Rodas de conversas, shows poéticos, oficinas, contação de histórias, performances, intervenções artísticas e exposição fazem parte da programação do Sesc na Festa Literária Internacional de Paraty – Flip 2025, realizada de 31 de julho a 3 de agosto. Escritores, artistas e personalidades de todas as regiões do país são convidados das diversas atividades, oferecidas gratuitamente em três espaços: o Sesc Santa Rita, a Casa Edições Sesc e a Casa Sesc, todos localizados no Centro Histórico de Paraty.
“A programação nas três casas reflete o compromisso do Sesc com a valorização da literatura e da cultura brasileira em toda a sua pluralidade. São ações que ampliam o acesso à leitura, valorizam a educação e destacam a rica diversidade cultural de nosso país, alcançando diferentes públicos e faixas etárias”, explica Erlei Araujo, diretor interino de Programas Sociais do Departamento Nacional do Sesc.
No Sesc Santa Rita, unidade do Polo Sociocultural Sesc Paraty, os visitantes vão poder desfrutar de diálogos com autores e profissionais do meio literário, oficinas, contação de histórias, exposição e intervenções artísticas. Na Casa Edições Sesc, a programação traz autores da editora de São Paulo e convidados, com debates sobre temas contemporâneos, presentes em suas recentes publicações. Já a Casa Sesc contará com mediações de leituras, bate-papos, palestras, shows e intervenções. Também estarão disponíveis para venda títulos das Edições Sesc, Editora Senac São Paulo e Editora Senac Rio.
Ao longo dos quatro dias, o público poderá acompanhar conversas dos mais diversos temas, desde assuntos contemporâneos como “Inteligência Artificial e Direitos Autorais”, com a presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministra Carmem Lúcia (Casa Sesc), a discussões sobre a sétima arte, com a cineasta Daniela Thomas e a pesquisadora Vera Hamburger (Casa Edições Sesc).
A poesia terá destaque na programação, com nomes como Leila Míccolis, Bruna Mitrano, Angélica Freitas e Lívia Natália. No primeiro dia de programação no Sesc Santa Rita, o gênero vai passear pelos Cafés Literários, oficinas e na leitura da literatura de cordel. Na Casa Sesc, os shows poéticos são o destaque, com Tiganá Santana e Adriana Calcanhoto. A criação literária e o mercado editorial também estarão em pauta no Sesc Santa Rita, nos bate-papos de Tati Bernardi e Luciany Aparecida (De onde nasce a ficção?) e das editoras independentes Sony Fersesck (Roraima) e Aline Cardoso (Paraíba).
A natureza, as questões do meio ambiente e dos territórios serão discutidas em toda a programação, com destaque para as conversas que acontecem na Casa Edições Sesc, como “Observação de Aves e Conservação da Natureza” com Fabio Schunck e Tetê Espíndola e “Costa Norte do Brasil: Belezas e Desafios”, com Fernando Gabeira e João Farkas.
O público infantil contará com uma programação especial, com contação de histórias no Sesc Santa Rita e mediação de leitura na Casa Sesc, com a Cia Doispralá Doispracá.
Outros temas atuais que serão contemplados nos espaços do Sesc são: o combate às fake news, com Marcia Tiburi e Jean Wyllys; Inteligência Artificial, com Marcelo Tas e Sergio Amadeu da Silveira; os caminhos para a educação inclusiva, com a ministra Macaé Evaristo e Sofia Netrovski; riscos, desafios e soluções de crescer em tempos de tela, com Daniel Becker e Gandhy Piorski; as tecnologias do encantamento entre o artesanal e o digital, com Nina da Hora e Aliã Wamiri.
A programação do Sesc na Flip abre um espaço para a celebração dos 20 anos do BiblioSesc, projeto de democratização e incentivo à leitura. Uma mesa de debate e uma exposição no Sesc Santa Rita mostrará a trajetória da iniciativa, que conta com uma frota de 45 unidades móveis, composta por um acervo de obras diversificado e profissionais capacitados, que contribuem para a formação de novos leitores nas metrópoles, pequenas cidades e periferias do Brasil. Também serão distribuídos 300 livros dos vencedores do Prêmio Sesc de Literatura de 2024 para celebrar a data.
A programação do Sesc na Flip também conta com o lançamento de duas publicações: a nova edição da Revista Palavra e a edição de estreia da Revista Azul Amarelo. Distribuída anualmente, a Palavra reúne ensaios, entrevistas, poemas, contos e outros textos de artistas que participaram do maior circuito literário brasileiro, o Arte da Palavra.
A Azul Amarelo é uma revista que dialoga com a sociedade a partir de dos trabalhos desenvolvidos junto ao público pelo Sesc, em suas diversas áreas de atuação. Na publicação, o leitor descobre entre crônicas, matérias e entrevistas, uma história inspiradora ou até mesmo um novo roteiro turístico.
A distribuição das revistas é gratuita e elas também ficam disponíveis em versão on-line no site do Sesc.
Reforçando o compromisso com a comunidade local, durante os dias do evento haverá arrecadação de alimentos pelo Sesc Mesa Brasil, programa de combate à fome e ao desperdício de alimentos. Os insumos serão doados para instituições sociais de Paraty. A iniciativa busca estimular a consciência social, ampliando o impacto do Sesc na Flip para além da cultura.
A programação do Sesc é gratuita e está disponível na íntegra no site sesc.com.br/sescnaflip
Rodas de conversas, shows poéticos, oficinas, contação de histórias, performances, intervenções artísticas e exposição compõem a programação do Sesc na Festa Literária Internacional de Paraty, de 31 de julho e 3 de agosto. Com um conteúdo que contempla múltiplas formas de literatura e diálogos com os mais diversos territórios, o Sesc leva escritores, artistas e personalidades de todas as regiões do país – desde nomes já conhecidos pelo grande público a talentos da própria cidade ou residentes, como o poeta Flávio de Araújo e a artista visual Aline Brant. As atividades acontecem em três espaços no Centro Histórico de Paraty. A programação é gratuita.
