Página Inicial > Cultura > III Seminário Sesc Etnicidades promove o protagonismo de indígenas e negros
“Quando eu penso no futuro, não esqueço o meu passado” é o tema III Seminário Sesc Etnicidades, que será realizado entre os dias 10 e 12 de agosto, no Sesc 24 de Maio, em São Paulo. O evento tem como objetivo tratar do protagonismo de pessoas indígenas e negras, por meio de uma programação centrada na diversidade cultural.
O seminário abre a realização do Projeto Sesc Identidades Brasilis e se propõe a mediar a história e as culturas que caracterizam a formação da população brasileira, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o indígena na formação da sociedade nacional.
O projeto acontece os estados do Acre, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Sergipe, Tocantins, Santa Catarina e São Paulo, além do Distrito Federal.
Durante o Seminário, serão discutidos universos artísticos e culturais desses dois grupos sociais. Serão apresentadas produções artísticas e haverá espaço para o diálogo sobre as memórias das sociedades originárias e afrodiaspóricas, além da discussão sobre as construções históricas que legitimaram sua marginalização ao longo dos séculos de formação do país.
Foram convidadas pessoas negras e indígenas para conduzir os debates. Entre eles, Leda Maria Martins, Rainha de Nossa Senhora das Mercês da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário no Jatobá, em Belo Horizonte; Sandra Benites, curadora, educadora e pesquisadora Guarani-Nhandeva; Naine Terena, mulher do povo Terena, pesquisadora e professora universitária, curadora e artista educadora, além de Deba Tacana, filha de indígenas e ciganos, é pesquisadora, educadora e ceramista.
“Ao oferecermos uma programação centrada na diversidade cultural, podemos contribuir para fortalecer essas heranças e o desenvolvimento do ser humano, visando uma melhor compreensão de si mesmo, das suas potencialidades, do contexto em que vive e de sua capacidade de realizar escolhas e colaborar com a coletividade”, pontua Leonardo Moraes Batista, Analisa de Cultura responsável pela área Arte Educação do Departamento Nacional do Sesc.
As inscrições podem ser feitas pelo link: http://seminario.cfinternet.sescsp.org.br/index.cfm?cgs_codigo=09620
PROGRAMAÇÃO
Sesc 24 de Maio
R. 24 de Maio, 109 – República, São Paulo
DIA 10 – Tarde/Noite (Quarta-feira)
16h às 20h: Credenciamento
Local: foyer do teatro – 1º subsolo
18h às 19h: Cortejo com Ilú Obá de Min
Através de suas composições, o Bloco Afro Ilú Obá de Min revive os 17 anos de existência e a produção de suas “femenagens” para Leci Brandão, Elza Soares, Lia de Itamaracá, Carolina Maria de Jesus, Raquel Trindade, Rainha Nzinga, Nega Duda, entre outras. O cortejo marca os 17 anos de história do Ilú Obá de Min e traz as canções mais representativas do bloco. As músicas trazem referências artísticas que permeiam o trabalho do bloco, como o jongo, a ciranda, o maracatu, o ijexá e pesquisas em torno dos ritmos malinkês da África do Oeste e o candombe, ritmo afro-uruguaio.
Local: início na Área de Convivência (3º andar), descendo as rampas até chegar no Térreo
19h30 às 21h30
“Quando eu penso no futuro, não esqueço o meu passado”
Esse é o diálogo que abre os caminhos do III Seminário Sesc Etnicidade e ativa reflexões por meio de cosmopercepções com as vozes de duas mulheres que têm em seus processos de vida dimensões da ancestralidade, que nos possibilitarão pensar a continuidade. A partir de perspectivas indígenas e negras, tomando a cultura como centro do diálogo para pensar o futuro sem esquecer o passado, serão construídos os contornos deste toró de grafias.
Com Leda Maria Martins, Sandra Benites e mediação de Marcos Henrique Rego do Sesc Nacional.
Local: Teatro
DIA 11 – Tarde/Noite (Quinta-feira)
Gira 1 – 14h às 15h30
“Falando entre nós aos outros: arte, ancestralidade e alteridade”
Ao afirmar que o “Brasil é terra indígena”, buscamos trazer à tona uma narrativa ficcional daquilo que é arte, sobre quem pode e quem não pode ocupar determinados espaços diante do racismo estrutural. Deste modo, pretende-se mirar as concepções indígenas e não-indígenas de sociedade, educação e artes vigentes no Brasil presentes na fabricação do estereótipo do “índio didático”, no âmbito das artes.
