5 de junho de 2021

Artigo de Christiane Caetano – Superintendente do Polo Socioambiental Sesc Pantanal

O que a nossa vida tem a ver com as outras coisas vivas? Cada vez mais pessoas entendem que a sobrevivência da humanidade depende da diversidade da natureza e da coexistência em harmonia, um ponto de equilíbrio que ainda estamos distantes de alcançar.

O Brasil tem a maior biodiversidade de fauna e flora do planeta. Isso representa uma riqueza incalculável. Água, comida, remédios, energia e todos os tipos de produtos que consumimos têm sua origem na natureza. Mais do que isso: a solução de tudo o que precisamos está nela. Mas a espécie humana só pode continuar existindo se tivermos ecossistemas saudáveis e fortes que continuem nos proporcionando os mais diversos recursos.

Em Mato Grosso existem três biomas, uma multiplicidade de espécies animais e vegetais e é onde, há mais de 20 anos, o Departamento Nacional do Sesc implantou um polo socioambiental com a criação da maior reserva particular do patrimônio natural do país, a RPPN Sesc Pantanal, que ajuda a conservar uma das mais importantes áreas úmidas do planeta.


Trabalho de conservação ambiental é realizado há mais de 20 anos pelo Polo Socioambiental Sesc Pantanal (Divulgação)

É importante que se entenda que conservação não é uma barreira para o desenvolvimento. As unidades como a RPPN, o Parque Sesc Baía das Pedras e o Parque Sesc Serra Azul, todas pertencentes ao Polo Socioambiental Sesc Pantanal, são espaços abertos, acessíveis, que podem e devem ser contemplados, estudados, visitados, porque é do turismo responsável que se dá a sua manutenção.

Nas nossas áreas de conservação, dezenas de animais ameaçados de extinção voltaram a aparecer. Esses registros são a prova da regeneração da biodiversidade nos locais. Se existe alimento, as espécies voltam a ocupar os espaços e reestabelecem o ciclo natural da cadeia alimentar que permite a manutenção do ecossistema. E isso não exclui o ser humano, porque também somos parte da natureza.

Nossas unidades proporcionam experiências que integram as pessoas aos habitats naturais e fazem das vivências uma sensibilização e estímulo a preservação, ao uso racional, ao entendimento da conexão que existe entre todos os seres vivos.

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A conservação das múltiplas formas de vida e o enfrentamento aos problemas ambientais do planeta é que deu origem ao Dia Mundial do Meio Ambiente. Nós, seres humanos, precisamos encontrar um jeito de prosperar e viver em harmonia com a natureza por uma razão bem simples, porque é a única maneira de sobrevivermos.

A minha vida, a sua, a dos animais, das plantas, as florestas e as cidades, tudo está interligado, um influencia o outro, um não existe sem o outro. Quando se trata de meio ambiente e de vida, tudo está conectado.

12 de novembro de 2020

Luta contra o fogo na maior Reserva Natural do Brasil vira documentário

 

O Polo Socioambiental Sesc Pantanal lançou um documentário que relata a luta contra o fogo na maior Reserva Particular do Patrimônio Natural do país, a RPPN Sesc Pantanal, durante esta que foi a pior temporada das últimas décadas no bioma. O registro histórico traz depoimentos de quem estava na linha de frente do combate, imagens dos animais sobreviventes, além da fauna e flora atingidas pelo fogo nos 98 mil hectares, da área de 108 mil, conservada há 23 anos.

As cenas são impactantes e mostram o caminho da destruição causado pelo fogo, que entrou pela primeira vez este ano na RPPN, no dia 2 de agosto. Foram várias frentes de incêndio, combatidas simultaneamente ao longo de 50 dias e um intenso trabalho dos brigadistas do polo Socioambiental Sesc Pantanal, que somaram esforços a Operação Pantanal II, formada pelas Forças Armadas, Bombeiros de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Ibama e ICMBio.

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Embora o fogo tenha alcançado 91% da unidade de conservação, localizada em Barão de Melgaço (MT), muita vida foi preservada. Em meio às imagens de carcaças e bichos feridos vistos em todo o Pantanal, as cenas dos animais vivos e saudáveis chamam a atenção para o trabalho da brigada Sesc Pantanal. Existente há 20 anos, ela retardou o avanço dos incêndios, dando tempo de fuga para os animais migrarem para áreas ainda não queimadas ou já atingidas há dias.

