guia para concretizar o grande potencial das RPPNs e outros PPAs”, destaca Mitchell.
De maneira prática, o objetivo das diretrizes é moldar a aplicação da política e dos princípios da UICN em direção ao aprimoramento da efetividade e dos resultados de conservação, com foco nos gestores e administradores da PPA.
“Nem toda a orientação será necessariamente aplicada em todos os contextos sociais, políticos e econômicos. Entretanto, o aprendizado com as melhores práticas em todo o mundo e a consideração sobre como elas podem ser incorporadas em nível local ou nacional podem melhorar a probabilidade de sucesso na conservação privada. Também podem oferecer sugestões sobre as condições que podem ser melhoradas para favorecer as PPAs e, assim, aproveitar as oportunidades que elas apresentam”, explica Mitchell.
Avanços com a tradução para o português
Por meio da parceria com o Polo Socioambiental Sesc Pantanal, o documento foi traduzido para o português e pode ser acessado por instituições e interessados no tema não apenas no Brasil, mas em todos os países de língua portuguesa.
Para a gerente-geral do Sesc Pantanal, Cristina Cuiabália, a iniciativa ratifica o compromisso do Sesc com a conservação. “A conservação só acontece com o envolvimento de muitas mãos. Todos precisam estar inseridos e, principalmente, preparados para fazer este trabalho tão importante em nosso país. O Sesc é pioneiro nesta atuação, tendo, atualmente, 13% das áreas das RPPNs do Brasil, entre elas a maior Reserva Particular do Patrimônio Natural do Brasil, a RPPN Sesc Pantanal, com 108 mil hectares. O nosso compromisso com a conservação da natureza foi assumido há 27 anos e é vitalício”, destaca Cuiabália.
Coordenador de Reservas Privadas da FUNATURA, Laércio Sousa diz que a publicação, também disponível em outras línguas no site da UICN, traz um compilado das melhores práticas e aprendizados vindos de todas as partes do mundo. “Especialistas, gestores e proprietários de Áreas sob Proteção Privada (PPAs) e RPPNs do Brasil contribuíram com suas expertises para fazer frente aos diversos desafios de conservação e em especial a gestão e combate às mudanças climáticas, visto que até 2030 há uma forte tendência e necessidade que, ao menos 1/3 do planeta esteja sendo conservado e ou em recuperação ambiental”, destaca.
RPPNs no Brasil
Até 1992, o Brasil tinha 31 Reservas Particulares do Patrimônio Natural, que equivaliam a uma área de 386,94 km². Hoje, de acordo com a Confederação Nacional de RPPNs (CNRPPN), são 1.755 reservas, totalizando 814.528,61 hectares. O Sesc possui 109 mil hectares de áreas protegidas no Polo Socioambiental Sesc Pantanal, no Sesc Tepequém (RR), no Sesc Bertioga (SP), no Sesc Iparana (CE) e, mais recentemente, no Parque Sesc Serra Azul, esta última também localizada em Mato Grosso, na região do Cerrado, em vias de se tornar uma RPPN.