Doe alimentos e transforme esperança em realidade.
Durante a Flip, o Sesc Mesa Brasil recebe doações de alimentos não perecíveis (dentro do prazo de validade) no Sesc Santa Rita, todos os dias, das 10h às 21h.
EXPOSIÇÃO
10h às 21h
BiblioSesc 20 anos
PERFORMANCE
10h
O que cabe na mala?, com Bruno Pegô
PARA INFÂNCIAS
10h30
Contação de histórias “Contos do Chaveiroeiro”, com Mafuane Oliveira
CAFÉ LITERÁRIO
11h
Pluralidades editoriais e a criação literária, com Sony Ferseck e Aline Cardoso. Mediação: Priscila Branco
OFICINA
14h
Bordado | Fio Verso: memória em ponto poético, com Aline Bagre
15h
Poesia hoje, com Leila Míccolis e Bruna Mitrano. Mediação: Priscila Branco
17h
Poéticas do contemporâneo, com Lívia Natália e Angélica Freitas. Mediação: Diogo Borges
INTERVENÇÃO
18h
Literatura de cordel: viva nosso patrimônio imaterial, com Cordel Cantante e Teodoras do Cordel
19h
A quem pertencem minhas palavras?, com Francis Mary e Valeska Torres. Mediação: Tiago Marchesano
Retire um poema, com Yassu Noguchi
Mediação de leitura | É pra ler ou pra brincar?, com Cia Doispralá Doispracá
MESA
Leitura fora da página: jogo, gesto e descoberta, com Carolina Sanches e Eliza Morenno. Mediação: Diogo Borges
VIVÊNCIA
12h
Palavras mágicas: uma vivência ludopoética, com Marcos Marsuwell e Heloisa Regina Souza
16h
Crescer em tempos de tela: riscos, desafios e soluções, com Daniel Becker e Gandhy Piorski. Mediação: Rafaela Medina
Encurtando distâncias entre o livro e o leitor, com Adriana Ferrari e Catia Lindemann. Mediação: Iara Souto
20h
Ciclo Paquetá de debates | Outros mundos possíveis, com Geni Núñez e Tiganá Santana. Mediação: Moisés Nascimento
10h e 14h
Haicai na mão, com Claudia Ribeiro
Óleos essenciais para a mente e as emoções, com Beatriz Yoshimura
Observação de aves e conservação da natureza, com Tetê Espíndola e Fabio Schunck. Mediação: Gustavo Faria
Costa Norte do Brasil: belezas e desafios, com Fernando Gabeira e João Farkas. Mediação: Maria Zulmira de Souza
19h30
Com a palavra, as pretas: narrativas de mulheres negras, com Lilia Guerra e Mônica Mendes Gonçalves. Mediação: Fernanda Sousa
Da poesia à cena: a poesia falada como mecanismo de criação cênica para rua e outros espaços, com Ralph Duccini
Mediação de leitura: afetos e transformação, com Ana Carolina Silva e Volnei Canônica. Mediação: Elisabete Veras
Lambes, com Aline Cardoso
Narrativas visuais para todas as idades, com Paty Wolff e Roger Mello. Mediação: Diogo Borges
Maré de memórias: território e imaginação na literatura para infâncias, com Laura Damasceno, Bené Pinho e Flávio de Araújo. Mediação: Diogo Brunner
Ciclo Paquetá de debates | Literatura em voz alta, com Angélica Freitas e Maria Carvalhosa. Mediação: Priscila Branco
Ciclo Paquetá de debates | Território da Palavra, lançamento da 2ª edição da revista Paquetá e lançamento da Casa Sesc, com À la geringonça, do selo Casa Sesc Editorial, com Itamar Vieira Junior e Amara Moira. Mediação: Moisés Nascimento
Pensando a escola como floresta: caminhos para a educação inclusiva, com Ministra Macaé Evaristo e Alyne Costa. Mediação: Maria Antônia Goulart
SHOW
Conversa cantada, com Tiganá Santana
Chuva de versos, com Verso livre
Para entender quase tudo sobre o clima, com Kamila Camilo e Jamil Chade. Mediação: Maria Elaine Andreoti
África: raiz e futuro, com Tiganá Santana e Fernando Baldraia
Frans Krajcberg: a natureza como cultura, com João Meirelles e Veronica Stigger
Zé Celso Martinez Corrêa: o devorador, com Bete Coelho, Claudio Leal e Marcelo Drummond
O que te diria enquanto não pude falar: escrevendo a partir da pré-história individual, com Febraro de Oliveira
Tecnologias do encantamento: entre o artesanal e o digital, com Nina da Hora e Aliã Wamiri. Mediação: Leonardo Moraes
Pintura de capa e encadernação, com Gilda Cartonera
Narrativas do cotidiano: experiências e fabulações do agora, com Ana Elisa Ribeiro e Cidinha da Silva. Mediação: Schneider Carpeggiani
Políticas e práticas de leitura, com Regina Zilberman e Bruno Souza. Mediação: Lucilia Soares
Biblioteca de dança, com Dimenti Produções Culturais
18h30
Lançamento das revistas Azul e amarelo e Palavra, com Camilla Savoia, Diogo Borges e Thaís Heinisch
Ciclo Humanos de debates, com Alê Santos e Nikelen Witter e lançamento da revista Humanos. Mediação: Adriano Rocha
Ciclo Paquetá de debates | Família, memória e escrita, com Bianca Santana. Mediação: Ana Paula Rocha
Inteligência artificial e direitos autorais, com Presidente do Sistema Sesc Senac RJ Antonio Florencio de Queiroz Junior, e a Ministra do STF, Cármen Lúcia. Mediação: Gabriel Chalita
Adriana Calcanhotto
Escuto histórias, escrevo poemas, com ITHZ
Chuva de versos, com Verso Livre
A urgência de uma filosofia pop para o combate às fake news, com Marcia Tiburi e Jean Wyllys
Poder, política e os custos planetários da inteligência artificial, com Marcelo Tas e Sergio Amadeu da Silveira. Mediação: Patrícia Campos Mello
Pop filosofia: o mito da caverna revisitado, com Marcia Tiburi e Charles Feitosa
