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19 de março de 2024

Milhões de jovens e adolescentes brasileiros não conseguem concluir os estudos do nível básico na idade prevista porque enfrentam dificuldades, sejam elas financeiras, geográficas ou problemas relacionados a estrutura familiar. Dados do Censo Escolar da Educação Básica 2023 apontam que a evasão escolar é maior no ensino médio. No ano passado 6% dos estudantes desistiram da escola nesse período. A esse cenário, soma-se outro dado preocupante: dois em cada cinco brasileiros (41,5%) entre 25 e 64 anos não concluíram a Educação Básica obrigatória. Os números mostram o desafio que o país enfrenta para universalizar a educação.

Já para o indivíduo que teve, de alguma forma, os estudos interrompidos, o regresso às aulas também pode representar um desafio. Se adaptar à nova rotina, mantendo compromissos e responsabilidades, requer coragem e entusiasmo. Foi isso que aconteceu com Dulce Maia, 58 anos, que mora em Belém, no Pará. Casada e mãe de família, ela enfrentou problemas que a impediram de finalizar o ensino médio. “A educação é um direito de todos, mas nem todo mundo consegue concluir o ensino na época certa”, relembra.

 

Dulce Maria celebrando sua formatura

Já adulta, frequentava o Sesc da sua cidade para aproveitar a estrutura de esporte e entretenimento. Ao ver um anúncio sobre as inscrições do Sesc EAD EJA, projeto de educação a distância para jovens e adultos com qualificação profissional, seu sonho em concluir o ensino médio reacendeu.

“No dia em que conheci o projeto, vislumbrei um caminho que viabilizaria o meu crescimento profissional e logo fiz minha inscrição”, conta. “O início nesse novo mundo já representou uma grande transformação na minha vida, porque o modelo de EAD me deu flexibilidade e conteúdos acessíveis, permitindo que eu assistisse às aulas sem que elas interferissem nos meus compromissos do dia a dia”, comemora Dulce. Formada em dezembro de 2023, Dulce almeja agora um novo passo profissional. “Quero muito cursar na escola técnica e aprender sobre Assistência de Pessoal”, planeja.

Para Marcela Soares, o EAD traz flexibilidade na gestão do tempo

A flexibilidade proporcionada pelas modalidades de estudo a distância tem chamado cada vez mais a atenção dos brasileiros, especialmente do público adulto. Este aspecto foi decisivo para que Marcela Soares, 27 anos, retomasse os estudos. Moradora da Zona Oeste do Rio de Janeiro, ela conta que não conseguia fazer o curso regular do ensino médio por falta de tempo. “Com o ensino a distância e horários acessíveis no estudo presencial, foi possível correr atrás do crescimento profissional”, conta a gerente de loja, que pretende seguir para a área administrativa após terminar o Sesc EAD EJA. “Além da flexibilidade que o projeto traz, nos sentimos bem acolhidos nas aulas presenciais. É um espaço muito importante para interação com os alunos e professores, que se mostram sempre preocupados com o quanto estamos aprendendo e as dificuldades pelas quais passamos. A gente sai de lá já querendo voltar”, recorda.

 

Wellington Pereira destaca papel dos professores em motivar alunos

Aluno do projeto em Tocantins, Wellington Pereira da Silva, 32 anos, destaca que, além das aulas, conteúdos e ferramentas acessíveis, o ensino a distância conta com um olhar humano que leva os estudantes a continuarem no caminho da capacitação. “Como nós temos outros compromissos e desafios permanentes no nosso dia a dia, é difícil conseguir conciliar a rotina com as aulas. Muitas vezes, ficamos desmotivados, desanimados, mas é daí que entra o perfil humano dos professores: além de ensinar, eles nos incentivam a concluir o curso, que é o nosso sonho”, conta animado por estar vivendo essa experiência.

O Sesc EAD EJA oferece formação gratuita no Ensino Médio, com qualificação profissional em produção cultural. Desenvolvido em parceria com o Senac, o curso é destinado a pessoas com mais de 18 anos e os conteúdos são construídos com base em experimentações, simulação de práticas, mecanismos de jogos, dramatizações e outras estratégias que possibilitam maior interação com os participantes. As aulas são 80% em formato virtual e 20% presenciais. O curso tem duração de três semestres e carga horária de 1.200 horas. Ao final, os alunos recebem certificado de conclusão do ensino médio integrado à qualificação profissional em Produção Cultural.

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