De acordo com a superintendente do Sesc Pantanal, Christiane Caetano, o documentário de 20 minutos é um registro histórico de um fato inédito na RPPN Sesc Pantanal e o seu lançamento no Dia do Pantanal é um marco na temporada do fogo em 2020. “As primeiras chuvas e o verde que surgem apagam momentaneamente as marcas do fogo, que são muito profundas e têm impactos que vão durar anos. Não queremos que tudo o que houve seja esquecido e, principalmente, o objetivo deste registro é ser um alerta para o que não queremos viver novamente. Para isso, é preciso união, estratégia e ação para os próximos anos”, destaca.

Imediatamente, após o fim dos incêndios na unidade de conservação, teve início o levantamento de dados com pesquisadores de diversas partes do país. A partir de pesquisas desenvolvidas ao longo de 20 anos será possível realizar um comparativo com o atual momento, para encontrar soluções que beneficiem todo o Pantanal, seja para a recuperação da flora, reestabelecimento da fauna e atendimento às comunidades afetadas por este evento.

Pesquisador da RPPN Sesc Pantanal há 20 anos, o biólogo da Fiocruz, José Luís Cordeiro, que faz parte do documentário, acompanhou várias transformações que a região sofreu, como o aumento das populações animais (anta, cervo-do-pantanal, queixadas e catetos), a recuperação da paisagem para uma condição mais próxima da paisagem pantaneira original, com a implantação da Unidade de Conservação, e a redução do impacto humano, bem como a regeneração da vegetação após queimadas, secas ou cheias severas. Mas, nunca havia visto nada com tamanha capacidade destrutiva como neste ano. “Todos que respeitam a vida, e em especial o Pantanal, tem uma longa jornada pela frente, no suporte à recuperação da biodiversidade do Pantanal”, avalia.

Nada foi igual nas últimas décadas, em relação à seca, baixa umidade, altas temperaturas e fogo, na maior área alagável do planeta e Patrimônio Natural da Humanidade, ressalta o diretor-geral do Departamento Nacional do Sesc, Carlos Artexes, e, apesar de todos os esforços, a RPPN Sesc Pantanal foi muito atingida. “Diante disso, seguimos nossa missão de conservar e estudar essa importante área, que representa 2% do bioma em Mato Grosso. O que aconteceu jamais será esquecido, deixa diversos aprendizados e a certeza de que o Sesc Pantanal sempre estará cuidando de gente, planta e bicho”, conclui.

RPPN Sesc Pantanal

A criação da RPPN Sesc Pantanal se deu após a Eco-92, como iniciativa do Sesc Nacional, em desenvolver um projeto de conservação no Pantanal. Em duas décadas de existência, mais de 70 pesquisas nacionais e internacionais sobre o Pantanal foram realizadas. Da abundante biodiversidade da Bacia do Alto Paraguai, com 1.059 espécies de peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos, a Reserva detém 630. Isso significa que 60% destas espécies estão presentes na RPPN.

Entre as espécies ameaçadas de extinção, a RPPN possui 12. Além de ser a maior RPPN do país, a reserva do Sesc Pantanal ainda é Zona Núcleo da Reserva da Biosfera do Pantanal, faz parte da terceira maior Reserva da Biosfera do planeta e é um Sítio Ramsar. Entre os benefícios que a RPPN presta à humanidade estão a purificação das águas, controle das inundações, reposição das águas subterrâneas, controle do fluxo de sedimentos e nutrientes do solo, reservas de biodiversidade e mitigação e adaptação às mudanças climáticas. Saiba mais em www.sescpantanal.com.br.

O documentário Heróis do fogo apresenta o combate ao fogo na maior Reserva Particular do Patrimônio Natural do país, a RPPN Sesc Pantanal (Unidade do Polo Socioambiental Sesc Pantanal), durante 2020, que foi a pior temporada das últimas décadas no bioma.

O registro histórico tem 20 minutos de duração e traz depoimentos de quem estava na linha de frente do combate, imagens dos animais sobreviventes, além da fauna e flora atingidas pelo fogo nos 98 mil hectares, da área de 108 mil, conservada há 23 anos.