Nelson Cavaquinho, Cartola e Carlos Cachaça… em letra e música, com Eliete Negreiros e Claudio Leal. Mediação: Jefferson Alves de Lima
10h às 15h
Sarau Picaretinha Cultural
De onde nasce a ficção?, com Tati Bernardi e Luciany Aparecida. Mediação: Schneider Carpeggiani
Laboratório Sesc de Narrativas Femininas, com Ryane Leão, Dandara Suburbana e Lude Vilarinhos. Mediação: Tathiana Valente
Lançamento antologia poética Onze bocas em torno da baía e EP LÍNGUA TUMULTO, com Heleine Fernandes, Natasha Félix e Tatiana Pequeno. Mediação: Marília Gorito
A saga Cafu: futebol e literatura em campo, com Cafu e Mariah Morais
Arte em cena: direção de arte no cinema, com Vera Hamburger e Daniela Thomas
13h
Mapa da cachaça, com Felipe Jannuzzi
A Mostra Sesc de Cinema (MSDC), uma das principais iniciativas de promoção do cinema independente no Brasil, selecionou 48 filmes em sua oitava edição (7 longas, 1 média e 40 curtas). Eles serão exibidos em espaços do Sesc de vários estados por 12 meses. O projeto concedeu um valor total de até R$ 200 mil em licenciamentos. Em 2025, a MSDC registrou 2.145 inscrições, recorde histórico, e teve um aumento de 40% em relação ao ano passado.
Esse ano, 60% das obras inscritas foram de filmes inéditos, o que ressalta a importância da Mostra Sesc para o cinema independente nacional. Elas serão exibidas ao público pela primeira vez no evento em setembro, em Vitória (ES).
Foi registrada ainda a ampliação da participação de mulheres na direção das obras: entre os filmes selecionados para a mostra nacional, a maior parte deles foi dirigida ou codirigida por mulheres, sendo 26 realizadoras premiadas.
“A valorização do cinema independente no Brasil é essencial para a preservação da diversidade cultural e para o fortalecimento da nossa identidade nacional. Ao apoiar, dar visibilidade e garantir espaço de exibição para essas produções, o Sesc incentiva a criatividade, a descentralização da produção audiovisual e o fortalecimento da economia criativa, estimulando o surgimento de novos talentos na arte brasileira”, ressalta Janaina Cunha, Diretora de Programas Sociais do Departamento Nacional do Sesc.
Com extenso repertório, a Mostra Sesc de Cinema deste ano selecionou 268 filmes para exibição, entre mostras estaduais, regional e nacional. Entre eles estão os 48 que serão licenciados – Panoramas Brasil (19), Infantojuvenil (10) e os Destaques Estaduais (19). Todas as obras foram avaliadas por comissões estaduais formadas por especialistas convidados e profissionais do Sesc.
Os 48 filmes trazem a singularidade de cada estado, ao mesmo tempo em que valorizam e retratam o Brasil na tela. As paisagens estampam um país diverso, seja no cotidiano das famílias, nas lutas para reconhecimento de territórios e identidades.
O longa ‘Hip Hop Caboclo’, de João Nascimento, por exemplo, faz uma conexão desse estilo musical com as raízes e ritmos ancestrais e a poesia falada. Já no Panorama Infantojuvenil, as diretoras Cristiana Giustino e Luana contam a história de Ayana, menina negra albina, filha de Lia e Bento, em suas descobertas e na busca pela ancestralidade.
Nesta edição, o cuidado com a saúde física, mental e a qualidade de vida ganha destaque em produções como ‘Isso é frescura?’, em que o diretor Vanderlildo Silva retrata uma jovem que enfrenta crises de ansiedade e destaca a importância do apoio de uma amiga.
Em ‘Notícias da Lua’, de Sergio Azevedo, Luã, um menino com Transtorno do Espectro Autista (TEA), que tem hiperfoco em astronomia, investiga o sumiço da Lua com a ajuda do zelador Astor, parceiro na jornada imaginária.
Essas são apenas algumas das histórias e dos universos criados pelos artistas do audiovisual brasileiro independente que estarão à disposição do público que comparecer às exibições.
A lista dos selecionados pode ser consultada no botão abaixo. Confira os Selecionados
Lançamento acontece nos dias 27 e 28 de junho em Vitória (ES) e contará com o pré-lançamento da série documental “Sonora Brasil – Encontros, Tempos e Territórios”
A 27ª edição do Sonora Brasil começa a circular pelo país este mês de junho, levando ao público espetáculos produzidos especialmente para o projeto. O lançamento será nos dias 27 e 28, no Sesc Glória, em Vitória (ES), e contará com a presença de representantes dos 10 grupos musicais que integram o circuito. O evento também será palco do pré-lançamento da série documental Sonora Brasil – Encontros, Tempos e Territórios, produzida pelo SescTV, com a exibição do episódio sobre Chau do Pife e Andréa Laís.
Promovido pelo Sesc com objetivo de apresentar programações musicais com temáticas relacionadas à cultura brasileira, o Sonora Brasil trabalha o biênio 2024-2025 com o tema “Encontros, tempos e territórios”. Por meio do encontro entre artistas de diferentes gerações e regiões, foram produzidos shows inéditos, com uma mistura de ritmos e vivências, que mostram a relação entre tempos históricos e territórios nas criações artísticas de diferentes movimentos da música popular brasileira. Até novembro, serão 145 apresentações em 42 cidades, além de 31 ações formativas.