Com Naine Terena, Deba Tacana e mediação de Jaqueline Silva do Polo Sociocultural Sesc Paraty
Gira 2 – 16h às 17h30
“Entre nós e laços: ancestralidades e continuidades”
A gira propõe circular, debater, amarrar e enlaçar palavras e práticas de matrizes afro-brasileiras das/os que vieram antes e das/os que seguem preservando vidas, produzindo arte, construindo novos sentidos e reinventando mundos de forma crítica.
Com Bel Santos, Thyffani Odara e mediação de Carlos Magno do Sesc Ceará
Gira 3 – 18h às 19h30
“Branquitude, arte e educação: Representação, privilégios, exclusão e diversidade”
Cada vez mais, através das ciências humanas e da arte, a branquitude é desnaturalizada como padrão cognitivo e evidenciada como mais um lugar social em relação a outros pertencimentos étnicos e interseccionais. Essa mesa pretende problematizar o estatuto da branquitude e seus privilégios a partir da pedagogia, das artes e da antropologia para refletir e imaginar outras vias inclusivas da diversidade no país.
Com Flávio Santiago, Leonardo Bertolossi e Mediação de André Gracindo do Sesc Rio de Janeiro
20h às 21h30 – Encruzidança pelo tempo
Aula performance que será numa imersão teórico-prática, voltada para o estudo coletivo e pessoal, partindo do corpo como produtor de conhecimentos, de valores estéticos, historiográficos, políticos e identitários na cultura tradicional Mandingue e nas danças dos Blocos Afro de Salvador, encruzilhados pela noção de tempo, espaço, ritmo, rítmica, musicalidade, memórias, diversidade corpórea, social e cultural.
Com Mariana Camara, Vânia Oliveira e mediação de Fabiano Maranhão
Local: Hall de Ginástica – 10º andar
DIA 12 – Manhã/Tarde/Noite (Sexta-feira)
Territórios negro indígena: Visita e vivência em espaços de existência negra e indígena.
Território 1 – Teatro Popular Solano Trindade
Território 2 – Jaraguá é Guarani
Território 3 – Comunidade Inzo Tumbansi
9h às 14h
1- Teatro Popular Solano Trindade
Com Patrícia Figueiredo do Sesc Bahia, Rogaciano Rodrigues do Sesc Santa Catarina e Juliana Santana do Sesc Nacional
Família Trindade vai contar como se formou o clã cultural e trançar uma ponte com a cultura de rua nos dias de hoje que está super conectado com a poesia de Solano. Fundado em 1975 pela artista plástica, coreógrafa e folclorista Raquel Trindade na cidade de Embu das Artes, Estado de São Paulo.
2 – Jaraguá é Guarani
Com Enoque Paulino do Sesc Pará, Bruno Pacelly do Sesc Paraíba e Patrícia Carmo do Sesc Nacional
Trilha para compreender a presença secular do povo guarani no território. Após uma vivência na aldeia indígena junto aos guarani, os visitantes seguem para a comunidade cultural Quilombaque, em Perus.
3 – Inzo Tumbansi / Instituto Latino Americano de Tradição Afro Bantu
Com Vone Petson do Sesc Tocantins, Nathália Alves do Polo Socioambiental do Sesc e Viviane Soledade do Sesc Nacional
O Inzo Tumbansi é uma comunidade tradicional de matriz centro africana, localizada na cidade de Itapecerica da Serra sob a liderança de Taata Katuvanjesi – Walmir Damasceno.
16h as 18h: Roda de compartilhamento
Mediação: Leonardo Moraes do Sesc Nacional
É uma atividade de troca, intercâmbio e reflexões sobre as experiências nos territórios vivenciados.
local: Área de Convivência
19h às 20h30: Gira final – Roda de Samba
Samba de Dandara convida Raquel Tobias e Ayô Tupinambá
Samba de Dandara é samba de empoderamento e exaltação às mulheres sambistas, compositoras, intérpretes e às guerreiras do samba. A concepção de Samba de Dandara carrega o peso e a inspiração de Dandara, mulher negra, guerreira e referência histórica na luta contra a escravização. Nesta apresentação, com duração de 90 minutos, Samba de Dandara recebe as cantoras Raquel Tobias e Ayô Tupinambá para um espetáculo que reúne canções imortalizadas na história do samba e do povo brasileiro, com suas indiscutíveis raízes afro-brasileiras e indígenas.
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