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9 de setembro de 2025

Enquanto um grupo de jovens discutia a profissionalização na área de cultura, outro participava de uma oficina de capoeira e um terceiro aprendia técnicas para o uso de drones. Essa efervescência de saberes marcou o Festival LABmais – Laboratório Sesc de Artes, Mídias, Tecnologias e Juventudes, realizado entre 4 e 6 de setembro na cidade gaúcha de Caxias do Sul com o tema “Entre corres e conexões: o que sustenta as juventudes?”.

Sotaques e expressões típicas se misturaram na programação, que reuniu jovens participantes do projeto LABmais de 17 estados. E foram muitas as histórias contadas nos três dias de evento. Como a de Bitaté, índigena do povo Uru Eu Wau Wau, de Rondônia, que atua com tecnologias, drones e audiovisual para fortalecer a luta e a memória de seu território.

“Eu sou jovem, tenho 25 anos, assumi a responsabilidade de ser líder aos 19. Também trabalho com os mais velhos, eles me ensinam seus saberes ancestrais. Hoje estou aqui como aluno, como palestrante e como liderança do meu povo”, disse Bitaté, que reforça a importância da tecnologia na preservação dos direitos e da história dos povos indígenas. “Através do drone, a gente gravou o documentário O Território, que foi premiado em vários festivais do mundo, recebeu um Emmy de melhor fotografia e foi indicado no pré-oscar”, contou. O filme, que retrata a luta do povo Uru Eu Wau Wau contra o desmatamento e invasões na Amazônia, teve a maior parte das gravações realizadas pelos indígenas da aldeia durante a época da pandemia de Covid.

Quando a discussão foi profissionalização do jovem no meio cultural, a poeta e produtora cultural Nicoly Soares apontou a força da coletividade. “A gente não faz arte e cultura sozinho. O meu fazer é justamente dissipar a informação que eu busquei e consegui. Isso vem da minha formação enquanto coletividade. Me formei dentro de uma ocupação, hoje em dia sou representante legal do Instituto Cita (Canto de Integração de Todas as Artes), que existe há 15 anos em São Paulo. Dentro dessa lógica de ocupação, tudo e responsabilidade de todo mundo. A gente pensa e faz arte coletivamente. Faz parte do meu proceder enquanto profissional e daquilo que acredito que se deva ser enquanto artista de quebrada, periférica”, contou.

Premiada como melhor atriz no Festival de Gramado por sua atuação no curta Bom Dia Maika!, produzido por jovens do LABmais de Caxias do Sul, Mikaela Amaral pretende investir na carreira. “Há algum tempo tenho percebido que por mais que planeje e tenha objetivos, a vida sempre está me surpreendendo. Foi assim ao ganhar o prêmio de melhor atriz. Não esperava e isso fez surgir muitas possibilidades. Penso que esta conquista foi um sinal do universo confirmando que estou no caminho que preciso estar. Pretendo investir mais na carreira de atriz, esperançosa que daqui a dez anos poderei viver da arte e da atuação, em palcos de teatros e telas de cinema”, celebrou.

Criado em 2021, o LABmais tem como propósito ser um espaço de protagonismo para a juventude e seu potencial criativo. Gerente de Cultura do Departamento Regional no Rio Grande do Sul, Luciana Stella conta que o projeto supre uma lacuna na atuação da Instituição junto ao público jovem. “O Sesc tem uma história linda com a infância e a maturidade ativa. Mas havia uma lacuna para o público jovem e adolescente, que está buscando uma identidade e o mercado de trabalho. O LABmais cobre essa lacuna, com um olhar sobre as novas tecnologias, que motivam os jovens”, explica. “O corre da juventude é encontrar seu lugar no mundo. Porque o lugar da juventude é onde ela quiser estar. E que seja aqui dentro do Sesc também”, conclu

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