“O Sonora Brasil consegue traduzir essa riquíssima diversidade cultural brasileira ao reunir artistas de diferentes gerações, de formações musicais e preferências tão distintas. Ficamos felizes por esses dez grupos terem aceitado o nosso desafio de criar espetáculos inéditos para trazer ao público essa riqueza que só um país tão multicultural como o nosso consegue produzir”, comemora Janaina Cunha, diretora de Programas Sociais do Departamento Nacional do Sesc.
Em 2025, os artistas que percorrerão as regiões Norte e Nordeste são Chau do Pife e Andreia Lais (AL); Fandango Mestre Zeca e Melina Mulazani (PR); Fernando Cesar e Tiago Tunes (DF); Bado, Quilomboclada e Sandra Braids (RO) e Charlles André e Luciane Dom (RJ).
No circuito Sul, Sudeste e Centro-Oeste circularão Mãe Beth de Oxum, Surama e Henrique (PE); Mestre Negoativo e Douglas Din (MG); Seu Risca e Ana Paula da Silva (SC); Geraldo Espíndola e Marcelo Loureiro (MS) e Manoel Cordeiro e Felipe Cordeiro (PA).
Documentários
A série Sonora Brasil: Encontros, Tempos e Territórios foi gravada durante o ano de 2024, em paralelo à circulação do projeto, e conta um pouco da trajetória de cada um dos artistas e o que eles levaram para o palco do Sonora. O episódio que será exibido no lançamento apresenta Chau do Pife, Mestre do Patrimônio Vivo de Alagoas, que adaptou a melodia do pife a vários estilos musicais, como rock, maracatu e chorinho; e a jovem cantora Andréa Laís, de 24 anos, que se destaca pela sua mistura única de ritmos regionais e eletrônicos.
O Sesc TV já produziu 20 documentários sobre o projeto, disponibilizados no site do canal. Em 2024, foi lançada a série documental sobre o Líricas Femininas, tema da 22ª edição do Sonora Brasil no biênio (projeto de 2019). A obra ganhou o prêmio da rede de Televisoras Públicas e Culturais da América Latina (RedTAL) de melhor conteúdo musical.
Conheça os grupos participantes do Sonora Brasil 2024-2025:
REGIÃO NORTE
Manoel Cordeiro e Felipe Cordeiro
Os artistas paraenses, respectivamente pai e filho, trazem a fusão de ritmos amazônicos como guitarrada, lambada, carimbó à música eletrônica e pop. Manoel Cordeiro também foi indicado ao prêmio nacional por novo disco e mostra a força do instrumental amazônico Álbum “Estado de Espírito”, que concorreu na categoria “Lançamento de Instrumental”.
Bado, Quilomboclada e Sandra Braids
O Show promove o encontro de três artistas de Rondônia Bado, cantor, compositor e instrumentista, banda Quilomboclada que traz em sua bagagem a “pancada” como resistência sonora em defesa do território e da identidade local beradeira e ribeirinha e a rapper Sandra Braids.
REGIÃO NORDESTE
Chau do Pife e Andréa Laís
Chau do Pife, músico referência no instrumento musical que leva em seu nome e patrimônio vivo da cultura alagoana, se une a Andréa Laís, cantora com forte influência dos grandes nomes da música popular brasileira.
Mãe Beth de Oxum & Surama Ramos e Henrique Albino
A Ialorixá, percussionista, ativista e comunicadora Mãe Beth de Oxum se une ao Duo SH, formado pelo arranjador e multi-instrumentista Henrique Albino referência da nova geração do frevo pernambucano e a cantora Surama Ramos, que transita pelo canto lírico e popular, para criarem um espetáculo inédito.
REGIÃO CENTRO-OESTE
Geraldo Espindola e Marcelo Loureiro
Os sul-mato-grossenses, Geraldo Espindola, cantor e compositor de notoriedade nos Festivais da Canção, se une ao multi-instrumentista Marcelo Loureiro, que com estilo único mescla diferentes formações clássicas, flamenco e influências do folclore latino, trazendo a música do cerrado entre guarânias e chamamés, a renovada alma pantaneira.
Fernando César e Tiago Tunes
De Brasília, o experiente violonista de 7 cordas Fernando César, herdeiro de uma geração de Chorões que migraram para Brasília nos anos 60 e implantaram uma rica tradição do Choro na capital do Brasil, se une ao jovem Tiago Tunes do bandolim para mostrarem a tradição e renovação do Choro e a força deste gênero musical instrumental tão importante para a história da música brasileira.
REGIÃO SUDESTE
Charlles André e Luciane Dom
O carioca e renomado compositor Charlles André, referência do samba e pagode dos anos 1990, com mais de 200 composições gravadas e participação em dezenas de álbuns, se une a cantora e
compositora fluminense Luciane Dom, da nova geração, para juntos apresentarem a importante vertente da sonoridade do subúrbio carioca do pagode aos bailes charme.
Mestre Negoativo e Douglas Din
Os mineiros Mestre Negoativo, ativista cultural e pesquisador das tradições Afro-Mineiras e Douglas Din, um dos grandes MCs brasileiros da atualidade, mostram a força do rap e da musicalidade de matriz-africana.
REGIÃO SUL
Seu Risca e Ana Paula da Silva
O quilombola mestre de Catumbi, Seu Risca, e a premiada pesquisadora e cantora Ana Paula da Silva, que é finalista do 8º Prêmio Profissionais da Música-8º Prêmio Profissionais da Música – PPM em diversas categorias: Arranjo, composição e produção, irão mostrar a riqueza da música afro-brasileira de Santa Catarina.
Fandango Mestre Zeca e Melina Mulazani
O mestre Zeca da Rabeca inspirou os músicos em circulação que tocam, cantam, batem o tamanco e ainda se apresentam com os instrumentos feitos por ele, como viola e rabeca. Eles se unem à curitibana artista da voz, carnavalesca, performer, figurinista e arte educadora, Melina Mulazani para mostrar a tradição do fandango e da cultura caiçara.
Os livros desempenham um papel fundamental na formação pessoal, intelectual e cultural de cada um. São uma das principais fontes de aprendizado das ciências, da literatura, da história, da filosofia ou de conhecimento técnico para o dia a dia. Eles também estimulam a imaginação, a criatividade, melhoram a comunicação e têm um papel vital no desenvolvimento humano. No Sesc, o universo dos livros se faz presente em uma rede de 432 bibliotecas e espaços de leitura. Locais que contribuem para transformação de muitas histórias de vida. Uma delas é a de Aguiana Charnase, 44 anos, moradora de Piabetá, em Magé (RJ). Ela conta que estava caminhando um dia pelo bairro quando encontrou uma das unidades móveis do BiblioSesc e logo pensou em levar lá seu filho, com 5 anos na época. A intenção é que ele tivesse contato com o mundo da literatura para sair do espaço virtual das telas do celular.
“Eu não sabia se ele iria gostar, mas eu tinha que fazer alguma coisa. E fiz. Hoje ele tem 12 anos, tomou gosto pelos livros e sempre me pede para levá-lo até a biblioteca. Isso me dá muito orgulho porque meu filho abriu a mente de uma forma muito real. Se você lhe der três livros, ele lê todos rapidamente”, conta.
Em 2022, Aguiana descobriu um câncer de mama. Na época, seu filho, que tinha 9 anos, pesquisou e leu tudo sobre o tratamento, a cirurgia e o pós-cirúrgico. Ela ficou surpresa com o interesse dele em estudar o caso, com tão pouca idade. “Eu não sabia nada sobre o câncer e ele me deu vários detalhes. Contou que passou a buscar informações desde o dia em que descobri a doença. Fiquei chocada! Agora sei que eu estou plantando uma semente. Vamos ver o fruto que vai dar lá na frente”.
O BiblioSesc completa 20 anos de circulação em 2025. O projeto que ajudou o filho de Aguiana a descobrir a magia dos livros e do conhecimento, mantém uma frota de 45 unidades móveis, que promovem o empréstimo de livros e incentivam o hábito da leitura pelo municípios por onde passam. Os veículos adaptados transportam um acervo de 3,5 mil volumes, que são selecionados e renovados constantemente. Cada local atendido recebe duas visitas mensais, dando 15 dias de prazo para quem pegou o livro emprestado. O BiblioSesc conta ainda com profissionais para ajudar na escolha de quem está em dúvida entre uma obra e outra.
Descobrindo novas habilidades dentro das bibliotecas:
Outro caso de amor aos livros e às bibliotecas é o de Maria Luiza de Oliveira Cortes Pereira, 68 anos. Ela frequenta o Sesc Tijuca desde 1999, quando participou do Curso de Contação de Histórias com Inspiração Griô. A experiência foi um passo para ela própria se tornar contadora de histórias em saraus e hospitais. “A história tem uma magia, um poder incrível de conectar as pessoas consigo mesmas e com o mundo. Tudo isso que a gente pode perder por conta da tecnologia e do celular, recuperamos com a escrita e a imaginação. Eu acho a literatura oral maravilhosa”, declarou.
Agora, Maria Luiza embarcou em outra aventura dentro do Sesc: a oficina de histórias em quadrinhos. No começo, achou que não iria se adaptar, porque os colegas eram todos mais jovens. “Com 68 anos, a gente mesma, às vezes, acaba se colocando de lado, se excluindo. Mas quando nos dispomos a interagir com outras gerações, descobrimos como essa troca é rica. E foi assim que desenvolvi outra habilidade: a do desenho”, contou.
As bibliotecas do Sesc estão distribuídas por todo o país, como essa da Tijuca, na Zona Norte do Rio de Janeiro. São espaços preparados para receber gente de todas as idades, que encontram além dos livros atividades como cafés literários, saraus, festivais de leitura e poesia, entre outas. O acervo das bibliotecas também é disponibilizado em uma plataforma digital, que permite inclusive a interação entre os leitores.
Uma profissão que nasce dos livros:
A experiência e o contato com livros e bibliotecas podem mudar vidas. Tiago Matos, de 19 anos, e Vivian Maria Mota, de 24 anos, são exemplos disso. Os dois seguiram a carreira de biblioteconomia depois de frequentarem a biblioteca do Polo Educacional Sesc, onde cursaram o Ensino Médio.
Tiago nasceu em Aracaju (SE) e agora está no segundo período do curso universitário. Ele conta que aquele espaço foi decisivo para a escolha da sua carreira. “Eu não conhecia o curso de Biblioteconomia antes de entrar para a Escola Sesc de Ensino Médio. A estrutura daquela biblioteca era uma utopia e foi determinante para a definição do meu futuro profissional. Lá também pude pesquisar sobre a área e me apaixonei. Quero seguir com os estudos e, quem sabe, até um mestrado e um doutorado”, conta.
Vivian também foi tocada pelo amor aos livros no mesmo espaço. Ela lembra de uma placa na parede da biblioteca que a marcou para sempre: “Divirta-se, você está numa biblioteca”. “Quando eu olhei aquilo, pensei: como assim ‘divirta-se’? Não era para ser algo do tipo ‘faça silêncio’? Entrando ali, encontrei um lugar de estudo e aconchego. A gente ia para lá para passar o tempo, porque era um lugar em que gostávamos de estar. Era um canto para estudar e para aproveitar com os amigos”, explicou.
Ali Vivian descobriu exatamente como essa “casa dos livros” deveria ser. “Antes, eu não tinha contato com bibliotecas, mas com o livro e a literatura. Na escola, a biblioteca começou a cumprir uma função que deveria ser o padrão de todas as outras: a de ser uma instituição cultural”. Vivian se formou em biblioteconomia em 2024 e hoje trabalha em uma escola em São Paulo, com Educação Infantil.
A biblioteca do Polo Educacional Sesc conta com um acervo de 60 mil exemplares, incluindo livros, jornais, revistas digitais e filmes. Um diferencial é a Afroteca, uma coleção dedicada a autoras e autores africanos e afro-brasileiros e estudiosos do tema. São, em média, 900 empréstimos mensais.
Por lá, acontecem atividades voltadas a diferentes públicos, como o “Pingado – Café Literário”, que reúne estudantes e funcionários para leitura e escuta de poemas, crônicas e outros textos literários, acompanhados de um café da manhã. O espaço também promove Roda de Conversa com Escritores, recebe o projeto Arte da Palavra, além de exposições e outras atividades pedagógicas e culturais. A biblioteca oferece ainda um programa de voluntariado para alunos que querem experimentar a rotina do local e trabalhar com sugestões de livros, projetos ou até organizar exposições.
Programação gratuita integra música, performance, oralidade e debates sobre identidade, pertencimento e memória
O Arte da Palavra – Rede Sesc de Leituras promove este mês um encontro para celebrar e valorizar a literatura brasileira. O Festival Arte da Palavra (Farpa) será realizado entre os dias 21 e 24 de maio, no Polo Sociocultural Sesc Paraty, na cidade da Costa Verde do Rio de Janeiro. O evento, que traz um panorama do circuito literário nacional, reúne autores da edição deste ano do projeto, que se apresentam em uma programação composta por literatura, música, performance e vivências culturais.
O Farpa tem como objetivo ser um espaço de troca e experimentação. A partir de debates e apresentações culturais, o festival propõe um mergulho nas múltiplas formas de contar histórias e expressar identidades. Estarão presentes nomes como Anderson Shon (BA), autor de quadrinhos e vencedor do 36º HQ Mix na categoria Melhor HQ Independente; a escritora, psicóloga e ativista Guarani Geni Nuñez, autora de ‘Descolonizando afetos: experimentações sobre outras formas de amar’; e MC Anarandá, rapper indígena da etnia Guarani Kaiowá (MS), entre outros.
Para abrir o festival, foi convidado o poeta Sérgio Vaz, um dos maiores nomes da poesia contemporânea brasileira e referência na literatura periférica. Ele fará a conferência “Sagrado não é quem escreve, sagrado é quem lê”. Durante os dias do evento, serão realizados seis cafés literários, que abordarão temas como as interseções entre literatura e quadrinhos; o hip hop como narrativa e expressão; a literatura como um espaço de disputa e reinvenção de identidades, entre outros. A artista e performer Luiza Romão, conhecida por suas apresentações que combinam música, dança e teatro, encerra o evento dia 24.
A programação também abre espaço para a produção artísticas de Paraty. A performance Identificação Poética das Criaturas Marinhas, com Flávio de Araújo, traz a leitura de textos poéticos que possibilitam ao público identificar a diversidade marinha da região. Já o Coletivo UNA apresenta o espetáculo de contação de história ‘Tá tudo dentro da gente’, com videomapping, que celebra a força e a sabedoria das matriarcas negras brasileiras. O público também poderá conferir a exposição Filha Natural, de Aline Motta, na galeria do Sesc Santa Rita. A mostra explora a história da tataravó da artista e convida a busca da própria ancestralidade.
O Farpa acontece no Sesc Santa Rita (R. Dona Geralda, 320 – Centro Histórico), com entrada gratuita. Confira a programação completa.
Programação:
21 de maio | Quarta-feira
19h15 – Abertura Oficial
19h30 – Conferência de abertura: “Sagrado não é quem escreve, sagrado é quem lê”, com Sérgio Vaz.
22 de maio | Quinta-feira
15h às 16h – Café Literário – Versos e Batidas: o Hip Hop como Narrativa e Expressão.
Com Preto Michel (PA) e Rafa Rafuagi (RS).
O Hip Hop é mais do que um gênero musical – é uma plataforma de denúncia, resistência e reconstrução de identidade. Neste encontro, Preto Michel e Rafa Rafuaggi discutem como suas trajetórias artísticas dialogam com o cenário atual da cultura Hip Hop, abordando temas como oralidade, ativismo e produção independente.
16h30 às 17h30 – Café Literário – Vozes, Conflitos e Descobertas.
Com Sonia Rosa (RJ) e Marcos Guerra (RN).
A literatura voltada para jovens tem o poder de dialogar com suas vivências, desafios e descobertas. Sonia Rosa e Marcos Guerra discutem como a escrita e a oralidade podem criar pontes entre realidades, inspirar questionamentos e ampliar horizontes na juventude.
18h às 19h – Performance Identificação Poética das Criaturas Marinhas com Flávio de Araújo (Paraty).
Com a leitura de textos poéticos, os ouvintes poderão identificar a diversidade marinha da região de Paraty, entendendo quais os apetrechos de captura, período de pesca e defeso das espécies, como também o preparo para consumo. Além disso, será possível conhecer quais as principais histórias, curiosas e engraçadas, que permeiam alguns dos pescados mais conhecidos da região.
19h30 às 20h30 – Sarau com MC Anarandá (MS), Natasha Felix (RJ), Luan Renato (SC) e Anderson Shon (BA).
23 de maio | Sexta-feira
15h às 16h – Café Literário – Entre Palavras e Traços.
Com Stéfanie Sande (MT) e Anderson Shon (BA).
Stéfanie Sande e Anderson Shon discutem as interseções entre literatura e quadrinhos, explorando memória, identidade e representação. O encontro aborda como diferentes linguagens narrativas se cruzam para ampliar vozes e territórios na literatura contemporânea.
16h30 às 17h30 – Café Literário – Literatura e Fronteiras.
Com João Veras (AC) e Taylane Cruz (SE).
A escrita pode ser um território de encontro entre diferentes realidades e geografias. João Veras e Taylane Cruz refletem sobre suas experiências literárias, abordando temas como identidade regional, deslocamentos e os desafios da produção literária fora dos grandes centros urbanos.
18h às 19h – Café Literário – O Corpo como Palavra.
Com Natasha Felix (RJ) e Luan Renato (SC).
Entre o verso e a cena, a poesia se transforma em experiência sensorial. Natasha Felix e Luan Renato exploram a interseção entre literatura, oralidade e performance, discutindo como a palavra pode ocupar e ressignificar espaços através do corpo e da voz.
19h30 – Narração de histórias com projeção mapeada – Tá tudo dentro da gente (Coletivo UNA – Paraty).
O espetáculo de contação de história celebra a força e a sabedoria das matriarcas negras brasileiras. Por meio da oralidade e do vídeomapping, a narrativa apresenta a história de Juninho e sua Vó Ceição que possuem um elo emocionante repleto de afeto, força e ancestralidade.
24 de maio | sábado
11h – Contação de Histórias “No Fio da Memória” com Linete Matias.
No Fio da Memória é um espetáculo de contação de histórias de Linete Matias, que entrelaça narrativas das águas e das matas, resgatando contos dos encantados que habitam esses lugares. A contadora de histórias, guiada por memórias ancestrais, canta e narra histórias que emergem dos rios e florestas de sua terra, compartilhando com o público as vozes e encantos desses seres mágicos. Cada história é pescada da profundidade da memória e entregue com afeto aos ouvintes, criando um encontro mágico entre a tradição e o presente.
16h às 17h – Café Literário – Desafios e Revoluções: Escrita, Identidade e Pertencimento
Com Geni Nuñez (SC) e Amara Moira (SP).
Como a literatura pode ser um espaço de disputa e reinvenção de identidades? A escritora e ativista Guarani Geni Nuñez e a escritora e pesquisadora Amara Moira compartilham suas experiências e reflexões sobre gênero, ancestralidade e resistência na palavra escrita e falada.
17h30 – Performance de encerramento “Também Guardamos Pedras Aqui”, com Luiza Romão (SP).
O CineSesc 2025 licenciou um rico acervo de 44 longas-metragens nacionais e internacionais, além de um conjunto de curtas, em um total de 48 filmes, que estarão disponíveis para exibição em todo o país até novembro. O catálogo reúne produções recentes e clássicos do cinema nacional, além de obras icônicas do cinema africano, asiático e europeu, muitas delas premiadas em festivais no Brasil e no exterior. As exibições são gratuitas e seguem a programação das unidades do Sesc nos estados.
“Mais do que oferecer acesso a filmes de qualidade, o CineSesc busca fazer a reaproximação do público com as salas de cinema, um hábito que foi reduzido após a pandemia e ainda não se recuperou plenamente”, afirma Janaina Cunha, Diretora de Programas Sociais do Departamento Nacional do Sesc. Além disso, avalia a diretora, muitos dos filmes selecionados dificilmente são encontrados no streaming ou no YouTube, o que torna o CineSesc uma oportunidade para o público conhecer produções diferenciadas.
Nesta edição, o CineSesc fez recortes no catálogo em forma de Panoramas e inaugura a Retrospectiva Brasil para destacar obras de cineastas nacionais relevantes. O homenageado desse ano é o mineiro André Novais, reconhecido por retratar o afeto em suas produções, trazer a família e os amigos para atuarem em seus trabalhos e colocar a cidade de Contagem (MG), onde mora, como cenário principal de suas obras. Sete de seus filmes, incluindo quatro curtas e três longas, fazem parte do acervo do CineSesc 2025. “André Novais é um artista cuja trajetória pode inspirar outros realizadores a entenderem a força das periferias como territórios criativos”, avalia Janaina.
Temas do CineSesc 2025
A obras foram selecionadas com recortes temáticos sobre longevidade, diversidade, produções infantojuvenis, documentários e biografias de personalidades marcantes da cultura brasileira. No Panorama Nacional, o público poderá conferir produções que refletem a riqueza cultural do país e resgatam a força de clássicos do cinema brasileiro. Uma delas é “A Hora da Estrela” (1985), protagonizada por Marcélia Cartaxo, que será apresentada em cópia restaurada em 4K. Entre as produções recentes destaca-se “Estranho Caminho” (2023), do cearense Guto Parente, vencedora de vários prêmios internacionais.
No Panorama Internacional, a diversidade global do cinema é destacada com títulos que vêm da África, da Ásia e da Europa. Entre eles está “Mami Wata” (2022), produção nigeriana que explora a mitologia desta divindade do oeste africano e que teve na direção de fotografia a brasileira Lílis Soares. O filme recebeu o Prêmio Especial do Júri de Melhor Fotografia no Festival de Cinema de Sundance. O acervo também inclui três obras do diretor, ator e poeta senegalês Djibril Diop Mambét, cuja obra é reconhecida internacionalmente. As produções são: “O Franco” (1994), “Hienas” (1994) e “A Pequena Vendedora de Sol” (1999). Da Ásia, o CineSesc 2025 traz obras como “Monster” (2023), filme japonês premiado em Cannes.
O público infantojuvenil terá à disposição 11 filmes, incluindo a animação indicada ao Oscar 2024 “Meu Amigo Robô”, que trata do relacionamento entre um cachorrinho e seu parceiro tecnológico; e o brasileiro “Princesa Adormecida”, estrelado por Maísa Silva, com a história de uma adolescente superprotegida pelos tios que descobre, aos 15 anos, ser apenas um sonho aquele mundo que considerava real.
Para ampliar o debate sobre a vida 60+, o Panorama Longevidade reúne filmes que trazem diferentes perspectivas sobre longevidade, como “Tia Virginia” (2023), premiado no Festival de Gramado e estrelado por Vera Holtz, e “Um Dia com Jerusa” (2021), protagonizado por Léa Garcia.
Além disso, o CineSesc 2025 também resgata histórias marcantes para a sociedade brasileira, como “Black Rio! Black Power!’ (2023), de Emílio Domingos, que revisita os bailes Soul no Rio de Janeiro, e “Meu Sangue Ferve Por Você” (2023), sobre a trajetória de Sidney Magal. Ambos celebram personalidades e movimentos culturais relevantes para várias gerações.
Em 2024, mais de 41 milhões de pessoas participaram das apresentações artísticas e exposições realizadas pelos Sesc em todos os estados brasileiros, contemplando ações em artes visuais, artes cênicas, música, literatura, audiovisual e atividades em bibliotecas. Com orgulho ativamos, por meio dos Departamentos Regionais, 387 bibliotecas e salas de leitura, 119 teatros, 430 salas de cursos e atividades formativas, 86 cinemas e salas de exibição, 160 galerias e espaços expositivos, 19 museus, 27 estúdios de música, além das 44 unidades móveis BiblioSesc. Contamos também com apoio de espaços parceiros (públicos e privados) para intensificar ainda mais nossa programação. Num país que enfrenta tantos desafios ao acesso à leitura, mais de 1,5 milhão de pessoas realizaram empréstimos de livros em nossas estruturas institucionais
A publicação da revista Palavra demonstra parte desse esforço articulado em âmbito nacional para potencializar a difusão e a circulação das manifestações literárias. Os conteúdos apresentados valorizam a experimentação com a linguagem e a diversidade, refletindo inquietações e experiências nascidas da liberdade criativa e que ganham o campo da educação para a sensibilidade. Boa leitura!
Ler estimula a criatividade, possibilita o acesso às mais diversas áreas de conhecimento, amplia o vocabulário, fortalece vínculos sociais. É uma atividade que pode ser realizada de forma individual ou coletiva, por meio de clubes de leitura, por exemplo. E também pode ser gratuita, bastando para isso o cadastro em uma biblioteca. Mesmo com tantas vantagens e benefícios, a última pesquisa Retratos da Leitura, do Instituto Pró-Livro, registrou 6,7 milhões de leitores a menos no país.
A boa notícia é que o público infantil destoa desse cenário. Mais de 80% das crianças entre 5 e 10 anos participantes da pesquisa declararam gostar de ler livros. O mercado editorial entendeu a tendência e vem investindo no segmento. Várias editoras lançaram selos infantis e, segundo a Nielsen BookData, em 2023 a venda de livros de literatura infantil cresceu 6%.
Essa realidade também foi constatada na rede de bibliotecas do Sesc, que conta com mais de 400 unidades por todo o país. Em 2024, o livro que registrou mais empréstimos foi A girafa míope (Sesc-SC), de Marcello Gallotti, publicação vencedora do Prêmio Literário Sesc Criança, promovido pelo Sesc em Santa Catarina. A autora que teve mais livros emprestados foi Silvana Rando, que trabalha com literatura infantil desde 2006 e tem mais de 70 títulos ilustrados. Outros dois títulos infanto-juvenis ficaram na lista dos cinco mais emprestados: Menina bonita do laço de fita (Ática), de Ana Maria Machado, e A voz dos meus olhos (Sesc-SC) de Cynthia Valente, também revelado pelo concurso literário Sesc Criança.
A criança que hoje busca o livro tem grandes chances de levar o hábito da leitura para sua vida. E, com isso, tornar-se um adulto mais criativo, com pensamento crítico e mais capacidade de encarar desafios. A introdução desse hábito precisa vir de casa, como uma atividade familiar. Ler para os filhos, promover um bate-papo sobre algum livro, contar histórias são formas de proporcionar acesso a esse universo, que é muito rico e se desdobra em inúmeros benefícios, como o fortalecimento do vínculo afetivo.
As bibliotecas também têm um importante papel na formação de leitores. Porém, precisam ser mais do que espaços de empréstimo de livros. Precisam criar caminhos para chegar até o leitor e mostrar todo o potencial do universo literário. Na pesquisa Retratos para Leitura, 5% das pessoas entrevistadas que se declararam não frequentadoras de bibliotecas disseram que o fariam caso houvesse atividades para crianças. Isso demonstra um potencial importante desses espaços como um articulador da leitura em família.
Criar estratégias que aproximem o público dos livros é uma tarefa de toda a sociedade. É preciso reverter a ideia de que o ato de ler é algo difícil ou destinado apenas ao dever do estudo. Mostrar que ler faz parte do lazer, do entretenimento. Precisamos trabalhar hoje na próxima geração de leitores, para garantir que o hábito da leitura não pereça diante dos inúmeros afazeres e apelos do mundo moderno.
Escrito por Janaina Cunha, Diretora de Programas Sociais do Departamento Nacional do Sesc
Publicado originalmente em Publishnews
Neste mês de abril, o filme Estranho Caminho estará em cartaz por diversas telonas do Sesc! No total, 27 sessões ao longo do mês vão contar a história do jovem cineasta David que, surpreendido por uma pandemia, busca o pai depois de dez anos. Após o reencontro, eventos estranhos começam a acontecer, desafiando sua compreensão da realidade e da relação familiar.
Dirigido por Guto Parente e produzido pela Tardo Filmes, Estranho Caminho foi um dos pré-selecionados em 2024 para representar o Brasil no Oscar daquele ano. O longa foi dos grandes vencedores do Festival de Cinema de Tribeca de 2023, em Nova York, conquistando os prêmios de Melhor Filme, Melhor Roteiro, Melhor Fotografia e Melhor Performance no evento, voltado para produções independentes.
Você poderá conferir essa emocionante história nos estados do Pará, Rio de Janeiro, Maranhão e Paraná, além de uma exibição especial no Polo Sociocultural Sesc Paraty. Tudo isso de forma gratuita. O CineSesc é um dos maiores projetos de exibição itinerante de filmes do país. Além de exibir os filmes, a iniciativa realiza debates e atividades formativas sobre as temáticas mostradas. Fique de olho na programação do CineSesc em seu estado, separe sua pipoca e embarque com a gente no mundo do cinema.